Professor da prestigiada universidade americana de Stanford e autor de best sellers como “Ser feliz é escolha sua”, traduzido para mais de 22 idiomas, Greg Hicks percorreu nos últimos 25 anos mais de 40 países, procurando e entrevistando pessoas extremamente felizes. Durante esse processo, ele constatou algumas escolhas que contribuem para que as sejamos mais saudáveis, com melhor desempenho no trabalho e mais habilidade para lidar com o estresse.
“Os infelizes – e, veja bem, são eles se definem assim – tentaram, durante a pesquisa, nos convencer de que, no caso deles, era impossível ser feliz”, disse Hicks. “Entendo que há eventos desagradáveis em nossas vidas, mas quanto mais as pessoas se enxergarem como vítimas, mais vão assumir esse papel”.
Pessoas inovadoras, criativas e felizes têm, segundo Hicks, alguns comportamentos em comum, como a intenção com que fazem e enxergam as coisas. “Enxergamos apenas 10% de um fato. O restante é percepção que temos dele”. Por isso, diz o especialista, é importante começar o dia com uma intenção, como ser grato ou produtivo. “As pessoas prosperam quando reagem e têm uma intenção. Uma equipe de vítimas nunca será inovadora”, defende.
Outra característica das pessoas felizes é não abrir mão das suas paixões. “Deem às suas equipes oportunidade de praticar as paixões delas”, sugeriu Hicks. Em seus estudos, o especialista atribuiu nomes de animais para cada um dos tipos de personalidade. São eles:
Castores
São pessoas que tendem a planejar e querem clareza no trabalho em relação às expectativas do que deve ser feito e entregue. Feito isso, precisam do caminho livre para executar. Gostam de estrutura, organização e se atentam a detalhes. Cerca de 35% da população têm essas características.
Golfinhos
São brincalhões e seguem o coração. Criativos, priorizam relações de confiança e focam nas pessoas. O obstáculo deles é a culpa e o medo de decepcionar. Golfinhos são unidos, harmoniosos e sabem que, uma vez quebrada a relação de confiança, dificilmente ela será restabelecida. Compõem 15% da população
Corujas
Motivados e competentes, gostam de ter uma visão geral e ampla das coisas. Fazem perguntas e depois “voltam para cima da árvore”. Se você tiver um chefe coruja, venha com o resumo da conversa, pois ele não terá paciência para ouvir os detalhes. Corujas são 15% da população
Raposas
Velozes e espertas, estão sempre em movimento. Odeiam reuniões demoradas e estão constantemente em busca de soluções. Para elas, ação vale mais do que planejamento. Paramédicos e motoristas de ambulância são bons exemplos de raposas. Elas representam 35% da população
Em sua palestra, Hicks também destacou a importância de converter problemas e estresses em oportunidades. “Se você estiver triste, tenha motivo para se sentir assim. As nossas emoções são como guias e não podem ser reprimidas”.
Diante de uma plateia lotada, ele contou a história de uma das suas primeiras entrevistadas para a pesquisa. A casa dela havia pegado fogo, o cão de estimação morreu no incêndio, os pais dela morreram de repente, o seu restaurante faliu e o marido foi embora com outra. “Depois de frequentar grupos de apoio, ela constatou que, por algumas vezes, não teve escolha. Mas percebeu também que era uma das poucas mulheres que poderia recomeçar a vida do zero aos 40 anos”.
Hicks fez também um apelo: “não estabeleçam metas fixas. Isso é plantar uma semente de decepção. Dê valor ao que você tem e não ao que não tem”. No trabalho, ele alertou que a falta de esperança é pior do que a desconfiança. “A ausência de opções é terrível. Valorize as pessoas e as suas contribuições. As melhores equipes promovem colaboração entre as pessoas e isso pode ser feito com pequenos gestos e comentários, seja por meio de um bilhete ou uma linha de email”.
Por fim, Hicks sugeriu que as pessoas se abram para a diversidade. “Na vida, nem sempre dá para escolher as circunstâncias, mas a nossa reação e intenção diante delas, sim. Ninguém tira isso de nós”.