As profissões digitais têm ocupado cada vez mais espaço no mercado de trabalho e os influenciadores têm ganhado destaque. Seja ao mostrar o dia a dia, ou com conteúdo que vão de informação ao humor, o número de pessoas que vivem da internet tem crescido nos últimos anos. No Brasil, os números são superlativos, como mostra uma pesquisa da Nielsen.
Na categoria Instagram, o Brasil é líder mundial de influenciadores digitais. Só na plataforma são mais de 10,5 milhões de influencers com cerca de mil seguidores. Já outros 500 mil criadores de conteúdo digital têm perfis com mais de 10 mil seguidores. Porém, ao considerar Instagram, YouTube e TikTok, o país ainda continua no pódio, e é o terceiro no ranking.
Diante do número de influenciadores, surge a dúvida sobre quem é o público dos perfis de influência. Essa questão foi respondida pelo “Relatório Influenciadores Digitais 2023”, feito pela Opinion Box e Influency.me.
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Por trás do sucesso dos influenciadores digitais, existem os seguidores
Antes de entender o que motiva o clique no botão “seguir”, é interessante saber quem são as pessoas que impulsionam os influenciadores digitais: seus seguidores. E aqui vai um spoiler: três em cada quatro internautas seguem pessoas que trabalham com influência nas redes sociais.
O estudo mostra 80% das mulheres seguem influencers nas redes sociais; já entre os homens, esse percentual é de 69%. As mais jovens, entre 16 e 29 anos, são que mais seguem influenciadores, e somam 86% do público dos influenciadores digitais.
Já a plataforma mais escolhida para acompanhar uma pessoa que admira, ou que se identifica, é o Instagram. A rede social é usada por 90% das pessoas que seguem influenciadores. Em segundo lugar está o Youtube, com 62%. Já o Facebook cativa 37% do público e está à frente do TikTok, com 35%. O Twitter, que agora se chama “X”, é escolhido por 18%, com uma grande diferença paraum de seus concorrentes, o recém-lançado Threads, que retém 5% do público dos influenciadores.
O que motiva o seguidor a acompanhar influenciadores nas redes sociais?
Existem fatores determinantes para que o público seja atraído para um perfil. Porém, a beleza do influenciador não é a mais escolhida pelo público. De acordo com o estudo, uma pessoa ser bonita só é critério de escolha para 7% daqueles que seguem influenciadores digitais.
Por outro lado, o conteúdo apresentado é fundamental para fidelizar os seguidores. Gostar do assunto abordado pelo influencer é a primeira opção do público para 69%. Em segundo lugar está a simpatia e o carisma, motivo para dar follow para 48% dos entrevistados.
Para quem busca conquistar o público, é importante ainda mostrar ter experiência no assunto que aborda, uma vez que 41% dos ouvidos pela pesquisa têm esse critério. Uma vida interessante também pode ser atraente, já que esse é um fator de decisão para 30% do público. E, se a beleza é fator determinante para a minoria dos seguidores, o mesmo não podemos dizer sobre a estética do conteúdo. Para 21% a publicação deve ser bonita e atraente.
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Perda de qualidade no conteúdo é motivo para unfollow
Se existem fatores que levam o público até o perfil, há também motivos que fazem deixar de seguir um influencer nas redes sociais. À exemplo disso, temos a perda de qualidade do conteúdo, que pode fazer com que 54% do público dê unfollow no influenciador. Em segundo lugar, as opiniões, uma vez que 43% do público afirmou deixar de seguir quem tem um posicionamento diferente do dele.
Hoje, muitos influenciadores usam o potencial do perfil para divulgar marcas. Porém, 35% dos seguidores disseram que muita propagandan é motivo para unfollow. Já outros 27% disseram deixar de seguir quando há mudança no comportamento ou no estilo de vida, enquanto 26% perdem o interesse quando o influencer passa a tratar de outros assuntos fora do que originalmente os atraiu ao perfil.
Você segue o que não gosta? Há pessoas que sim
Um fato curioso apontado pelo estudo é que, apesar de não se identificar com o influenciador ou até mesmo não gostar dele, há pessoas que continuam a ser seguidores. Apesar de ser um número baixo, apenas 14%, chama a atenção haver pessoas que seguem perfis mesmo sem gostar deles. Além disso, 15% das pessoas afirmaram interagir com o conteúdo de influenciadores que não gostam, seja com críticas ou para demonstrar insatisfação.
Entre os “haters”, termo usado na internet para descrever pessoas que praticam “bullying virtual” ou “cyber bullying“, os homens são maioria, e somam 19%; já as mulheres são 11%.
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Conteúdos: quais os formatos preferidos do público?
As redes sociais têm mudado para se adaptar ao público. Um exemplo disso foi quando o Instagram, que nasceu para a publicação de imagens, passou a permitir que o usuário publicassem também stories e vídeos. Aliás, os vídeos os preferidos dos usuários das redes. Esse formato é escolhido por 74% do público. Já os stories ficam em segundo lugar, com 18%. As fotos aparecem bem atrás, escolhidas por 5% dos usuários, enquanto os textos têm apenas 2% de preferência.
Além disso, 54% dos seguidores buscam por influenciadores que passam confiança. Quem tem o objetivo de crescer no mercado digital no Brasil tem ainda que ser explicativo ou ir direto ao ponto, características escolhidas por 36% e 35% do público, respectivamente.
Ser bem-humorado também atrai o público, para 27% dos que responderam à pesquisa. Outro requisito, é estar bem produzido, valorizado por 26% dos usuários, enquanto a espontaneidade é determinante para 22%.
Você quer ser um influenciador?
Apesar de ser uma profissão que tem atraído grande número de pessoas, nem todo mundo quer seguir a carreira de influenciador digital. Do público da pesquisa, 50% disseram não pretender se tornar um influencer. Já outros 27% não têm certeza quanto a isso, enquanto 23% dizem ter esse sonho. Para 61% dos ouvidos, o número de seguidores não é um indicador suficiente para exercer influência nas redes sociais, mas sim talento.
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