Nesta terça-feira (15), o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, em caráter cautelar, que plataformas de streaming suspendam a exibição do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, estrelado por Fábio Porchat e baseado no livro escrito por Danilo Gentili. Se as empresas não cumprirem a decisão da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) em cinco dias, podem ser penalizadas com multa diária de R$ 50 mil.
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A decisão foi anunciada nesta terça-feira no Twitter por Anderson Torres, o atual ministro da Justiça. Ele explica que determinou cauterlamente, via Senacon, que as plataformas que possuem o filme em seu portfólio suspendam sua exibição imediatamente.
O @JusticaGovBR , por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, determinou cautelarmente que as plataformas que possuem o filme “Como se tornar o pior aluno da escola” em seu portfólio suspendam sua exibição imediatamente. O não cumprimento resulta em multa diária de R$ 50 mil. pic.twitter.com/lfT1QSehz4
— Anderson Torres (@andersongtorres) March 15, 2022
Em uma publicação anterior, o ministro já havia classificado o filme como “asqueroso”.
Assim que tomei conhecimento de detalhes asquerosos do filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, atualmente em exibição na @NetflixBrasil , determinei imediatamente que os vários setores do @JusticaGovBR adotem as providências cabíveis para o caso!!
— Anderson Torres (@andersongtorres) March 13, 2022
Entenda o caso
Lançado há 5 anos, o filme narra a história de dois adolescentes, interpretados pelos atores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel, que encontram um diário com “dicas” de como se tornar “o pior aluno da escola”. Veja a cena que chocou internautas e o Ministério da Justiça.
Diversos blogueiros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro criticaram o filme e pediram a retirada do filme. Alguns parlamentares da base governista também exigiram a retirada da película.
Repercussão
Nos Twitter, o roteirista e ator do longa, Danilo Gentili, retrucou os comentários negativos ao afirmar que o “maior orgulho” de sua carreira é ter conseguido “desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista”.
Em nota enviada ao jornal O Globo, Fábio Porchat falou sobre o assunto. “Como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas… O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim”, disse.
Hoje, as plataformas Netflix e Globoplay exibem o longa-metragem. Até o fechamento da nota, nenhuma delas havia cumprido a medida da Senacon.
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