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O futuro do dinheiro, segundo o MIT

O futuro do dinheiro, segundo o MIT

Pesquisadora do MIT fala no SXSW 2018 sobre o poder e a força das criptomoedas. Será que elas serão dominantes no futuro? Entenda

Será que as criptomoedas estão destinadas a maneira pela qual investimos, economizamos, emprestamos e consumimos? Unindo dinheiro e software, as criptomoedas permitem novos formatos de transação. Esse novo sistema financeiro está sendo pesquisado pela elite do MIT.

Neha Narula, Diretora da Iniciativa de Criptomoedas do MIT, fez uma palestra no SXSW, o maior evento de comportamento, tecnologia e inovação, que ocorre em Austin (EUA), sobre o futuro do dinheiro, que esclareceu muitas questões acerca da viabilidade dessas moedas e seu potencial de inovação. Neha faz palestras no TED sobre o futuro do dinheiro e já desenvolveu sistemas de armazenamento e uso de petabytes de dados imutáveis.

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As criptomoedas envolvem inúmeras dimensões, segundo Neha: política, econômica, saúde, comportamento, tecnologia, segurança, regulação. É por isso que o assunto precisa ser visto de uma forma mais abrangente.

Mas antes de pensar nas criptomoedas, é necessário compreender o que significa dinheiro. Neha Narula traçou uma timeline do desenvolvimento do dinheiro. “Dinheiro não existe de fato. Dinheiro é uma história imaginária para a qual atribuímos valor. Se olharem para a Venezuela hoje, verão que o dinheiro perdeu seu valor. É uma história que precisa ser reescrita”, comentou a pesquisadora.

A Companhia das Índias Ocidentais, a primeira corporação global, foi também a primeira a arrecadar dinheiro de pessoas comuns para investir sob a expectativa futura de resultados. De lá para cá, investir em companhias abertas demanda uma quantidade imensa de procedimentos, mas o princípio é o mesmo: pessoas depositam confiança na capacidade de uma empresa gerar valor.

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Criptomoedas em toda parte

O que significa hoje a explosão das moedas digitais? Uma democratização ou descentralização dos meios de controle e distribuição de moedas? O que é uma criptomoeda, afinal? Em 2009, um código foi lançado na internet. E então uma moeda nasceu sem interferências de nenhuma instituição garantidora, seja empresa, banco ou autoridade política. Mais do que isso, a transação e transmissão dessa moeda utiliza uma técnica de criptografia extremamente sofisticada, chamada de blockchain. O curioso é que o bitcoin é uma lista de pessoas que fizeram, acreditaram e validaram transações com criptomoedas.

Há três anos, em 2015, contratos inteligentes baseados em blockchain foram criados. Em 2016, o blockchain tornou-se tecnologia apartada do bitcoin. Em 2017, foram lançadas ICOs, ou oferta pública inicial de moedas. A inteligência e sofisticação do blockchain é tamanha que suas aplicações são extraordinárias, para contratos, saúde, autenticação, heranças.

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Protocolos diferentes e abertos

Outra característica das criptomoedas é que elas seguem a plataforma da internet na essência. Baseada em camadas de protocolos independentes e abertos, o bitcoin é uma evolução desses protocolos, que vai além de pagamentos e pode ser usado em contratos, derivativos e investimentos e até mesmo na descentralização do câmbio.

Ao mesmo tempo que o bitcoin e o blockchain abriram essas possibilidades, hoje são vítimas de intenso ceticismo. Se a internet nasceu de um projeto baseado nos diversos protocolos desenvolvidos nas universidades e órgãos do governo, o mesmo aconteceu com a criptomoeda. Hoje, no entanto, as criptomoedas estão se multiplicando sem critério ou lógica, há moedas digitais para planos dentais e até mesmo para religiões. E essa proliferação insana de moedas sem controle joga dúvidas sobre a validade da tecnologia em si.

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Quem é o responsável?

Diante desse cenário de confusão, a pergunta é inevitável: quem é o responsável ? E que valores estão realmente indexados à está tecnologia? A quem ela interessa? Neha diz que é preciso pensar melhor nessas possibilidades da tecnologia: “se há 2 bilhões de pessoas sem acesso a banco, não precisamos que tenham acesso, mas precisamos permitir que possam ter uma moeda que as ajude”.

As criptomoedas podem ser a solução para problemas de distribuição de renda, podem ser democratizadas e atraírem mais e mais pessoas a comporem a rede. Ela diz que criações à margem das instituições podem ser benéficas a ponto de funcionarem como forças motivadoras de novas ideias e práticas. “Sem o bit torrent, por exemplo, não haveria Netflix. O Torrent mostrou que pessoas queriam ver filmes sob demanda e via streaming”, lembra a pesquisadora.

As criptomoedas podem ser uma forma de descentralizar o acesso ao dinheiro. Pessoas querem investir, fazer transações, transferências pela internet. E a arquitetura do blockchain pode ser valiosa para atingirmos esse patamar. Neha Narula finaliza dizendo que toda criptomoeda tem uma velocidade controlada. Não há ainda tecnologia capaz de realizar mais de sete transações por segundo. Isso controla a capacidade de disseminação do bitcoin, mas assegura a sua segurança.

Ainda assim, ela acredita que micro-pagamentos serão utilizados largamente com a tecnologia de criptomoedas.

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