A Rede rebateu a acusação de que seu novo serviço de redução no prazo de pagamento ao lojista (de 30 para dois dias) é uma venda casada, afirmação feita pelo presidente da Abipag (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos), Augusto Lins, que também é diretor comercial da Stone, fintech do serviço de adquirência.
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Na última sexta-feira, Lins havia emitido uma nota afirmando que Rede e Itaú Unibanco (dono da adquirente) estavam praticando “ato anticompetitivo com o objetivo de destruir as fintechs”. Segundo o executivo da Stone, a venda casada estava configurada na vinculação da redução do prazo de pagamento com a exigência de que fosse feita obrigatoriamente com contas do Itaú.
Em nota emitida nesta quarta, a Rede afirmou que mantém a possibilidade de escolha pelo cliente de adquirir ou manter o produto “credenciamento” nas condições tradicionais (30 dias) independentemente do domicílio bancário escolhido. “O que o cliente passa a ter é a opção de escolher uma condição comercial diferenciada na aquisição dos produtos ‘conta corrente’ e ‘credenciamento’”, afirma a empresa, que garante: “a legislação vigente no País não vê tal opção como venda casada”.
Transferência de prejuízos
Apesar de assumir que há custos associados à oferta da condição diferenciada de pagamento ao lojista, a Rede nega também que esteja cometendo qualquer ato de prejuízo à livre concorrência. “Não será necessário um eventual reajuste do MDR ou de quaisquer outras taxas atualmente praticadas para uma suposta compensação da condição diferenciada oferecida”.
Lins havia afirmado também que Rede e Itaú usariam seu “poder econômico de forma abusiva para inibir a competição”. A Rede afirma que “não haverá qualquer subsídio, rebate ou transferência de resultados para a Rede por parte do seu controlador”, o Itaú Unibanco.