Antes da pandemia de Covid-19, a ida ao escritório significava interação social, colaboração presencial e separação entre trabalho e vida pessoal. Porém, o período pandêmico impôs novos modelos de trabalho. O home office se tornou uma necessidade para muitos, e algumas pessoas notaram benefícios no trabalho remoto, como maior flexibilidade, economia de tempo de deslocamento e um ambiente mais confortável. Com a volta ao regime presencial, muitos trabalhadores passaram a ter sentimentos mistos em relação à segunda-feira. Alguns veem isso como um recomeço, uma nova semana cheia de oportunidades. Outros podem sentir certa relutância em voltar à rotina após o fim de semana.
A preferência por home office ou trabalho presencial depende muitas vezes do tipo de trabalho, das particularidades pessoais e das situações individuais de cada trabalhador. Algumas pessoas podem gostar da mistura entre os dois modelos, enquanto outras têm uma clara preferência por um deles. Nesse cenário, e para notar as opiniões dos trabalhadores sobre a segunda-feira, o B2B Reviews ouviu funcionários e gestores dos modelos híbrido, presencial e remoto para entender como o trabalho no primeiro dia da semana pode afetar todos os outros.
Segunda-feira: no escritório ou remoto?
Entre os trabalhadores que cumprem o regime híbrido, estar no escritório às segundas-feiras não é visto como algo tão agregador. Segundo o estudo, apenas 24% das pessoas que trabalham nesse formato consideram que ir até a empresa renova as energias para a semana. Já entre gestores, o percentual sobe para 38%.
O estudo mostrou ainda, às segundas-feiras, 40% dos funcionários das empresas costumam ir ao escritório. Por outro lado, 60% trabalham remotamente. O percentual muda de acordo com o nível de trabalho. Exemplo disso é que, 36% dos funcionários trabalham no local, enquanto 64% cumprem o regime remoto. Já quanto aos gerentes, essa porcentagem de quem vai ao escritório ou trabalha de casa muda para, respectivamente, 46% e 54%.
Produtividade na quarta-feira, mas na segunda e sexta nem tanto…
As previsões dos trabalhadores em relação aos dias da semana podem variar significativamente de pessoa para pessoa e são influenciadas por uma série de fatores individuais e contextuais. Algumas razões possíveis pelas quais alguns trabalhadores podem preferir ir ao escritório em determinados dias da semana incluem: flexibilidade de horários; ritmo de trabalho; evitar trânsito; rotina pessoal; entre outros.
O estudo do B2B Reviews mostrou que 76% dos trabalhadores híbridos disseram que prefeririam voltar ao escritório em qualquer dia que não fosse segunda-feira. Além disso, existem dias em que os funcionários consideram ser mais produtivos quando vão ao escritório, mas a segunda-feira fica em terceira colocação. Já para 35% dos ouvidos, a terça-feira é um dia propício para produzir no regime presencial.
Dia da semana | Funcionários | Gestores | Geral |
Segunda-feira | 15% | 19% | 16% |
Terça-feira | 38% | 31% | 35% |
Quarta-feira | 28% | 30% | 29% |
Quinta-feira | 12% | 16% | 14% |
Sexta-feira | 7% | 5% | 6% |
Além disso, os trabalhadores têm motivos para considerar ir ao escritório nos demais dias da semana e não terem uma preferência pela segunda-feira. Um dos apontamentos foi o melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional ao longo da semana (43%), bem como consideram ser mais fácil de voltar ao modo de trabalho (42%). Além disso, há quem prefira evitar a correria e o caos das segundas-feiras (34%), enquanto alguns querem alinhar a agenda pessoal ou familiar (31%). Outros afirmam que não ir ao escritório nas segundas-feiras permite uma transição suave do fim de semana (27%).
O conceito da “segunda-feira mínima”
O movimento “bare minimum monday”, ou “segunda-feira mínima” é uma nova onda que tem surgido entre os trabalhadores e nas redes sociais. Em resumo, seria o dia em que profissionais trabalham com esforços reduzidos ao mínimo apenas no primeiro dia útil da semana. Isso pode ser reflexo da insatisfação com o primeiro dia de trabalho após o domingo, como também um reflexo de como os profissionais têm se transformado após a pandemia de Covid-19.
Segundo o estudo, um em cada quatro trabalhadores praticam, atualmente, a “segunda-feira mínima”. Além disso, os funcionários (26%) estão mais aptos a aderirem a prática que os gerentes (22%). Além disso, 21% dos gestores tinham mais probabilidade que os funcionários de começar o dia de trabalho tarde e fazer seus programas favoritos durante o horário de trabalho às segundas-feiras.
Além disso, os colaboradores revelaram suas práticas durante às segundas-feiras mínimas:
- Começar o dia de trabalho tarde: 75%;
- Transmitir programas enquanto trabalha: 54%;
- Descansar mais: 50%;
- Dedicar tempo aos rituais matinais de autocuidado: 49%;
- Fazer networking ou construir relacionamentos profissionais: 29%;
- Exercício: 29%;
- Trabalhar em tarefas gerenciáveis de segunda-feira: 28%;
- Acompanhar e-mails e mensagens: 24%;
- Participar de reuniões de equipe ou departamento: 22%;
- Planejar e organizar tarefas para a semana: 21%.
Ainda de acordo com o estudo, os trabalhadores híbridos (31%) são mais propensos a praticar o mínimo às segundas-feiras do que os trabalhadores remotos (24%) e presenciais (22%). Além disso, mais de um em cada oito trabalhadores só trabalha até três horas diante de um computador às segundas-feiras. Curiosamente, os que cumprem regime presencial têm duas vezes mais probabilidade de afirmar isso do que os trabalhadores híbridos e remotos combinados.