Na era da informação, segurança de dados e privacidade no mundo digital é tema de interesse a qualquer um com mínimo de acesso a dispositivos. Conforme as tecnologias e softwares avançam, as técnicas de golpe evoluem de acordo. As abordagens dos crimes se moldam de acordo com o segmento, e entre as empresas de software e tecnologia, a ameaça predominante ao usuário é o golpe do suporte técnico. Na tarefa de entender novas características do fenômeno, a Microsoft encomendou uma pesquisa e descobriu que, entre as diversas brechas para cibercriminisos agirem, as gerações mais novas se arriscam mais na internet, sobrestimam seus próprios conhecimentos, e caem mais no golpe do suporte.
Na pesquisa, que inclui dados sobre golpes do suporte no Brasil, a Microsoft lembra que os golpes de antigamente, feitos sobretudo por telefone com malfeitores se passando por funcionários da Microsoft ou outras empresas, agora acontecem com falsos “pop-ups”. Os chamados aparecem nas telas das pessoas com a intenção de convencê-las de que há algo errado com seus computadores, e os fraudadores cobram para reparar problemas inexistentes.
A Microsoft diz que recebe aproximadamente 6.500 reclamações de vítimas de golpes de suporte técnico todo mês. Ainda que tenha havido uma redução em comparação à média de 13 mil notificações em anos anteriores, os criminosos continuam se fazendo de colaboradores. A pesquisa da Microsoft feita em 16 países consegue contrastar com o histórico de anos anteriores, de 2018 e 2016.
Entre os dados mais alarmantes sobre características das fraudes, a pesquisa aponta que as informações financeiras confidenciais são as mais visadas nos golpes. Para chegar nelas, os golpistas geralmente solicitam que consumidores baixem um software ou acesse um site, ou pedem um documento de identificação. Em paralelo, os golpistas usam estruturas cada vez mais sofisticadas.
“Devido à pandemia, o uso de ferramentas digitais tem sido de vital importância para todas as empresas e indivíduos e foi um fator determinante na capacidade de adaptação às novas condições de trabalho remoto e a digitalização de uma grande gama de serviços. Vivemos em constante evolução tecnológica e a fraude de suporte técnico não é exceção. Não enfrentamos mais apenas ligações fraudulentas, mas também uma infraestrutura mais sofisticada que aproveita os vendedores parceiros para implantar pop-ups de aparência legítima para os consumidores, levando-os a se comunicarem com call centers fraudulentos”, explica a líder da unidade de crimes digitais para as Américas na Microsoft, Victoria Beckman.
“Também vemos golpistas usando email, a otimização de motores de busca e táticas de engenharia social para atrair as vítimas. Estas táticas têm servido para expandir um modelo de negócios facilmente replicável, com os perpetradores compartilhando recursos, incluindo encaminhamentos para call centers, clientes em potencial e processadores de pagamentos”, alerta a especialista.
Corte demográfico
Aprofundando o corte demográfico por gerações, a pesquisa da Microsoft entende que as novas gerações participam de atividades online mais arriscadas — o que justifica a maior exposição. Nos países estudados, quem perdeu dinheiro para o golpe do suporte disse que teve maior participação em atividades arriscadas na internet e superestimaram suas habilidades. Assim, os jovens são as vítimas mais frequentes na categoria de golpes de suporte técnico, especialmente homens millennials e da Geração Z. A pesquisa aponta que esses perfis se aventuram mais em atividades online de risco, como o uso de sites de torrent e a troca de endereços de e-mail para conteúdo, em comparação às gerações mais avançadas.
Golpes do suporte no Brasil
A Microsoft constatou na pesquisa deste ano que 70% dos adultos brasileiros estiveram expostos a um golpe de suporte técnico — o que expressa um aumento em relação aos 67% registrados em 2018. Houve um aumento de 5 pontos percentuais no número de pessoas que caem no golpe (29%), o que também expressa um singelo aumento nas pessoas que perdem dinheiro — de 5% para 7%.
A pesquisa aponta que é menos provável que os consumidores confiem em contatos não solicitados e consideram cada vez menos provável que uma empresa entre em contato com eles dessa forma, o que aponta para uma maior orientação e alfabetização digital por parte dos consumidores. Por outro lado, conforme o estudo, os millennials confiam mais que outras gerações, o que aumenta as chances de darem continuidade a um provável golpe.
Golpes no mundo
Globalmente, os consumidores estão menos expostos a golpes de suporte técnico. De acordo com o estudo, isso acontece porque as pessoas estão mais instruídas e mais céticas em relação a ligações e pop-ups em comparação a outros anos. Na média global, três em cada cinco consumidores se depararam com um golpe de suporte técnico nos últimos 12 meses, sendo que um em cada seis caiu no golpe.
Na perspectiva demográfica, os millennials (24 a 37 anos) e a Geração Z (18 a 23 anos) foram os mais expostos a golpes. Um em cada 10 millennials e um em cada 10 Gen Z que se depararam com um golpe caíram na fraude e tiveram prejuízos financeiros. Entre os deram continuidade a um golpe, a brecha mais comum foi a alegação de problemas com o computador (30%), seguida por senhas comprometidas (23%) e uso fraudulento de cartões de crédito, débito e departamentais (18%).
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