Em meio ao aumento dos roubos e furtos de dispositivos móveis no Brasil, a adesão a seguros de celular cresce e passa a contar com recursos avançados de IA para agilizar reembolsos, combater fraudes e oferecer experiências mais eficientes aos consumidores.
De acordo com levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 14,7 milhões de brasileiros (10% da população) foram vítimas desse tipo de crime entre junho de 2023 e julho de 2024, o que gerou prejuízos estimados em R$ 22,7 bilhões.
“Vivemos em um cenário que exige soluções mais rápidas e confiáveis. Nessa perspectiva, a tecnologia tem papel decisivo: com o uso de IA, conseguimos automatizar a análise de sinistros e reembolsar 30% dos sinistros em menos de um segundo”, afirma Domingos Rizzo, diretor de Operações da Pier, insurtech que superou a marca de 100 mil membros ativos em 2024.
Segundo o executivo, a adesão ao serviço cresceu significativamente após o lançamento de planos anuais que “ampliaram o acesso ao serviço com valores mais competitivos”. A procura também vem crescendo em datas específicas do calendário. “A busca por proteção digital se intensifica especialmente em períodos de alta circulação como férias e Carnaval”, lembra.
A IA no front da segurança
Os avanços da IA vêm fortalecendo o segmento de seguros para celular porque além de tornar o processo de reembolso mais ágil, a tecnologia é aplicada para cruzar dados, identificar padrões e reduzir o risco de fraudes com base em inconsistências ou padrões incomuns – “um dos principais desafios do setor”.
Na prática, a Inteligência Artificial permite que seguradoras analisem sinistros de forma automatizada, com base em dados de comportamento, geolocalização e recorrência de solicitações.
Ainda que não opere com rastreamento ativo dos aparelhos, a Pier aponta que os aplicativos de localização também têm papel relevante como reforço nessa frente, pois “contribuem para a comprovação de sinistros e ajudam a mitigar abusos tornando a jornada mais fluida tanto para seguradora quanto para o cliente”.
Novos hábitos, novos formatos
Com a valorização do smartphone como bem essencial, surgem também novas expectativas em relação ao serviço de seguro. Entre as principais tendências observadas no setor, está a popularização de modelos por assinatura e planos anuais, com contratação totalmente digital e sem burocracias – “especialmente entre os mais jovens”.
De acordo com Rizzo, outro movimento em crescimento é a busca por apólices mais personalizáveis, que permitem combinar coberturas específicas como roubo, furto, danos acidentais e proteção em viagens.
“Hoje, o cliente quer escolher aquilo que realmente faz sentido para o seu perfil. Coberturas modulares e preços acessíveis tornam isso possível”, explica o gestor, que avalia ainda que, embora a velocidade de resposta continue sendo um diferencial decisivo, o segurado agora busca muito mais.
“O público também vem dando mais importância ao suporte que vai além da cobertura: conteúdos de educação digital, orientações de prevenção e canais de atendimento humanizados – tudo isso reforça a percepção de valor.”
Para o executivo, o seguro de celular caminha para se tornar um “item básico no cotidiano, especialmente das grandes cidades”.
Próximos passos e visão de futuro
Com o avanço da tecnologia e o amadurecimento do mercado, a expectativa do especialista é de que os seguros de celular se tornem ainda mais inteligentes – integrados a diferentes fontes de dados para análises mais precisas e decisões mais rápidas.
“Na Pier, o foco está em ampliar essa eficiência sem perder de vista a experiência do usuário. Queremos evoluir no uso de IA para entender o contexto de cada solicitação com mais profundidade, reduzindo ainda mais a fricção na jornada do segurado.”
Ele antecipa que a companhia estuda novas formas de monitoramento preventivo e automações que ajudem a resolver dúvidas ou sinistros com mínima intervenção humana.