O mundo muda o tempo todo e estar preparado para o futuro exige esforço do profissional de qualquer área do mercado. Por isso, o reskilling, ou a busca pela requalificação, vem sendo cada vez mais colocado como habilidade essencial para aqueles que querem crescer na carreira.
Afinal, buscando sempre melhorar suas qualificações, fica muito mais fácil se adaptar às mudanças e agregar mais valor para a carreira e para o mercado de trabalho. Entenda melhor o conceito por trás dessa ideia e qual a importância do reskilling na vida profissional.
O que é reskilling?
Reskilling nada mais é do que requalificação. O termo em inglês pode assustar, mas fala sobre a busca por aprender coisas novas e se aprimorar naquilo que sabe fazer. É sobre reavaliar habilidades, encontrar dificuldades e pensar em formas de se adequar à nova realidade. Nada mais é do que a busca contínua por conhecimento na área em que atua, algo que se torna cada vez mais valorizado por empregadores e pelo mercado de trabalho.
Leia também: Medo do fracasso? Saiba como transformar o sentimento em bons frutos
Isso porque o mundo está em constante mudança, o que pede por profissionais cada vez mais preparados, com conhecimento e bagagem sobre o que há de mais novo no mercado. E engana-se quem pensa que isso se resume a algumas carreiras técnicas e específicas.
“A pandemia veio para mostrar o quanto as coisas podem mudar em todas as esferas. Tudo pode mudar da noite para o dia e a gente precisa se readaptar sempre. Por exemplo, os skills (habilidades) de um vendedor 10 anos atrás, não são os mesmos de hoje. É preciso ter feito esse reskilling, para se adaptar ao momento atual”, explica Paula Mota, mentora de carreira e especialista em recolocação.
De acordo com a especialista em carreira, todos os profissionais precisam procurar por novas informações, renovar ideias, estudar sobre sua área de atuação. Focando no próprio desenvolvimento, estará preparado para trabalhar muito melhor e em qualquer momento pelo qual o mundo estiver passando.
Importância do reskilling para o profissional
Na visão de Paula Mota, a principal importância para o profissional é exatamente o constante desenvolvimento na carreira, sem atrelar isso a uma empresa ou instituição. “É necessário cuidar do que diz respeito a seu trabalho. Não é possível terceirizar essa responsabilidade, não se pode ser um profissional passivo no mercado”, afirma.
Isso porque, hoje em dia, a imagem do profissional tem muito mais valor que antigamente. Em alguns casos, é até mais valorizado do que a imagem da própria empresa em que trabalha. Exatamente por conta do reskilling: pessoas que seguem se qualificando independente da instituição em que atuam lideram essa mudança de paradigma.
Paula explica que a maneira como o trabalho é entendido atualmente mostra essa nova percepção. Segundo ela, “um profissional com visão de mercado e de carreira, que investe em seu conhecimento, não pensa em emprego como há alguns anos. Hoje é preciso pensar em sua empregabilidade. É pensar sobre o que se faz ou é preciso fazer para ter um diferencial para mostrar para o mundo”.
Como se aprimorar cada vez mais
O primeiro passo do reskilling, segundo a especialista em carreira, é apostar no autoconhecimento, fazendo uma avaliação para perceber quais são as habilidades e dificuldades, listar temas que gosta de trabalhar, entre outras características.
Depois, é necessário avaliar qual habilidade precisa ser aprimorada, se são atividades já exercidas ou um tema novo que despertou interesse. E, assim, buscar formas de se requalificar.
Alguns materiais e formatos que podem ajudar no reskilling são:
- livros sobre o tema;
- cursos e cursos livres;
- eventos do ramo em que trabalha;
- treinamentos;
- estudo técnico;
- consumir conteúdo relevante para sua carreira;
- estar atento às novas pesquisas.
Mas Paula Mota dá a dica: o reskilling feito hoje pode perder o valor rapidamente e, por isso, o profissional precisa estar aberto a mudar e buscar pela requalificação sempre.
“Precisamos olhar a carreira em curto prazo, de três a cinco anos. Não faça planos inflexíveis, pois hoje tudo muda muito rápido, o profissional deve estar aberto a essas mudanças. E nisso entra o reskilling”, afirma.
Importância do reskilling para a empresa
Apesar de o reskilling ser uma responsabilidade, principalmente, do próprio profissional, a empresa em que ele trabalha também consegue maiores resultados com essa requalificação. Toda instituição tem interesse em uma pessoa por dentro das novidades do setor, pois sabe que isso é bom para a empresa também.
Por isso, gestores e líderes também devem incentivar o reskilling de seus colaboradores, oferecer treinamentos e capacitações, e valorizar esses profissionais que buscam sempre se requalificarem no mercado.
Segundo a especialista em recolocação, as empresas precisam ter essa visão do quanto um profissional capacitado para o futuro é importante para sua empresa. Além disso, ela explica que as empresas precisam investir em conhecer, de fato, seu colaborador e o que ele é capaz de fazer.
“Por exemplo, um profissional é colocado em uma posição dentro da empresa, mas não foi perguntado nem investigado quais são as maiores habilidades dessa pessoa. O profissional faz as tarefas designadas, e elas estão boas. Mas não é o melhor que ele pode entregar”, afirma Paula Mota.
Segundo ela, a empresa precisa enxergar os pontos positivos de seus colaboradores e valorizar aqueles que buscam sempre novas habilidades e aprender mais. “Isso faz com que ele trabalhe muito melhor, o que reflete em toda a equipe. Empresas que investem nisso com certeza têm mais resultados”, diz.
Entretanto, a especialista explica que os treinamentos oferecidos pelas empresas serão bem mais gerais para conseguir alcançar mais pessoas. Isso sem falar que sempre serão voltados para um resultado esperado por eles, e não para a carreira do profissional.
Por isso, Paula Mota indica que os profissionais tomem essa responsabilidade para si, entendam quais são seus gostos e necessidades e invista em seu crescimento. “Com o reskilling, o profissional pode decidir qual a melhor maneira, para ele, de aprender algo, escolher a forma como irá adquirir esse conhecimento e, claro, optar por aquilo que é de fato seu interesse”, afirma.
+ Notícias
O que os aprendizados da pandemia podem mudar na jornada de trabalho
Autogestão: como desenvolvê-la na vida profissional e pessoal