Como as mulheres lidam com a própria saúde? Historicamente, temos o perfil de cuidadoras e de dar mais atenção à questão, mas esse comportamento não se aplica na prática. Em um país continental com múltiplas realidades, considerar que todas agem do mesmo jeito em relação à saúde é equivocado. E essa é uma afirmação baseada em estudos.
Recentemente a Dasa fez uma pesquisa para identificar como as pessoas lidam com sua própria saúde em quatro regiões metropolitanas do Brasil. Nessa pesquisa conseguimos dividir os brasileiros em 6 personas: exigentes; motivadas; simplistas; malabaristas; carentes e desinteressadas.
São comportamentos que conseguimos reconhecer facilmente e que não têm, necessariamente, a ver com a necessidade de cuidados. Afinal, ouvimos mulheres com doenças crônicas associadas a maior probabilidade de câncer mama, por exemplo, e que, mesmo assim, esquecem dos exames de rastreio. O que encontramos acende um sinal de alerta e desmonta justamente a imagem de que as brasileiras se cuidam – e isso pode ser especialmente importante para as ações de Outubro Rosa.
Em primeiro lugar no ranking da pesquisa, com 20,6%, está a persona do “simplista”: aquela que faz só o que é indolor e descomplicado em relação à sua saúde, sem alterar muito a rotina. Foge dos check-ups anuais e a sua frase mais comum é “o que faço já está bom e só farei mais quando for necessário”. Se reconheceu? E tem um agravante: a maioria dessas mulheres tem mais de 56 anos de idade, faixa etária com maior incidência do câncer de mama.*
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Em segundo lugar (20,3%), está o grupo das “carentes”. Fazem pouco em relação à saúde, mas se sentem mal e gostariam de mudar. Elas precisam de direcionais sobre os procedimentos da maneira menos complicada possível. A seguir, estão as “malabaristas” (19,2%), para quem a saúde é importante, mas que não têm tempo de se cuidar. Conheço um bom número de executivas que se encaixam nesse perfil.
As “motivadas” (19%) e “exigentes” (11,1%), que costumam fazer exames preventivos, são proativas e exigentes em relação aos serviços de saúde, mas estão atrás no ranking. E, finalmente, as “desinteressadas” (9,3%) não têm opinião sobre o tema e não fazem exames ou consultas periódicas antes de apresentarem sintomas sérios.
O cenário traçado por esse estudo mostra que as mulheres podem se cuidar mais do que os homens, mas estão longe de realizar as ações preventivas necessárias para a redução no índice de complicações de doenças sérias, como o câncer de mama. Em comum, todos os perfis consideram a jornada de saúde, tanto no SUS quanto na rede privada, fragmentada, complicada e demorada.
Em cada um desses perfis encontramos mulheres únicas e que se relacionam de maneira muito específica com a saúde e com a vida. Para elas, precisamos oferecer uma jornada também única e especial, em que ela se engaje e encontre a saúde que precisa.
O diagnóstico precoce é uma arma poderosa e, além de ampliar e facilitar o acesso a exames de mamografias, é necessário incorporar novas tecnologias para integrar as redes de diagnóstico e tratamento, diminuindo o tempo entre essas duas etapas. Humanizar a jornada também é primordial, formando uma rede de assistência acolhedora e didática, que olhe no olho dessa paciente e a coloque no centro do cuidado.
Esse é um passo importante para que frases como “não tenho tempo” ou “o que faço já está ótimo” fiquem no passado. Já avançamos em relação à integração de dados, experiência do usuário e uso inteligente de recursos, mas muito ainda precisa ser feito. Em alguns anos, espero que um novo estudo nos traga um painel de perfis com mulheres (e homens também) mais envolvidos com a promoção da saúde.
*Por Andrea Dolabela, diretora-geral de Produtos, Marketing, Experiência e Data Analytics da Dasa.
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