A Chilli Beans nasceu onde muitas e consagradas marcas de moda nasceram: no Mercado Mundo Mix, evento que pautou o cenário de moda na década de 90. Dos mais de 200 óculos comprados nos Estados Unidos e vendidos no Brasil a primeira loja, ao primeiro ponto fixo, na Galeria Ouro Fino, em São Paulo, foi um pulo e em 2000 a marca descolada abria o primeiro quioesque em um grande shopping, o Villa Lobos.
Depois de 17 anos, a Chilli Beans soma cerca de 700 lojas no Brasil, Portugal, Estados Unidos, Colômbia, Kuwait, Peru, Abu Dhabi e México. A operação de Miami, que ainda não saiu, deve inaugurar em outubro. E nos próximos quatro anos, a ideia é chegar a 1200 operações em todo o mundo. O segredo? Colocar pimenta em tudo o que faz, contou nesta tarde no Conarec 2015 o fundador da marca, Caito Maia.
“Você tem de oferecer muito mais para o consumidor, porque é muito óbvio para uma loja de óculos vender óculos”, afirmou. Nessa lógica, as pessoas têm peso relevante para a marca. “As pessoas que vendem Chilli Beans amam a marca, tem uma relação forte com ela e isso vale muito”, disse. Para manter uma nação de funcionários engajados e entender as particularidades de cada mercado, o empreendedor visita cerca de 200 lojas por ano. “Tem de conversar e ouvir muito”, contou.
Para manter a perenidade da marca, Maia já cultiva pimentas nas novas gerações e realiza constantemente pesquisas com “consumidores” com idade entre 8 e 14 anos, sem contar a oferta de coleções direcionadas para esse público. “Não estou aqui para durar três anos”, avisou.
Em cada coleção, a empresa imprimi uma história. “Fazer por fazer não adianta nada”, disse. E todas elas têm em comum a irreverência do próprio fundador. Uma das últimas ações foi trazer o ícone do rock Iggy Pop para o São Paulo Fashion Week “só” para ele quebrar um óculos gigante da marca. “Tivemos 20% mais retorno com essa ação do que com uma convencional”, contou.
Para o próximo ano, os planos são gigantes: reunir no famoso navio em que realiza a habitual convenção da marca não apenas pessoal interno, mas também consumidores. “É para quem quer saber as próximas tendências. Não vamos para Milão ou Paris – fazemos nossa própria tendência”, disse. O chamado Chilli Beans Fashion Cruise terá as conhecidas festas da marca, mas também palestras, workshops, desfiles com estilistas e instituições renomadas da moda.
Há ainda um projeto inusitado: um carro da Chilli Beans, que a marca deve fazer com a Volkswagen.
Mas o grande segredo do sucesso da marca na avaliação do próprio empreendedor é bem diferente de todas essas criações. “O cliente tem de ser tratado com respeito de um jeito simples e fácil e não ficar discutindo problema. O mercado brasileiro judia demais do cliente e isso é uma oportunidade para qualquer um. Não tenho nenhuma invenção de roda pra mostrar pra vocês”, concluiu.
Acompanhe tudo o que acontece no Conarec 2015.
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