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O futuro da indústria da moda impactado pela Covid-19

O futuro da indústria da moda impactado pela Covid-19

Relatório do Think With Google lista as três principais tendências que emergiram por causa da pandemia e devem guiar o consumo fashion nos próximos anos

Uma das últimas grandes transformações da indústria da moda aconteceu quando as chamadas “fast-fashion” tomaram o mercado, subverteram o fluxo de consumo e abaixaram os preços impactando toda a cadeia de produção e venda de roupas, acessórios e calçados. A partir de 1990 elas se espalharam pelo globo, chegando ao Brasil no final da década e no começo dos anos 2000. O consumo se acelerou, com essas marcas lançando mais de 50 coleções diferentes ao ano, de forma a chamar constantemente a atenção do consumidor em suas vitrines.

Pois com a Covid-19, foi a vez de um organismo microscópico causar tanto ou mais impacto que o surgimento de gigantes como Zara ou H&M. De acordo com um recente relatório lançado pelo Think With Google, a pandemia da Sars-Cov-2 impactou três tendências que vinham surgindo mais lentamente nesse mercado. Saiba quais são os pilares que devem sustentar os próximos passos do mundo fashion.

O fim da sazonalidade

Eventos como as semanas de moda ficaram por décadas ditando o calendário de lançamentos baseados nas estações do ano, certo? Pois de acordo com o Google Trends, a sazonalidade ganhou nova característica em 2020: a do “always ON”, ou do “sempre conectado”. Isso significa uma maior procura por peças e objetos que, independentemente da estação do ano, estejam disponíveis refletindo muito mais o interesse dos consumidores do que as coleções baseadas no clima e nas épocas do ano.

Este novo calendário de compras é bem mais orgânico e depende menos do que imposto de fora e mais dos desejos de busca dos consumidores. Ele também é um reflexo do aumento massivo de informações de moda que as pessoas têm hoje. Marcas e designers que já estão antenados com esse futuro aproveitaram essa mudança de sazonalidade para pensar em sustentabilidade, focando em itens mais atemporais e que não estão presos ao conceito de estar “dentro” ou “fora” de moda. Um exemplo recente é o da Gucci, que anunciou, em maio de 2020, a redução do número de shows e coleções.

Cultura online como inspiração

Plataformas de vídeo online, como o YouTube, e mídias sociais, se tornaram fundamentais na difusão do que vai se tornar moda. A possibilidade de comprar a qualquer momento e em qualquer lugar – independentemente da marca -, abriu uma enorme gama para se criar novos estilos. Os insights vêm dessa movimentação diária pelas redes sociais, mas também das comunidades que vão se formando em torno de determinados produtos. Os tênis são um grande exemplo disso. Apesar de tudo estar mais pulverizado, no que se refere ao número de fontes que influenciam o comportamento de compra, o fato de as pessoas terem passado praticamente metade do ano em casa, consumindo vídeos e conteúdos online, consolidou as plataformas de mídias sociais em verdadeiros trendsetters. Não é de se estranhar, portanto, que todos os esforços de venda das labels de moda foquem no online.

Por último aqui, vale ressaltar que a tendência de fashion shows online será mantida – até porque os eventos com muitas pessoas estão sem data real para acontecer. Este ano, o canal YouTube.com/Fashion sediou a primeira semana de moda de Paris totalmente digital em parceria com a Federação de Alta-Costura e Moda, da França.

Reimaginando o omnichannel

Neste ponto, a mudança causada pela pandemia de Covid-19 foi bastante perceptível. Com lojas físicas fechadas, o comércio eletrônico se tornou o “rei” (e a salvação para a maioria das marcas). Uma pesquisa realizada pelo escritório Enders Analysis mostra que o comportamento de consumo online deve perdurar, ainda que a pandemia arrefeça. Espera-se que chegue a 25-27% do total de vendas ligadas ao mercado fashion até o final do ano. Serão cerca de 4 bilhões de libras (falando do mercado apenas do Reino Unido) em gastos online no quarto trimestre de 2020. A lição a se aprender aqui é mais direta: de agora em diante os consumidores querem ter a possibilidade de comprar em vários pontos de contato e plataformas diferentes. É a conveniência para o cliente que deve mandar agora. Vale ficar de olho nessa premissa.


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