Desde 2022, cortes de empregos têm afetado o setor de tecnológico. No ano passado, empresas da área que passaram por demissões, desligaram em média 22% de seus funcionários. Porém, em 2023, as startups de tecnologia atingiram níveis quase semelhantes aos do período de pandemia com seus layoffs. 177 companhias têm “enxugado” o time, e o número é o maior desde abril de 2020 (194). Os dados são da pesquisa 2023 B2B Reviews Study.
Quais as indústrias mais atingidas pelas demissões no setor de tecnologia?
O estudo analisou dados de startups de tecnologia nos Estados Unidos entre 2021 e 2023, bem como coletou informações no LinkedIn e entrevistou profissionais. Os dados mostraram que, com uma avaliação de US$ 1,8 bilhão, a indústria tecnológica dos Estados Unidos tem enfrentado percalços dentro do mercado. Empresas de saúde e tecnologia financeira, por exemplo, foram as que mais demitiram desde 2022.
Porcentagem de funcionários que sofreram demissão no setor tecnológico:
Indústria | Percentual | Número de empresas que enfrentam demissões |
Viagem | 31% | 8 |
Comida | 29% | 41 |
Assistência médica | 29% | 116 |
Educação | 29% | 28 |
Imobiliária | 29% | 48 |
Consumidor | 27% | 48 |
Infraestrutura | 27% | 22 |
Criptografia | 27% | 43 |
Transporte | 24% | 36 |
Finanças | 23% | 98 |
Varejo | 20% | 57 |
RH | 19% | 34 |
Meios de comunicação | 18% | 29 |
Marketing | 16% | 54 |
Dados | 15% | 36 |
Segurança | 14% | 41 |
Com as demissões ocorrendo desde 2022, em janeiro de 2023 a situação piorou. No início deste ano, 117 empresas de tecnologia anunciaram demissões. Antes disso, o maior número foi 194, em abril de 2022.
Entre as empresas que mais demitiram, está em primeiro lugar a Fate Therapeutics (57%), o X/Twitter (50%) e Knock (46%). Porém, apesar de o percentual elencar essas três como as companhias que mais fizeram desligamentos, o número de trabalhadores afetados é maior na rede social de Elon Musk: 3.700, contra 315 da Fate Therapeutics e 115 da Knock. Em números, a segunda colocada entre as empresas com maior quantidade de pessoas demitidas ficou para a Better.com, com 3 mil, seguida pela Snap, com 1.280.
Os desligamentos seguiram para as empresas financeiras. A Fundbox, por exemplo, deixou 150 pessoas sem emprego ao demitir 42% do time. Já a NYDIG reduziu a equipe em 33%, que somam 100 demissões.
O que acontece depois?
Após os desligamentos, os funcionários demitidos passam por processos que vão desde a assimilar a demissão a procurar novas oportunidades de trabalho. O estudo mostrou que, após serem demitidos, 30% não atualizaram sua situação profissional no perfil do LinkedIn. Além disso, uma a cada quatro pessoas que trabalham com tecnologia mentiu na rede social sobre a data da demissão, e os homens têm 25% mais chance de fazer isso.
A pesquisa ainda constatou que 71% das pessoas impactadas por dispensas no setor tecnológico ainda não conseguiram garantir uma nova colocação desde que foram desligadas em 2022. Notavelmente, 74% das mulheres demitidas de empresas de tecnologia enfrentaram dificuldades para encontrar emprego, em contraste com 69% dos homens. Daqueles que se recolocaram, 25% conseguiram um novo emprego em até dois meses, enquanto outros 4% levaram de três a quatro meses. O tempo médio para encontrar uma nova oportunidade de emprego após a missão foi de aproximadamente seis semanas.
Ao analisar os diferentes setores, o setor de segurança apresentou uma taxa de recolocação mais rápida, seguido de perto por marketing e setor imobiliário. Recursos humanos e crypto, por outro lado, registraram taxas de recolocação mais lentas.
Taxas de recolocação após demissões no setor tecnológico:
Indústria | Percentual |
Segurança | 34% |
Marketing | 33% |
Imobiliária | 31% |
Fitness | 26% |
Assistência Médica | 24% |
Infraestrutura | 24% |
Finanças | 21% |
Varejo | 18% |
RH | 17% |
Crypto | 17% |
Como as pessoas reagiram às demissões do setor tecnológico?
Ficar sem a principal fonte de renda pode trazer uma série de preocupações, e requer uma série de ações para lidar com o período sem emprego. 72% dos entrevistados disseram que, após as demissões no setor tecnológico, recorreram às plataformas de mídia social para buscar um novo trabalho. As mais procuradas foram LinkedIn (58%), Facebook (21%) e Instagram (17%).
Além disso, plataformas destinadas à procura de emprego também aparecem no estudo. Novamente, o LinkedIn surge na primeira colocação (31%), seguido pelo Indeed (30%), o networking (25%) e a referência (20%). Além disso, há quem se candidatou diretamente na companhia com vaga aberta (18%) ou com a ajuda de recrutadores (14%).
No período sem emprego, as poupanças pessoais foram utilizadas por 69% dos entrevistados. Outro 37% dependeram de subsídios, enquanto 32% receberam indenizações. O estudo mostra ainda a transição de setor após a demissão. 30% dos que responderam à pesquisa mudaram de área.