Se alguém pedir a você, agora mesmo, para dizer o nome de cinco mulheres poderosas nas áreas da economia, educação, sustentabilidade, ciência ou até mesmo do entretenimento, será que conseguiria cumprir esse desafio? Muita gente ainda não se atentou para o fato de que cada vez mais espaços de decisão estão nas mãos de mulheres competentes, criativas e que estão mudando o mundo. Por isso mesmo, vale um mergulho na lista anual da revista “Forbes”, que traz os 100 nomes femininos mais importantes do momento – incluindo uma brasileira.
Algumas presenças já eram mais do que esperadas, como a de Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos que acabou de ser empossada; além de Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha há mais de uma década (ela ocupa o topo da lista), e Christine Lagarde, a advogada, economista e política francesa que foi a primeira mulher a se tornar presidente do Banco Central Europeu, em novembro de 2019.
Outros nomes como Melinda Gates, a herdeira da fortuna da Microsoft e conhecida filantropa ou a bilionária comunicadora Oprah Winfrey não saem dessa seleção, entra ano e sai ano. Mas há muito mais mulheres a se conhecer. Descubra os 8 nomes abaixo e fique de olho em como elas vão se sair em 2021.
Política: Jacinta Arden
Ela ficou conhecida nas redes sociais em 2020 e se popularizou mundo afora após comandar uma bem-sucedida gestão de controle ao contágio do novo coronavírus na Nova Zelândia, país no qual é primeira-ministra. Aos 38 anos, é a líder feminina mais jovem do mundo e a primeira a comandar seu país em 150 anos. Está em seu segundo mandato e a promessa é sempre fazer um governo que seja empático aos seus cidadãos e com ações concretas ligadas ao enfrentamento das mudanças climáticas e à pobreza infantil.
Com a Nova Zelândia praticamente livre da Covid-19, Jacinta viu uma retomada econômica forte e o lugar foi palco até mesmo de grandes eventos e aglomerações “Covid free” no fim do ano passado, reunindo até 10 mil pessoas.
Finanças: Jane Fraser
A executiva norte-americana que trabalha há anos no Citigroup, maior empresa de recursos financeiros do mundo, foi nomeada para ser a sucessora do CEO Michael Corbat e deve assumir oficialmente o posto em fevereiro de 2021. Como a própria “Forbes” faz questão de mencionar, ela é a primeira mulher CEO de um grande banco de Wall Street na História. Já não era sem tempo.
Aos 54 anos, ela tem em sua trajetória a presidência do Citigroup e a liderança de vários grupos de estratégia corporativa, fusões e aquisições dentro da empresa, ações que fez especialmente durante a crise financeira de 2008-2009 nos Estados Unidos. Ela trabalha no grupo Citi desde 2004 e deve se tornar referência mundial no setor de finanças este ano.
Tecnologia: Julie Sweet
Quando o assunto é o universo tech, não se pode mais deixar de mencionar o nome dessa norte-americana de 56 anos. Ela se tornou CEO de serviços globais da Accenture, maior empresa de consultoria tecnológica do mundo, em setembro de 2019. De lá para cá, vem implementando uma forte cultura de diversidade dentro da empresa, e está sendo reconhecida por isso. Para a “Forbes”, ela defendeu seu ponto de vista: “Uma cultura de igualdade ajuda a todos. Não é um jogo de soma zero”, disse.
Leia também: Diversidade e empatia: tão complementares quanto essenciais
Entretenimento: Ava DuVernay
A cineasta negra mais atuante da indústria norte-americana dos últimos anos coleciona uma série de sucessos de público e crítica. Também não se furta a tratar do tema mais premente na sociedade estadunidense no momento: a questão racial. Duas de suas obras mais famosas são a minissérie “Olhos Que Condenam” e o documentário “13 Emenda”, ambos exibidos pela Netflix.
A primeira produção narra a história real de cinco jovens negros julgados e presos injustamente por um crime ocorrido em Nova York, em 1989 – e listou entre as mais assistidas do streaming. Já o segundo trata do encarceramento em massa da população negra nos EUA, bem como da violência policial contra essa parcela da sociedade, e foi muito mencionado durante os meses de protesto do Black Lives Matter, em 2020.
A californiana é também primeira mulher negra a ser indicada pela Academia como diretora em uma categoria de longa-metragem, e a primeira mulher negra a dirigir um filme de 100 milhões de dólares de bilheteria, a adaptação de fantasia da Disney “Uma Viagem No Tempo”, de 2018. Nesse mesmo ano, Ava fez outra ação inédita. Assinou um contrato com os estúdios Warner Brothers no valor de 100 milhões de dólares para produzir seus próximos filmes e séries. Está entre as mulheres negras mais poderosas de sua área de atuação no momento.
Franquias: Joey Wat
Não poderia faltar na lista o nome de uma profissional de origem chinesa, e ela é Joey Wat CEO da Yum! China, que atualmente possui mais de 10 mil restaurantes em seu portfólio e é a maior do ramo em terras chinesas. Joey é CEO desde 2018 e conseguiu transformar a realidade da empresa usando, principalmente, tecnologia. Hoje, mais de 97% dos pagamentos dos negócios da Yum! China é feito de forma digital.
A empresa, que trabalha com entregas, quiosques e lojas, nasceu nos Estados Unidos e é dona de diversas redes de fast-food pelo mundo, entre elas o KFC. E quem comanda sua presidência na segunda maior potência econômica do mundo é Joey Wat. Para a “Forbes Asia” ela já disse que, mesmo ocupando um cargo tão importante, a maternidade é uma de suas prioridades: “Eu sou uma mãe. Nada é mais importante do que cuidar das crianças. Nem mesmo meu trabalho”, falou.
Corrida espacial: Gwynne Shotwell
Também há mulheres poderosas quando o assunto é viagens para o espaço. Gwynne Shotwell é um dos nomes fortes nessa seara. Ela é presidente e COO da SpaceX, a empresa de exploração espacial comercial fundada por Elon Musk. Atualmente com seis mil funcionários e avaliada em cerca de 46 bilhões de dólares, a companhia fez uma viagem oficial ao Espaço junto com a NASA em 2020, quando enviou astronautas à Estação Espacial Internacional.
De acordo com a “Forbes”, Shotwell está na empresa desde seus primórdios, em 2002, mas já tinha carreira ligada à questões futurísticas, como quando trabalhou numa companhia chamada Microcosm, Inc. como diretora de sistemas espaciais. Gwyne é norte-americana, estudou artes e ciências na universidade e tem 57 anos.
Brasil: Andrea Marques de Almeida
A nova CFO da Petrobrás tem muito trabalho pela frente em 2021. Única brasileira presente na lista, ela ocupa o 77ª lugar no ranking. Andrea está no cargo desde março de 2019 e para os próximos cinco anos deve lidar com volumes de investimentos entre 20 e 30 bilhões de dólares.
Antes de trabalhar na Petrobrás, Andrea foi executiva da Vale, a outra gigante brasileira de nome internacional, onde ficou por 25 anos. Ela é formada em engenharia de produção e pós-graduada em finanças e gestão. “Queremos ser realistas e entregar tudo que prometemos. É muito legal fazer parte dessa transformação que está acontecendo na empresa”, disse a executiva para a Agência Brasil por ocasião da inclusão de seu nome na lista.
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