A Pague Menos já soma 1.001 lojas em operação em todo o País e entra na lista seleta de marcas com mais de mil lojas. No varejo, o número é um marco e a rede não deve parar por aí: a projeção é alcançar 1.600 operações até 2021, mas planos da rede não param por aí.
Assim como todo o segmento de varejo farmacêutico, a Pague Menos não parou de crescer, mesmo durante a crise. No ano passado, a marca fechou 22 lojas, mas abriu outras 146. O faturamento chegou a R$ 5,8 bilhões, um crescimento de 21,5% e geração operacional de caixa ficou em R$ 134,5 milhões.
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A performance deve-se, essencialmente, ao crescimento das vendas de medicamentos, afirmou à NOVAREJO o presidente da marca, Mário Queirós. “É um produto de primeira necessidade. As pessoas deixam de comprar eletrodomésticos, de trocar o carro e viajar, mas não deixam de comprar remédio”, afirma.
Para este ano, o crescimento deve continuar na faixa dos dois dígitos e com lucro, que deve ficar próximo de 2% do faturamento. Somente no primeiro semestre, a marca abriu 72 lojas e já registrou crescimento de 12%. A projeção é abrir 188 operações neste ano, mas o número de fechamentos deve dobrar e passar para 40. “Essas lojas são ineficientes. Estamos mais rigorosos e adequando custos”, explica. “A crise faz o nivelamento e tira todo mundo que não está com a operação bem feita. Sobressai quem está com a operação perfeita. Acreditamos que podemos manter esse ritmo de crescimento”, diz.
A preocupação com a gestão e com os custos ficou ainda maior depois que o fundo norte-americano General Atlantic comprou 17% da empresa por R$ 440 milhões. “A ideia é melhorar a performance da empresa para fazer o IPO. Com certeza isso não acontecerá em 2017 ou 2018, quando o mercado ficará instável por conta das eleições. Deve ficar para 2019”, afirma o executivo. A expectativa da empresa é colocar nas mãos do mercado até 35% da empresa, incluindo os 17% que estão com o fundo norte-americano.
Estratégia
A primeira vez que a rede cogitou captar recursos por meio da abertura de capital na Bolsa de Valores foi em 2012, quando muitos especialistas sinalizavam que a economia poderia interromper o forte crescimento que estava registrando.
Em 2015, a companhia voltou aos planos, mas preferiu esperar novamente e buscar um sócio, que veio. “Dependemos do humor do mercado e toda essa turbulência chegou. O momento não era propício. Temos de ficar balanceando o humor do mercado e os bons números da empresa. Acreditamos que esse humor deve voltar em 2019”, diz. “Agora, não estamos precisando de capital. E nosso endividamento está em um nível saudável”, afirma. A companhia está sendo assessorada pelo Itaú e pelo Credit Suisse.
Agora, afirma Queirós, a companhia passa por ajustes contáveis para se equiparar aos principais players listados na Bolsa. “A General Atlantic tem agregado valor à empresa, fazendo intervenções
cirúrgicas. O fundo trouxe mais profissionalismo para a empresa, principalmente na parte de precificação, gestão operacional, e de redução de custos, sempre visando rentabilizar a empresa”, diz.
Além da expansão com lojas, a marca também investe no digital, que ainda representa menos de 1% do faturamento da companhia. “Estamos ampliando nosso investimento, principalmente em São Paulo, nosso principal mercado no digital”, afirma.
A marca também quer expandir os serviços dentro das lojas. Em torno de 570 unidades contam com o espaço Clinic Farma, uma das prioridades da rede. São salas de atendimento e prestação de serviços farmacêuticos, incluindo acompanhamento do tratamento prescrito pelo médico, revisão da medicação, esclarecimento de dúvidas, orientação a clientes com diabetes, hipertensão, risco cardiovascular, asma e obesidade.