A nova economia tem como centro o novo comportamento adotado pelo consumidor, que não se limita ao estabelecimento físico e, principalmente, ao horário comercial. É o chamado consumidor 5.0, que busca, mais do que o produto em si, a experiência de compra. Ele compra como e onde quiser, no canal que lhe for mais conveniente. Numa era onde a relação de troca se torna condição fundamental para obter sucesso nas vendas, o varejo deve usar de novas estratégias para criar laços com esse novo público, que tem absolutamente tudo na palma da sua mão, através do seu smartphone.
Por isso, o varejo deve entender como esse novo padrão de consumo impacta em todos os aspectos que fazem parte desta cadeia: na tecnologia, nos processos, nas soluções, nos valores e, principalmente, nas relações. E, se a chave desta mudança está na humanização das relações de troca, é essencial que as empresas aproveitem toda a informação obtida com o mapeamento dos padrões de comportamento e hábitos de consumo dos indivíduos para, além de oferecer descontos e deliveries customizados com drones e veículos autônomos, criar relações efetivando diálogos e oferecendo benefícios pertinentes.
Para simplificar, a ideia é de se estabelecer conversações verdadeiras com os públicos de interesse, saber que “dirigir-se a alguém” não é a mesma coisa que “dialogar com alguém”. A diferença está na efemeridade e na profundidade dos processos, gerando sistemas completamente distintos de valoração que impactam na imagem e na mensagem das marcas. Resumindo: todo o contato é uma oportunidade de estreitar as relações de consumo e toda mensagem, uma recomendação.
Cifras
Diante de tantas mudanças, a publicidade tradicional não é mais o destino certo dos investimentos de marketing. Segundo dados do eMarketer, os gastos com anúncios em meios digitais nos Estados Unidos devem ultrapassar neste ano, pela 1ª vez, a soma de despesas com canais não digitais e meios tradicionais – como TV, rádio e jornais impressos. A estimativa é que sejam gastos mais de US$ 129 bilhões em publicidade digital em 2019 – mais do que os US$ 109 bilhões planejados para meios tradicionais. Tudo isso abriu espaço para o marketing de recomendação praticado na internet, onde qualquer pessoa pode influenciar a comunidade a partir do seu mundo virtual.
Partimos para novos modelos que subvertem as velhas fórmulas e modificam a lógica de posse e de poder. As marcas devem se relacionar com a intenção de que seus compradores sejam seus garotos-propaganda. E sem cobrar nada por isso. Promover marcas através do compartilhamento de campanhas nas redes sociais é uma tendência onde o usuário pratica o ganha-ganha. Do outro lado está o varejista, que economiza em publicidade, gasta menos e ganha mais visibilidade, gerando um maior fluxo de vendas e, consequentemente, aumento do seu faturamento.
* Por Vagner Sobrinho, sócio do Ecossistema Wiboo, plataforma digital de bonificação por criptmoeda