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Pandemia aumenta o interesse em investir dinheiro; entenda comportamento

Pandemia aumenta o interesse em investir dinheiro; entenda comportamento

Futuro incerto e necessidade de fazer o capital render levaram os brasileiros a procurar novas formas de investir dinheiro

A consciência da necessidade de investir dinheiro é um dos muitos reflexos que a pandemia trouxe para a sociedade. Depois das questões sanitárias e de saúde, a preocupação financeira, certamente, é uma das mais latentes.

Comércios, escolas e serviços fechados ou funcionando parcialmente provocaram diminuição no lucro e até demissões, afetando a renda mensal de muitas famílias.  Diante deste cenário, muitos brasileiros se viram obrigados a colocar as contas na ponta do lápis, equilibrar entradas e despesas e, com isso, passaram a buscar novas formas de investimento, na tentativa de fazer o dinheiro render mais.

Entenda o que mudou no comportamento financeiro do brasileiro e veja dicas de por onde começar a investir dinheiro.

Pandemia aumentou vontade de aprender a investir

Quando se fala em investimento, a poupança é, sem dúvida, a modalidade mais conhecida pelos brasileiros. Porém, a pandemia do novo coronavírus colocou em pauta novas formas de investimento, até então fora do radar de muita gente.

É o que mostra a pesquisa Letramento Financeiro – Medindo Percepções e Hábitos Financeiros Entre os Brasileiros, realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Xpeed – braço de educação financeira da Xp Investimentos, que entrevistou 1501 pessoas em outubro de 2020 e constatou que a pandemia impactou diretamente expectativas e hábitos financeiros dos brasileiros, aumentando a preocupação com os gastos, mas também a vontade de aprender a investir dinheiro.

Entre os entrevistados, 47% afirmaram que a pandemia os fez passar a fazer mais planos sobre o futuro, 48% passaram a economizar mais e 49% a comprar menos bens de alto valor. Além disso, 60% dos participantes afirmaram que passaram a pesquisar mais antes de comprar por conta da pandemia.

Outra mudança apontada pelo levantamento está relacionada ao letramento financeiro: 50% afirmaram que a pandemia os incentivou a aprender coisas novas e 41% dizem que passaram a pesquisar mais sobre assuntos financeiros.

O reflexo foi sentido diretamente na bolsa de valores, que recebeu mais de 2 milhões de novos investidores em menos de um ano. A pesquisa “A Descoberta da Bolsa Pelo Investidor Brasileiro”, realizada pela B3, aponta que, entre maio de 2019 e novembro de 2020, o número de novos investidores na bolsa saltou de 1 milhão para 3,2 milhões.

A pesquisa da B3 mostra ainda que 38% investiram para aprender e aplicar em outras modalidades de investimento, 33% para buscar maior rentabilidade e 11% entraram para a bolsa por conta da baixa remuneração da poupança.

Um reflexo é que, de acordo com a B3, 49% dos entrevistados que realocaram seus investimentos retiraram dinheiro da poupança, sendo que a renda variável (ações, fundos imobiliários, fundos de investimento) concentram a maior parte dos investimentos (63%), seguida pelo tesouro direto (32%) e pela renda fixa (17%).

“A taxa de juros vem despencando desde 2016 e, em setembro de 2020, atingiu a mínima de 2%. Com isso, fica bem menos confortável para o investidor conservador, que ganhava dois dígitos de rentabilidade anual em investimentos de renda fixa. Para atingir esse patamar, hoje, só em renda variável”, explica Thiago Godoy, head de educação financeira da XP Inc. e mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Outro fator importante destacado na pesquisa da B3 é que grande parte dos investidores recorre à internet, youtubers e influenciadores para obter informações e análises sobre o mercado financeiro.

“O grande aumento de investidores na Bolsa também tem relação direta com a explosão das redes sociais e o surgimento de influencers de finanças. É possível observar uma onda de pessoas que tiveram, por esses meios, informações e estímulos para participar do mercado de renda variável. Os influencers mostram que qualquer um pode se tornar investidor”, avalia Thiago Godoy.

Perfil do investidor

A pesquisa “A Descoberta da Bolsa Pelo Investidor Brasileiro” também revelou dados interessantes sobre o perfil do novo investidor, que chegou à bolsa de valores durante a pandemia, destacando um potencial amadurecimento indicado pela busca por mais informações e aprendizado, maior sofisticação, diversificação e apetite a risco, mais acesso à informação e estratégias de médio e longo prazo.

O grupo é composto, em sua maioria, por pessoas com idade entre 25 e 34 anos (42%), seguido pela faixa etária de 18 a 24 anos (26%) e 35 a 44 anos (22%). Deste público, 51% vivem na região sudeste, 60% não têm filhos e 74% são homens. Apesar da predominância do sexo masculino, a pesquisa aponta que o número de mulheres que investem dinheiro na bolsa saltou de 179.392 para 809.533 entre 2018 e 2020, um aumento de 451%.

O perfil do novo investidor desmistifica ainda a ideia de que a bolsa é só para quem tem muito dinheiro. Prova disso é que 56% das pessoas têm renda mensal de até R$ 5 mil e o valor do primeiro investimento das pessoas físicas caiu 58%, saindo de R$ 1.916, em outubro de 2018, para R$ 660, em outubro de 2020.

Como começar a investir?

Confira, abaixo, 7 dicas para começar a investir na Bolsa de Valores.

1. Tenha uma reserva de emergência

Antes de começar a investir na bolsa, é importante ter uma reserva de emergência, ou seja, um dinheiro separado para qualquer imprevisto que possa surgir. Essa reserva deve ser aplicada em uma renda fixa e com liquidez – como a poupança, onde o dinheiro rende uma pequena quantia ao mês, mas pode ser retirado a qualquer momento, conforme a necessidade do investidor.

“Ao menos, 6 meses do custo de vida precisam estar na reserva de emergência. Caso a pessoa atravesse qualquer imprevisto financeiro, ela estará coberta até se recuperar”, explica Thiago Godoy.

2. Faça um teste de perfil

O primeiro passo para quem quer começar a investir na Bolsa de Valores é fazer um teste de perfil. O questionário, disponível em corretoras, é capaz de avaliar o perfil comportamental do investidor e a disposição dele em correr riscos.

“A renda variável, como o próprio nome diz, é variável. Você pode ganhar e também pode perder. Por isso, é essencial entender se a pessoa aceita essas variações”, explica Thiago Godoy.

3. Abra uma conta em uma corretora

Corretoras são as instituições financeiras autorizadas a operar no pregão, por isso, ter uma conta em uma corretora é fundamental. “Hoje em dia está cada vez mais fácil abrir uma conta, por meio do celular e de forma completamente remota. Basta preencher os dados e encaminhar os documentos”, ensina o head de educação financeira.

4. Busque conhecimento

Vídeos disponíveis na internet, perfil de influenciadores nas redes sociais, empresas especializadas em emitir relatórios e cursos são algumas das opções disponíveis para quem quer entender mais sobre investir dinheiro.

“Se a pessoa tem interesse em se aprofundar e analisar o mercado, aprender sobre análise técnica e sobre análise fundamentalista é um passo importante. A análise técnica estuda os movimentos do mercado por meio dos gráficos, tentando prever os preços futuros dos ativos. Já a análise fundamentalista estuda os aspectos financeiros e econômicos das empresas emissoras das ações”, diferencia Thiago Godoy.

5. Aposte na diversificação

Diversificar os investimentos é uma estratégia importante para mitigar os riscos de volatilidade e de flutuação da renda variável. “Nunca aposte todas as suas fichas em um lugar só. Se você constrói uma carteira diversificada, com variedade adequada de investimentos de classes de ativos, suas chances de perder são bem menores”, ensina.

6. Fique atento aos conflitos de interesse

Buscar conhecimentos sobre como investir dinheiro pela internet e com ajuda de influenciadores é uma boa alternativa para quem quer operar na Bolsa de Valores. Porém, é preciso ficar atento aos conflitos de interesse.

“Aprender sobre educação financeira e investimentos pela internet é uma coisa. Copiar carteira de influencer de finanças é outra coisa completamente diferente. Fique sempre atento quando alguém te recomendar algum investimento e busque entender quais possíveis conflitos de interesse essa pessoa pode ter”, alerta Thiago Godoy, que destaca que apenas analistas credenciados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – autarquia que regula o mercado de capitais – podem elaborar relatórios destinados à publicação ou divulgação a terceiros a fim de auxiliar ou influenciar investidores no processo de tomada de decisão de aplicações financeiras.

7. Poupe, poupe, poupe

Diferente do que muita gente acredita, a Bolsa de Valores não é uma forma rápida nem tampouco simples de ganhar dinheiro. Apesar de render mais do que investimentos mais conservadores, como a poupança, o segredo é o mesmo: poupar.

“É importante que o investidor entenda que o que fará diferença na vida dele não é a rentabilidade e, sim, a consistência em investir. Poupar muito pouco e esperar multiplicar seu investimento apenas com a rentabilidade é uma ilusão. Para aumentar seu patrimônio você deve poupar sempre”, recomenda o head de educação financeira.

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