A geração Z corresponde aos adolescentes e jovens adultos de 13 a 25 anos de idade – cerca de dois bilhões no mundo todo – cujos hábitos de consumo e interesses de compra estão totalmente relacionados com o seu estilo de vida e modo de encarar as relações sociais e comerciais. Por isso, analisar como o comportamento desses indivíduos é capaz de afetar os negócios torna-se relevante.
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Para Luiza Loyola, account manager da WGSN, o grupo se mostra mais propenso a compartilhar as mesmas experiências, buscando conexões espontâneas e verdadeiras – e espera o mesmo de suas marcas favoritas. “Os varejistas precisam conquistar a fidelidade desse grupo demográfico que tem pouca tolerância à desconfiança e que deseja autenticidade”, afirma.
Diante desse cenário, a especialista que participa do Conarec 2021, discute as diversas nuances do assunto, como as prioridades de consumo dos zoomers no planejamento das empresas em termos de estratégias de experiência do cliente.
Tendências da geração Z
Para a geração Z, os valores da empresa são mais importantes do que o nome. Unindo a isso estão algumas tendências inerentes aos ideais que esse público acredita e toma como base para a decisão de compra. Portanto, a account manager da WGSN lista diversas práticas já observadas no exterior e que podem encontrar aderência no Brasil.
Verdadeira obsessão por temas
Ética, sustentabilidade e inclusão são assuntos imperativos para a geração Z, que exige que as marcas reflitam sobre isso e ajam de forma genuína – e não apenas para agradar seu público-alvo.
Da fidelização à conexão
O consumo da geração Z é guiado por três atributos: preço, qualidade e significado do produto. Os jovens são mais propensos a usar itens de diversas marcas para construir a própria identidade. Logo, conquistar a fidelização é um dos principais desafios.
Evolução do e-commerce
Flertando com a estética nostálgica e atentas ao desejo que eles têm por conexão e sustentabilidade, as plataformas estão redefinindo o comércio on-line, principalmente pela alta recente no número de vendas devido ao isolamento social. Em pleno 2021, não é viável não ter os canais digitais da organização estruturados.
Novos programas de fidelidade
Em vez dos antigos cartões de fidelidade, as marcas precisam encontrar um jeito divertido de manter a geração Z fiel aos seus produtos e serviços. Gamificação, sistemas de pontos e descontos progressivos ajudam a reter o interesse do público, uma vez que podem operar como moeda de troca das interações diárias.
Compras on-line em grupo
Navegando nos canais digitais em grupo, a geração Z consegue pedir a opinião dos amigos sobre um determinado produto antes de comprar para compreender a experiência intrínseca ao elemento em questão, o que pode estimular as vendas.
Comunicação transparente
As marcas devem ser verdadeiras quanto aos seus compromissos. O importante é não ficar em cima do muro. Escolha um lado, mas lembre-se de se manter fiel ao seu DNA. Isso também vale para o propósito da companhia, que deve ser tratado como um valor, e não como ferramenta de marketing.
Estética autêntica
As imagens superproduzidas são coisas do passado – a hora é de mostrar a verdadeira identidade da marca. Além disso, a geração Z se interessa por mensagens realistas e um ambiente de compra acolhedor: campanhas regadas à muita edição não são mais tão atrativas.
Revolução sexual 2.0
Com as restrições de convívio social provocadas pela pandemia de Covid-19, a geração Z busca por momentos de socialização e conexão. Atentas a isso, as marcas estão enxergando a inclusão, a diversidade e o sexo sob novas lentes, apostando na promoção da autoaceitação dos corpos e rompendo com os tradicionais estereótipos.
Pontos de atenção para as empresas
Com tantas transformações de conceitos, perfis e comportamentos ocorrendo simultaneamente, os gestores podem se perder na reformulação dos processos de atendimento ao cliente e geração de experiência de compra. Logo, Luiza Loyola elenca alguns pontos de atenção imprescindíveis para as marcas que desejam se manter relevantes:
• Defenda as causas do público de modo autêntico;
• Estimule o engajamento de um jeito divertido;
• Entenda que há várias formas de ser sexy;
• Preze a descontração ao invés da perfeição.
“Embora as companhias devam compartilhar suas histórias publicamente, é preciso analisar de que forma a mensagem será transmitida, porque o cliente irá perder o interesse rapidamente se não houver nada que o vincule com a marca. Ou seja, crie experiências novas e faça com que os consumidores se sintam motivados a cada interação, e não só a cada compra”, pontua a especialista.
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E isso tudo se potencializa, pois, para o jovem da geração Z, não há nada pior do que ser associado a uma ideia sem, ao menos, ser visto como um indivíduo. É importante lembrar que ele não quer ser o público-alvo que todo mundo consegue agradar.
Estratégia, estratégia e estratégia
Para encantar a geração Z, está claro que as indústrias devem mapear o comportamento desses indivíduos e estudar como isso pode se aplicar aos negócios, já que, em breve, essa será a maior classe de consumidores do mundo.
Essa nova realidade requer adaptação, flexibilidade, resiliência e criatividade, uma vez que mesmo se amparando por aparatos tecnológicos, criar conexões humanas e emocionais com o consumidor é o que realmente irá provocar a diferenciação perante a concorrência.
Dessa forma, não é preciso ser uma grande multinacional para ser ouvida pela clientela, basta ser ativo e dizer para o que veio.
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