O faturamento do setor de franquias cresceu 8,3% no ano passado, segundo levantamento divulgado hoje (29) pela ABF (Associação Brasileira de Franchising). O número ficou abaixo da inflação acumulado pelo País, que fechou 2015 em 10,67%. Ao todo, o setor faturou R$ 139,593 bilhões.
Assim como outros segmentos, o de franquias não ficou alheio a crise e sentiu fortemente a queda do consumo. “O setor não se acomodou, mas não é uma ilha e tem seus resultados inerentes ao cenário onde ele está inserido”, afirma Cristina Franco, presidente da ABF. “Já há uma realidade macroeconômica e política que nos impede de fazer resultados maiores, mas precisamos fazer ainda assim”, completa.
“Fizemos um ótimo resultado, se olharmos o indicador do varejo em geral. Além da questão econômica e política, o que nos impacta é a crise de confiança do consumior, porque embora o frachising tenha um ticket médio que está alinhado ao bolso do brasileiro, estamos vivendo em um mar de lama que afetou a confiança do consumidor”, analisa.
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Descontada a inflação de 10,67% do crescimento nominal de 8,3%, o setor apresentou um desaceleração de mais de 2%. Os resultados poderiam ter sido piores se as redes não tivessem segurado o repasse da inflação, como fizeram. Muito por conta disso, para 2016 a projeção é de crescimento de 6% a 8% do faturamento.
Para Cristina Franco, o setor pode voltar a crescer a taxas chinesas como vinha crescendo ano a ano quando a economia retomar fôlego e, por consequência, a confiança. “Temos muito potencial, até pelo tamanho de mercado.Nos Estados Unidos, por exemplo, existem 900 mil unidades, e nós fechamos o ano com 138 mil. Há muito espaço”, avalia.
O setor fechou o ano passado com alta de 10,1% em número de unidades e de 4,5% em número de redes. Ao todo, o País ultrapassou a marca de 3.073 redes, que possuem 138.343 unidades. O que se vê é uma expansão do setor maior que o aumento do faturamento.
Segundo Claudio Tieghi, diretor de Inteligência de Mercado, a relação descompassada reflete uma realidade do setor: as novas unidades nem sempre respondem bem aos estímulos do mercado, ou não desempenham bem. “Cada segmento dentro do setor de franquias tem suas particularidades”, afirma Tieghi.