O sonho de Elon Musk, um dos bilionários mais controversos da atualidade, é colocar as pessoas para viver no espaço, mais precisamente colonizar Marte. Não à toa, Musk é adulado por uns, que o veem como visionário, e ironizado por outros, que o enxergam apenas como mais um megalomaníaco. A despeito dos seus planos, no entanto, uma coisa é certa: precisamos tratar a Terra de uma maneira melhor. Marte ainda não é um plano B. Durante o C2, especialistas dividiram o espaço do palco principal para falar dos seus receios e planos para fazer um planeta melhor. Seja por atitude, propaganda ou até mesmo novas tecnologias, um grupo de pessoas acredita que as pessoas precisam colocar o assunto do aquecimento global como prioridade.
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“E tem que ser prioridade na agenda de todos: população, governo e empresas”, diz Rafik Belmesk, fundador da Young Glory.
Empresa cidadã
A Thread International tenta fazer a sua parte. A empresa nasceu após a visita do fundador, Ian Rosenberger, ao Haiti em 2010. O país tinha acabado de sofrer com terremotos devastadores. Decidiu, então, criar uma indústria do lixo, estimulando a reciclagem. E fez uma diferença brutal na região. Criou mais de 300 empregos na ilha e mandou mais 500 toneladas de plástico reciclado para os Estados Unidos. Esse material virou matéria-prima de roupas e calçados de marcas como Timberland, HP e Kenneth Cole. Para Kelsey Halling, diretora de vendas da empresa, a economia circular deve estar em evidência e há três princípios a serem seguidos: desenhar produtos que não causem poluição; estimular consumidores a manterem os produtos comprados em uso; e regenerar os sistemas naturais. “Temos a oportunidade de fazer o mercado melhor”, diz Halling.
Energia limpa é uma saída
Apesar de lideranças, como Donald Trump, negarem a existência do aquecimento global e ainda estimularem formas de energia poluentes, felizmente existem profissionais que vão na contramão. Um caso é da General Fusion. A empresa foi criada para trazer uma nova alternativa de energia limpa. Em resumo, a companhia utiliza uma fusão de injetores de plasma, pistões e vórtice de material líquido para criar uma fonte de energia muito mais eficiente do que as atuais. A eletricidade é gerada a partir de uma espécie de usina de fusão, que bombeia o metal líquido e quente para aquecer água e girar turbinas a vapor. Algo bem similar em algumas tecnologias atuais. “Ainda está um pouco longe de acontecer, mas consideramos essa tecnologia o santo graal da energia”, diz Christopher Mowry, CEO da empresa. A energia é algo que pode ser criado de tantas formas que um estudante chamado Austin Wang, atualmente com 20 anos, criou um tipo de energia em cima de uma bactéria. Isso mesmo. Ele desenvolveu uma bactéria que acelera o processo de conversão de lixo orgânico em eletricidade. “Nem eu acreditei no começo”, diz Wang. O seu projeto, que ainda está em fase de estudos, foi premiado em 2016 na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel – ele recebeu US$ 75 mil. A meta de Wang é obter energia do tratamento do esgoto, ou seja, unir o útil ao mais útil e ao agradável.
Publicidade é o primeiro passo
A propaganda é um bom caminho para começar. Belmesk chamou dois estudantes dinarmarqueses, Christian Skjott e Alexander Kofoed para contarem da campanha que estão realizando pelas Ilhas Fiji. Por conta do aquecimento global, a água dos oceanos estão subindo. A consequência é que cidades litorâneas e especialmente ilhas estão correndo o risco de ficarem submersas. A ideia dos estudantes foi que cada uma das 332 ilhas de Fiji passasse a ter nome de alguém famoso, seja político, celebridade ou até mesmo empresa. A ideia é que os envolvidos começassem a se preocupar com as ilhas como se preocupam com o nome delas, chamando atenção para o problema. “Imagine as manchetes que saíriam: “A Samsung está afundando”, “Donald Trump vai salvar a sua ilha?”, diz Kofoed. A Ogilvy de Sidney decidiu espalhar cartazes com catástrofes para alertar sobre os problemas causados pelo aquecimento global. E fez uma matemática simples: não faz sentido o planeta gastar US$ 1,7 trilhão com despesas militares, enquanto o combate para a mudança climática fica somente com cerca de US$ 323 bilhões.