Quem acompanha de perto o mercado pet, seja porque tem um bichinho de estimação, seja porque se interessa pelo universo dos negócios, já sabe: a DogHero, plataforma de serviços de passeio, hospedagem e veterinário em domicílio para cães, se fundiu, recentemente, à Petlove, um dos maiores e-commerces de produtos pets do Brasil. Mas o que está por trás dessa negociação, e como ela impacta um dos segmentos que mais cresce no país?
Fusão amplia leque de serviços para o consumidor
A DogHero nasceu em 2014, com a proposta de ser um marketplace de serviços para tutores de pets. Em comum com a Petlove, a empresa tinha alguns investidores, o que acabou causando uma aproximação entre seus fundadores. Eduardo Baer e Fernando Gadotti, da DogHero, e Marcio Waldman, da Petlove, participavam de grupos de discussões em comum e chegaram a viajar juntos para o Vale do Silício e para a China, para cuidar de negócios.
Em 2016, uma parceria comercial estreitou ainda mais o relacionamento entre as duas empresas. “Essa proximidade maior nos fez admirar a DogHero como uma empresa que resolve muito bem o que se propõe, e a pensar na sinergia que existe com o nosso negócio. A fusão acabou sendo mais ou menos natural”, conta Waldman.
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Além da sinergia entre os modelos de negócios, Waldman diz que sempre admirou a qualidade dos serviços da DogHero. “A DogHero tem um NPS acima de 95. Pouquíssimas empresas que eu conheço têm isso. Outra coisa que me apaixona no modelo de negócio da DogHero é a questão da economia compartilhada: tutores que precisam de ajuda com o pet ajudam pessoas que perderam o emprego ou que querem uma renda extra, tudo isso com muito amor pelo pet. Isso tudo fascinou a gente”, diz Waldman.
O conceito de “economia compartilhada” foi, inclusive, o ponto de partida para a “Arca de Noé” (minhaloja.petlove.com.br), iniciativa lançada pela Petlove durante a pandemia para ajudar pequenos players. Pela internet, é possível criar, gratuitamente e em poucos minutos, um e-commerce voltado para o mercado pet. O serviço será expandido em breve para os anfitriões da DogHero, que também poderão vender produtos e, assim, fazer uma renda extra.
Todas essas iniciativas da Petlove têm um objetivo em comum: ampliar o leque de serviços oferecidos pensando na melhor experiência do consumidor.
Tecnologia impulsiona crescimento
A tecnologia sempre esteve no DNA da Petlove. A empresa foi fundada por Waldman em 1999, com o nome de PetSuperMarket, e foi o primeiro e-commerce de produtos pets do Brasil. A ideia surgiu quando Waldman estava em um congresso nos Estados Unidos, e encontrou um empreendedor em busca de investidores para seu novo negócio: um sistema de venda à distância de medicamentos veterinários.
Em 2010, depois de muitos altos e baixos, Waldman resolveu buscar fundos de investimentos para injetar capital na empresa. No ano seguinte, conseguiu um aporte da Tiger Global, Monashees e Kaszek – o primeiro investimento estrangeiro no mercado pet brasileiro. “Recebemos o capital em agosto e começamos a investir em marketing. Tínhamos a expectativa de fechar o ano com faturamento de R$ 2,5 milhões, e encerramos com R$ 4 milhões”, diz.
De lá para cá, o negócio não parou de crescer. A companhia, que na época dos primeiros aportes contava com um time composto por Marcio, a esposa e mais seis pessoas, hoje tem mais de 700 colaboradores, considerando seus escritórios, centros de distribuição e os funcionários da DogHero, Vet Smart e Vetus.
Em 2019, a Petlove recebeu um investimento da Tarpon, e mais recentemente, do SoftBank e da L Catterton. A expectativa é fechar 2020 com faturamento de R$ 540 milhões – 135 vezes mais do que há nove anos, um marco jamais atingido por outro player do mercado pet.
Waldman atribui o crescimento, antes de tudo, a uma mudança no comportamento do consumidor. “Antigamente, os pets viviam no quintal. Hoje, dormem na cama. Essa humanização fez com que os consumidores procurassem serviços e produtos diferentes, e logicamente o mercado percebeu essa mudança e se adequou a ela.”
A expectativa é que, com a fusão com a DogHero, a base de clientes da Petlove, o tíquete médio e a frequência de uso cresçam. Gadotti e Baer, da DogHero, vão continuar na Petlove como executivos: o primeiro seguirá à frente da divisão de serviços, e o segundo será diretor de assinaturas – que são responsáveis por 65% do faturamento da empresa. Agora, com a DogHero fazendo parte do grupo, os clientes poderão fazer assinaturas, também, de serviços. Com isso, o número de assinantes deve aumentar 15% nos próximos 12 meses.
Para 2021, o plano é crescer tanto quanto em 2020: cerca de 80%, atingindo R$ 800 milhões de faturamento, porém com soluções mais integradas. “Nosso objetivo é oferecer um leque muito maior de possibilidades para o consumidor e uma melhor proposta de valor para o pet”, conclui Waldman.
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