Os assaltos a carros no Brasil são uma preocupação crescente, impactando milhares de motoristas anualmente. Em 2023, São Paulo foi o estado com o maior número de registros de furtos e roubos de veículos. No total. foram 131.729 casos. O Rio de Janeiro ficou em segundo lugar, com 38.825 ocorrências. Já Minas Gerais ocupa a terceira posição, com 27.697 incidentes. Esses dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024.
Esses números alarmantes refletem não apenas o aumento da criminalidade, mas também a necessidade urgente de medidas eficazes de segurança para proteger os cidadãos.
A importância do seguro veicular torna-se evidente diante desses números alarmantes. Afinal, a possibilidade de recuperação do veículo e a proteção financeira oferecida pela apólice são fatores cruciais que frequentemente precisam ser considerados pelos motoristas. Esse tipo de fator fez com que o mercado de seguros, mais especificamente no que tange aos danos, tenha registrado uma arrecadação de R$ 12,35 bilhões em dezembro de 2024. Entre janeiro e dezembro, somaram R$ 135,78 bilhões, um aumento de 7,9% na comparação com o ano anterior. Os dados são da Superintendência de Seguros Provados (Susep) e constam no Boletim Síntese Mensal.
De acordo com o relatório, o seguro auto arrecadou R$ 57,66 bilhões em 2024. O montante é 3,2% superior ao registrado em 2023. Essa linha de negócios representou 42,5% dos prêmios dos seguros de danos no ano, conforme é possível ver o quadro abaixo:
Proteção + Serviços
De acordo com Alessandro Octaviani, superintendente da Susep, “a evolução do setor em 2024 reflete um ambiente de negócios mais consolidado, com maior adesão dos consumidores e avanços regulatórios que contribuem para a transparência e o crescimento sustentável do mercado. A Susep seguirá monitorando os indicadores e fomentando iniciativas para a ampliação do acesso ao seguro no Brasil”.
Para este ano, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) prevê um crescimento de 8,8% para o setor.
Para os consumidores, além de oferecer proteção contra roubos e furtos, muitos seguros também incluem serviços adicionais, como assistência 24 horas e veículo reserva, proporcionando maior tranquilidade em situações difíceis. Mas como escolher o seguro ideal para seu veículo?
Consumidor no centro
Para responder essa e outras perguntas, a Consumidor Moderno conversou com Eduardo Rizi, diretor Auto & RE da Évora Seguros, corretora com quase 30 anos. Eduardo é responsável pelas áreas de sinistro, renovação, endosso e canal concessionárias, além de toda equipe comercial e distribuição de seguros auto em mais de 400 Pontos de Vendas (PDVs).
Ele aconselha, em primeiro lugar, ao consumidor avaliar suas necessidades e expectativas. Em outras palavras, pensar sobre a frequência com que utiliza o veículo, o tipo de tráfego pelo qual normalmente transita e o valor do carro. Esses fatores influenciam diretamente o tipo de cobertura que a pessoa deve buscar.
Seguros e criminalidade
Outro ponto importante, de acordo com o especialista, é compreender os tipos de cobertura disponíveis. A cobertura total pode oferecer proteção mais abrangente, enquanto a cobertura contra terceiros pode ser mais econômica, mas menos completa. “Não se esqueça de verificar as cláusulas e exclusões do contrato. É vital estar ciente de situações que não são cobertas pelo seguro, assim como de possíveis limitações. Uma leitura atenta do contrato pode evitar surpresas desagradáveis no futuro”, informa Eduardo Rizi.
Nesse aspecto, em especial, ele orienta prestar atenção às exclusões, limites de cobertura, valores e franquias, conforme explica o diretor da Évora: “Um seguro mais econômico pode se tornar um problema se não incluir coberturas além de roubo e furto. Por outro lado, um plano mais caro pode oferecer serviços que você não necessita”.
Segundo ele, o consumidor pode elaborar um planejamento financeiro que esteja alinhado ao seu perfil como motorista e às coberturas mais relevantes para si e para o veículo. Isso porque veículos de marcas e modelos que são mais frequentemente alvo de criminosos costumam ter seguros mais altos. “Da mesma forma, carros sem alarme ou dispositivos de segurança apresentam maior risco de roubo e, consequentemente, geram prêmios mais elevados. Veículos blindados oferecem mais segurança, mas sua manutenção tende a ser mais cara. Idade do motorista, histórico de direção, local de residência e uso comercial do veículo também são fatores determinantes no cálculo do seguro”, pontua o especialista.
Mais conselhos
Outros conselhos dados por ele são:
- Conferir a cobertura a danos de terceiros no seguro de auto e de acidentes pessoais de passageiros. Isso porque ambas as modalidades são fundamentais para garantir o pagamento dos danos materiais de outro veículo envolvido em um acidente, bem como eventuais intervenções médicas para o passageiro do seu veículo.
- Jamais mentir nas declarações ou na proposta de seguro para conseguir um desconto. Isso porque firmar declaração falsa é um dos motivos pelos quais a seguradora pode se negar a pagar a indenização.
- Pesquise se a seguradora está registrada na Susep para ter certeza de que se trata de uma seguradora credenciada.
- Considerar o atendimento ao cliente, consultando o Consumidor.gov e o SusepCon, para ver a reputação das seguradoras e entender melhor seu atendimento. É importante ainda checar as avaliações da seguradora e como ela lida com sinistros. “Um bom suporte pode fazer toda a diferença quando o consumidor mais precisa. Em caso de sinistro, após abrir a solicitação na seguradora, o corretor pode acompanhar o caso de perto, desde que a escolha seja uma empresa com uma área de pós-venda estruturada”.
- Contar com o apoio de um corretor de seguros. Como especialista, ele pode oferecer orientações personalizadas e ajudar a encontrar a melhor opção cada pessoa e necessidade.
Customer Experience
Por fim, Eduardo destaca a importância de entender as necessidades dos clientes para oferecer produtos que realmente façam sentido em suas vidas. Ele explicou que a personalização dos serviços tem se tornado um diferencial no mercado, permitindo que os corretores identifiquem as melhores opções para cada perfil de consumidor.
Além disso, Rizi mencionou que a tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na transformação do setor de seguros. Com o uso de plataformas digitais, as seguradoras conseguem realizar análises de risco mais precisas, agilizando o processo de contratação e processamento de sinistros, melhorando, portanto, a experiência do cliente.