O equilíbrio entre cadeia de valor e a demanda no varejo afetou substancialmente a operação de varejistas do mundo todo. A indústria da moda e acessórios particularmente foi muito afetada e vem enfrentando desafios consideráveis. Por isso, vale a pena entender como a Shein, jovem gigante do e-commmerce global de moda, conseguiu conquistar posições relevantes nos mais diversos mercados, entre eles o Brasil. O Web Summit trouxe Donald Tang, Vice-Presidente Executivo da empresa para explicar sua visão e da evolução das tendências digitais na indústria de moda global e como ela pode potencializar o uso da tecnologia para ganhar competitividade e manter a relevância para os consumidores atuais, divididos entre caçadores de ofertas e caçadores de emoções.
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A Shein usa tecnologia para engajar o consumidor e está presente em todas as fases do negócio, no design, produção, operação e logística. Segundo Donald, a empresa investe profundamente em tecnologia para proporcionar uma experiência fluida e uniforme para os usuários, satisfazendo as necessidades dos clientes continuamente. O app da empresa foi desenhado para permitir integração completa com a cadeia de fornecedores, potencializando o alcance e a velocidade de execução do marketplace. “Tudo faz parte de um ciclo virtuoso, do design à produção e à entrega dos produtos, baseada em ideias de moda que realmente fazem sentido para o cliente”, afirma o executivo.
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Segundo o executivo, a moda está inserida em um jogo de absoluta eficiência. E é esse jogo, no qual a informação se confunde com um formato de rede social no app, envolvendo clientes e fazendo deles membros de uma comunidade ativa, que exalta e se expressa com os produtos da empresa. Essa vitalidade e formato de pensar o comércio como um processo social, simples e amigável, fez da empresa um sucesso estrondoso mundialmente. O curioso é que a marca caiu nas graças da Geração Z, que demanda sustentabilidade e mesmo vendendo barato, no melhor estilo de bargain store, a Shein é considerada inclusiva e acessível.
A empresa tem 10.000 associados e se considera aberta a tornar o mundo mais sustentável e estiloso a partir da moda. Para comprovar esse posicionamento, Donald observou que a eficiência da cadeia de valor da Shein causa menos desperdício que aquele registradas pelas suas competidoras e alcança menos de 2% do estoque da loja. Ou seja, o desperdício de mercadoria mal atinge 2% do inventário de estoque e essa eficiência faz com que o consumo de energia atinja 2% do nível de consumo de energia residual. Um detalhe é essencial em sua estratégia até aqui bem-sucedida: a empresa e sua marca apresentam grande afinidade com a Geração Z e dialogam bem com seu comportamento e narrativa.
Finalmente, a Shein estimula o interesse dos usuários em adotar a plataforma como um destino de revenda único. A Shein parece preparada para não ter o triste fim da recém-falecida Forever 21, tão empenhado em vender barato a partir de eficiência logística, que sucumbiu no oceano vermelho da moda perecível. Veremos se as apostas, os segredos e a tecnologia credenciam a Shein a ser mais que uma moda passageira.
*A cobertura do Web Summit é uma parceria da Consumidor Moderno com Oásis Lab.
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