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Oniomania: você sabia que o vício em compras é uma doença?

Oniomania: você sabia que o vício em compras é uma doença?

O indivíduo que sofre de oniomania é incapaz de lidar com os próprios impulsos - mesmo quando está cheio de dívidas. Entenda como funciona essa doença

“Está lá. Finalmente, está lá. E é meu. Completamente meu. Posso fazer com ele o que eu quiser, visto que lutei por isso. Durante dias e dias da minha vida sonhei e, vejam só, agora ele é meu”, pensou ela, sorrindo. Os olhos brilhavam. Sentia-se madura e via um horizonte cheio de oportunidades. De repente, o mundo se expandia, a mente alcançava possibilidades jamais atingidas. Ela era capaz de tudo. O mundo era dela. O primeiro salário acabara de cair na conta da moça, que se sentia completa.

Os problemas começaram, porém, justamente com aquele aquela primeira recompensa: o dinheiro não sobreviveu por muito tempo na conta bancária. Os gastos cresceram de forma irresponsável e acrítica. O tempo foi um potencializador das dívidas que, descontroladas, se multiplicavam. Assim, a sensação de liberdade e as possibilidades vistas naquele primeiro momento se transformaram em uma prisão. Ela já não via mais saída e não tinha conhecimento sobre como liquidar todas as dívidas.

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Perdeu a conta de quanto precisava pagar, perdeu a confiança de amigos e familiares. Nessa situação, chorou, sentiu vergonha e medo. Parecia estar no fundo do poço. Tempos depois, soube que sofria de oniomania – ou de compulsão por compras.

Essa história, apesar de fictícia, pode refletir a realidade de pessoas que sofrem do vício em compras. O primeiro sinal da doença, de acordo com o psicólogo Walter, é a impulsividade – e isso vale para outros vícios, também.  momento crítico é aquele em que o indivíduo não consegue resistir a um determinado estímulo. Em segundo lugar, como um segundo estímulo, surge a compulsividade. E ele explica: “enquanto trabalha, namora, estuda, o indivíduo permanece pensando em fazer compras”. Depois, o vício começa a gerar prejuízos financeiros, sociais, afetivos, laborais e, por fim, cria um estreitamento de repertório. Nesse sentido, o psicólogo aponta que “uma vida bem vivida é formada de prazeres diversos”. O dependente, entretanto, só consegue olhar para um deles.

Como começa?

Para Mattos, há várias razões para o desencadeamento de um vício em compras. “Genericamente falando, existe algo como um mecanismo de compensação. A compra é usada como mecanismo para que o indivíduo fique feliz quando não está”, explica. Tatiana Filomensky, que também é psicóloga, acrescenta que esse paciente sente uma preocupação excessiva em comprar. “Ele sente uma inquietação quando está impedido de comprar por qualquer motivo”, explica.

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Pedro Shiozawa, psiquiatra, argumenta que a oniomania traz sofrimento. E o impacto alcança muitas pessoas. Prova disso é que, de acordo com o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da Vila Mariana, em 2015, entre 2% e 8% da população sofria de oniomania. Mattos, entretanto, defende que há poucos estudos mais sérios e metodologicamente adequados sobre o tema. “Há uma percepção geral de que o número de pacientes que sofrem dessa doença vem aumentando”, diz.

O médico lembra que a nossa sociedade é muito direcionada para o consumo – e isso não é um problema. “Mas, para pessoas que têm um transtorno compulsivo, isso é um prato cheio”, argumenta. “Quem não consegue controlar é incentivado o tempo todo e não tem os mecanismos para se proteger. Mas eu não acho que a sociedade tem culpa, nem as empresas. É uma doença no circuito do cérebro”.

A complexa mente humana

A oniomania geralmente vem acompanhada de outras doenças – e o nome para essas combinações é comorbidade. “Mais de 30% dos pacientes passam por isso”, diz Shiozawa. Na maioria dos casos, os indivíduos sofrem também de ansiedade e/ou depressão. “Isso acontece porque as compras compulsivas geram um desarranjo tão grande que acabam dando origem a uma disfunção, um sentimento de culpa muito grande e uma preocupação excessiva sobre como lidar com a situação”, argumenta.

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Shiozawa explica que quem sofre de oniomania normalmente tem desarranjos familiares e sociais. “As pessoas veem o doente como mau caráter, incapaz de planejar, imprudente”, diz. Ele defende que o papel dos familiares é ajudar – e isso inclui impedir que esse indivíduo use o cartão de crédito, por exemplo.

Como ressalta Tatiana, ao iniciarem o tratamento, os indivíduos estão inseridos em um cenário de ausência de confiança. “As famílias precisam de orientação para entender o que está acontecendo e como devem proceder”, explica. “Os familiares precisam ajudar. Educação financeira ajuda o próprio comprador compulsivo e também aqueles que estão no entorno”, complementa, quando questionada sobre a importância desse tipo de iniciativa.

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