Pequenas e médias empresas (PMEs) da América Latina buscam o crescimento de seus negócios, ao mesmo tempo que enfrentam desafios no mercado. Inflação, mudança de comportamento do consumidor, concorrência, novas tendências, entre outros. Diante desse cenário, NielsenIQ elaborou um panorama sobre a visão interna das PMEs na América Latina em 2023.
O estudo, que ouviu empresários de 35 mercados, que gerem empresas de pequeno, médio e grande porte, apontou a inflação como o risco mais comumente percebido no mercado da América Latina. A América Latina é a 3ª região com maior risco percebido de inflação globalmente, com 61%. Em seguida, com 53%, a mudança no comportamento do consumidor aparece como 2º risco. Em terceiro lugar está a redução de margem, com 47%.
Riscos diferem de acordo com o porte da empresa
Porém, os níveis se diferem de acordo com o porte da empresa. Para as pequenas empresas, o risco da inflação é mais alto (64%), seguido da mudança de comportamento do consumidor (50%) e da redução de margem (36%). Já nas médias corporações, o maior risco também é a inflação, mas em percentual menor que para as pequenas (62%). O risco da mudança no comportamento vem em segundo lugar (54%), seguido pela redução de margem (38%). Já para as grandes, o que mais preocupa é a mudança no comportamento do consumidor (73%), enquanto a inflação mais alta e a redução de margem estão no mesmo nível de risco (55%).
Os três principais desafios das empresas latino-americanas
Entre os principais desafios encontrados pelas empresas da América Latina, três deles se destacam: inflação e aumento no custo das matérias-primas (58%); encontrar a estratégia de preços certa (47%); e atração de novos clientes (45%). Porém, mesmo que a inflação e o alto custo das matérias-primas sejam uma das principais preocupações das empresas LATAM em geral, a busca pela estratégia de preços adequada atinge mais as grandes corporações (73%). Enquanto isso, a atração de novos clientes é mais preocupante para os pequenos negócios (71%).
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Soluções buscadas frente aos desafios
Diante dos desafios e riscos, as empresas buscam soluções de enfrentamento. Entre os sugeridos pelo estudo, ocupa o primeiro lugar a reconsideração da linha de produtos e a eliminação dos que apresentam baixo desempenho (40%). Em seguida, outra solução encontrada pelas companhias é o investimento em marketing (39%). Em terceiro lugar aparece a substituição de materiais para os mais econômicos, com o mesmo percentual da reestruturação do canal de distribuição (32%). A realocação do orçamento de pesquisa e marketing também é uma opção frente aos desafios (26%), bem como a redução de investimento e custos de aquisição (21%).
Nesse caso, o tamanho da empresa também é determinante para a ação que ela tomará diante dos desafios do mercado. As grandes, por exemplo, se preocupam em reconsiderar a linha de produtos e a eliminar os que apresentam baixo desempenho (45%). Já as médias se buscam investir em marketing (46%) e substituição de materiais para os mais econômicos (46%). As pequenas também optam por investir mais nas estratégias de marketing (43%).
Comércio tradicional tem conquistado PMEs na América Latina
Quando questionadas sobre seus principais objetivos da estratégia de canal/distribuição nos próximos 12 meses, as empresas da América Latina se dividem em comércio tradicional (26%), mais presença online com maior escala de distribuição (24%), estratégia omnichannel sincronizada (18%), mas atenção à própria plataforma online (14%) e, por último, mais presença online com mais categorias (13%).
Na média global, o comércio tradicional também é a principal prioridade para os próximos 12 meses, mas com apenas 31% dos entrevistados selecionando esta opção, seguido de perto pelo mercado latino-americano, com 26%.
Além disso, as empresas latino-americanas priorizam seus pontos fortes e sua diferenciação. As maiores organizações se esforçam para manter a qualidade dos produtos enquanto cobram um preço mais elevado e reduzem o tamanho dos seus produtos. Por outro lado, as menores companhias se concentram na comunicação dos benefícios do produto.
Em média geral, 23% das PMEs da América Latina optam por investir na comunicação das vantagens dos produtos, enquanto a média mundial é de 42%. Já outras 21% das organizações preferem manter a qualidade do produto, aumentando o preço, o que globalmente têm uma taxa de 19%.