O futuro do trabalho está intrinsecamente ligado às transformações tecnológicas e sociais que moldam a sociedade. À medida que se avança em direção a uma era cada vez mais digitalizada, as dinâmicas laborais passam por mudanças significativas, impactando diretamente o consumo.
A automação, inteligência artificial e a crescente adoção de tecnologias disruptivas têm o potencial de alterar radicalmente a natureza do emprego, criando novas oportunidades, mas também gerando desafios inéditos.
A ascensão da automação, por exemplo, promete aumentar a eficiência e a produtividade, mas também levanta questões sobre a substituição de empregos tradicionais por máquinas.
Nesse contexto, é imperativo considerar como essas mudanças no mercado de trabalho afetarão o poder de compra e os padrões de consumo das populações.
O equilíbrio entre a automação e a criação de novos empregos será crucial para sustentar uma economia saudável e garantir que as pessoas possam manter seu nível de vida.
Ao mesmo tempo, as transformações no trabalho também influenciarão os setores e indústrias que prosperarão no futuro. Novas habilidades serão demandadas, e a educação terá um papel fundamental na preparação da força de trabalho para os desafios emergentes.
Essa evolução no cenário profissional terá implicações diretas nos padrões de consumo, moldando a demanda por produtos e serviços alinhados às necessidades do mercado e às expectativas dos consumidores.
As tendências globais para o futuro do trabalho
O Futuro do Trabalho 2023 é uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial, que entrevistou 803 empresas que empregam mais de 11 milhões de pessoas em 45 países.
Nesse levantamento, 75% das empresas afirmaram que devem adotar nos próximos cinco anos tecnologias como computação em nuvem, big data e inteligência artificial, e informaram em que áreas preveem contratar mais e em quais deverão demitir.
As posições que deverão apresentar crescimento mais rápido são relacionadas a digitalização e sustentabilidade. Por outro lado, posições ligadas a áreas administrativas, operação em fábricas e no comércio deverão encolher.
Um estudo da Accenture, “Uma nova era de IA Generativa para todos”, estima que cerca de 40% das horas gastas no trabalho atualmente são dedicadas a tarefas que poderiam ser feitas por ferramentas de IA Generativa.
Esses dados mostram que algumas posições podem ser eliminadas e outras podem ganhar muita eficiência se a pessoa encarregada de realizar tarefas que podem ser automatizadas estiver habilitada a usar ferramentas de IA.
O “Relatório sobre Habilidades Globais 2023” da Coursera indica que estudantes com pós-graduação tendem a consumir mais cursos ligados a IA e aprendizado de máquina, o que pontua que pessoas com maior nível de educação, e consequentemente, de renda, já percebem e estão se preparando para essa tendência, para usar ferramentas de IA Generativa como mais um recurso para realizar o seu trabalho.
“Nosso desafio como sociedade, um desafio compartilhado entre setor público, privado, ONGs e o sistema de ensino, é trazer essa consciência e, principalmente, a capacitação necessária, para que pessoas com menos escolaridade e renda também aprendam a usar e possam se apropriar dos avanços gerados pela IA”, afirma Andréa Leal, Gerente de Treinamentos Massivos da Amazon Web Services (AWS) para a América Latina.
A AWS, segundo a executiva, tem clareza sobre a sua responsabilidade nesse desafio de capacitar talentos e trazer mais diversidade para o setor de tecnologia, e tem compromissos ousados e claros na esfera da educação em tecnologia.
A companhia assumiu o compromisso global de treinar 29 milhões de pessoas em habilidades de nuvem até 2025, e desde que assumiu esse compromisso, em 2020, já capacitou mais de 21 milhões de pessoas no mundo todo.
A AWS também anunciou recentemente o ‘AI Ready’, um programa com um investimento de US$ 12 milhões que visa fornecer treinamento e educação gratuitos em habilidades em IA para 2 milhões de pessoas globalmente até 2025.
No Brasil, construiu parceria com grandes clientes, como Grupo Boticário, Meta, Localiza, Universidade Estácio e Nexa Resources, para lançar programas de capacitação que vão qualificar meio milhão de pessoas em computação em nuvem até o final de 2025.
Hábitos de consumo e tecnologias prosperam no pós-pandemia
Uma pesquisa do Sebrae indica que, depois da pandemia, o consumo de todos os tipos de delivery e as compras on-line aumentaram, e essa é uma tendência que continuou depois da pandemia.
Assim como os consumidores assimilaram alguns dos hábitos que adquiriram naquele período, as empresas também aproveitaram o acesso aos recursos proporcionados pela transformação digital para aprimorar ainda mais os seus negócios.
As organizações estão investindo no uso intensivo de tecnologia e estão cada vez mais orientadas por dados, em busca de inovações centradas no cliente.
“Com os dados certos, é possível intensificar a eficiência nos negócios, identificar e melhorar os processos e a performance a fim de promover experiências melhores, mais personalizadas e aprofundar o engajamento”, explica Andréa Leal.
“Soluções avançadas de inteligência artificial, machine learning, reconhecimento facial e robotização estão sendo implementadas para agilizar processos e otimizar toda a cadeia”, elenca.
Isso porque a Covid-19 teve um impacto profundo na sociedade e forçou governos, instituições educacionais e as empresas a implementar rapidamente soluções que permitissem que as pessoas continuassem trabalhando e estudando, ao mesmo tempo em que mantinham o distanciamento social.
A nuvem foi fundamental para manter negócios funcionando, aulas acontecendo e para acelerar pesquisas sobre as vacinas. A demanda do Zoom, serviço de videoconferência, passou de 10 milhões de participantes diários em reuniões para 300 milhões em apenas algumas semanas.
“A AWS permitiu que a Zoom configurasse centenas de milhares de servidores em menos de um mês para atender a essa demanda, em vez dos vários meses que seriam necessários para configurá-los fisicamente”, relata Andréa Leal.
O mesmo salto aconteceu com iFood, Uber e Netflix, clientes AWS que contaram com a escalabilidade da nuvem para atender a um novo patamar de consumo no período da pandemia. Empresas que não estavam na nuvem entenderam a urgência de migrar.
A indústria entendeu a necessidade de reforçar sua presença digital e a importância de investir em infraestrutura para fazê-lo com segurança, e houve um aumento expressivo na demanda por profissionais de operações de TI e de nuvem.
“Hoje, a taxa geral de utilização da nuvem no País para serviços básicos, como a utilização de e-mail, operações comerciais ou soluções de armazenamento baseadas na nuvem, está em 62%. E a adoção intermediária e avançada, que contempla o uso de gerenciamento de relacionamento com clientes ou soluções empresariais e ferramentas de planejamento de recursos é menor, com apenas 13% utilizando recursos de IA”, reforça.
Os dados acima fazem parte do estudo “Compreendendo uma economia habilitada pela nuvem: Como a nuvem impulsiona o impacto econômico e social através de micro, pequenas e médias empresas”, encomendado pela AWS para avaliar os benefícios potenciais da mudança para a nuvem de PMEs, mensurar os níveis de adoção da nuvem e prever uma economia habilitada para a nuvem em 2030.
O suporte para um ambiente de trabalho altamente tecnológico
A IA tem o potencial de se tornar uma tecnologia revolucionária para aumentar a produtividade, além de auxiliar as pessoas em tarefas repetitivas ou que exigem muito tempo, o que já está acontecendo.
No entanto, para aproveitar as oportunidades ao seu favor, é preciso que o profissional esteja atento às mudanças no mercado e invista em capacitação.
Um estudo da Access Partnership em colaboração com a Amazon Web Services (AWS) envolveu 1.600 funcionários e 500 organizações no Brasil, de todos os setores, e as descobertas mostram que:
- 97% de todos os empregadores pesquisados esperam usar soluções baseadas em IA até 2028;
- 68% dos empregadores esperam que a automação de tarefas seja o principal benefício da IA;
- 98% dos empregadores e 97% dos funcionários entrevistados conseguem identificar pelo menos um benefício da IA generativa, mesmo que não planejem usá-la.
Os empregadores estão dispostos a pagar uma média de 46% a mais em salários para funcionários com habilidades em IA. O maior salário se justifica porque os empregadores pesquisados acreditam que a IA impulsionará a produtividade em 66% quando for plenamente usada ao longo de todas as funções profissionais.
O que está por vir?
De acordo com Andréa Leal, Gerente de Treinamentos Massivos da AWS para a América Latina, há muita coisa.
As aplicações de IA generativa mais populares hoje são apenas a ponta do iceberg para o futuro do trabalho, quando se considera o que é possível fazer com ela na área da saúde, nas montadoras, nas fábricas, no setor financeiro, no varejo, e por aí vai.
“A IA generativa vai aumentar a velocidade dos lançamentos no mercado e impulsionar a redução de custos em empresas dos mais diversos setores. Estamos prestes a ver a próxima onda de adoção generalizada de aprendizado de máquina, com a oportunidade de reinventar cada experiência e aplicação do cliente com IA generativa”, salienta.
E com a aceleração do uso de IA Generativa, a demanda por computação em nuvem vai explodir. Um estudo do Fórum Econômico Mundial de 2020 já previa que a computação em nuvem seria o principal tipo de tecnologia em que empresas de todo o mundo iriam investir até 2025.
Com a democratização do uso de IA Generativa, a tendência é de que o investimento em nuvem cresça ainda mais, porque os aplicativos de IA precisam ser treinados em grandes bases de dados, e a infraestrutura mais adequada e capaz de processar grandes volumes de dados com segurança e escalabilidade é a nuvem.
“A adoção massiva da IA generativa vai criar um salto de inovação e produtividade. Na AWS, estamos muito animados por poder proporcionar a grandes, médias e pequenas empresas, startups, governos e à sociedade brasileira as ferramentas que poderão alçar o país à liderança dessa transformação digital”, finaliza.