Berço do Renascimento, base de trabalho de nomes como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Donatello, Rafael e Galileu Galilei, e uma das cidades mais visitadas da Europa, Florença, o pequeno pedaço de patrimônio da humanidade situado na região da Toscana, na Itália, é certamente um destino desejado por qualquer rede de comércio internacional. Mas conseguir instalar sua loja entre os edifícios dos séculos XIV e XV que consagram o destino não é exatamente uma tarefa fácil.
Que o diga o McDonald’s. A rede norte-americana de lanchonetes abriu um processo contra a prefeitura de Florença e está pedindo US$ 20 milhões de indenização por ter tido a abertura de uma loja negada. As informações são do jornal britâncio The Guardian.
A intenção do McDonald’s, que teve a solicitação negada pela prefeitura em junho deste ano, era abrir uma lanchonete na Piazza del Duomo, a praça central da cidade onde está localizada a catedral Santa Maria del Fiore, um dos principais complexos arquitetônicos renascentistas do mundo. A companhia teria feito inclusive diversas adaptações de fachada e mesmo em seu modelo de negócios para poder se encaixar nas regras locais.
Florença é tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco, braço de preservação cultural da ONU. Além disso, desde janeiro deste ano conta com regras mais exigentes para a instalação de comércio em seus pontos históricos.
No ramo alimentício, especificamente, a prioridade do centro histórico deve ser para restaurantes que oferecem produtos típicos da cidade ou da região da Toscana, um cardápio que inclui a generosa “bisteca fiorentina” e as bebidas da principal região vinícola da Itália.
“O McDonald’s tem o direito de solicitar uma licença porque isso é permitido pela lei, mas nós também temos o direito de dizer não”, disse o prefeito da cidade, Dario Nardella.