Inspirações para repensar empresas e “transpirações” para colocar em prática mudanças significativas. Essas são algumas das ideias difundidas pelo empresário, consultor e especialista em liderança Wanderlei Passarella em seu livro “A reinvenção da empresa: Projeto Ômega”.
Fundador da Synchron, uma empresa criada para ajudar executivos e organizações nos processos de governança corporativa, o executivo, que atua há mais de 15 anos em Conselhos de Administração, marcou presença no CONAREC, evento que acontece entre os dias 12 e 13 de setembro, em São Paulo.
Passarella foi convidado pela empresa de soluções em contact center Flex para um bate-papo com clientes dentro do espaço criado por ela no evento. Ele defende que o ser humano tem potencialidades latentes que ainda desconhece. “Não podemos encará-lo de forma reducionista. É preciso entendê-lo como um todo. Como um ser em evolução”, disse o especialista. “Estamos acostumados com uma árvore de conhecimento, quando na verdade devemos nos ligar a uma rede de sabedoria”.
Trabalho e dinheiro
O ressignificados do trabalho (acredita-se que a origem da palavra venha de tripalium, um instrumento romano de tortura) foi outro assunto em voga. Para Passarella, é importante criar uma nova linguagem na relação entre o trabalho e o homem, além de passar a encarar o dinheiro como um vetor de autoconhecimento e não como um fim. A mensagem é reforçada pelos Millennials, que rechaçam o acúmulo e defendem com afinco o desapego.
Liderança
A hierarquia, segundo Passarella, também precisa ser mais fluida. Questões como “quem é o talento da minha empresa” e “como criar valor para esses talentos” não podem ser deixadas de lado. “Não dá mais para os líderes pensarem só em como atingir resultados. Eles são consequência de um trabalho orquestrado. Pensar só em metas é deixar de criar propósito”.
O especialista falou ainda sobre a missão de quem participa das mesas diretoras de preparar as empresas para que elas perenizem de forma adaptativa. “Enquanto no Reino Unido temos 30.000 conselheiros independentes e certificados, no Brasil eles não passam de 800”, disse Passarella.
Outra lição deixada pelo executivo foi a seguinte: “Para liderar os outros é preciso ter autoliderança”. Isso mesmo. Líderes de verdade, diz Passarella, se auto transformam constantemente. São inspiradores, têm visão crítica, sabem entrar em conversas difíceis, definir ajustes e, sobretudo, tomar decisões.