As mulheres são maioria na população brasileira – cerca de 52% do total. Mesmo assim, um índice continua se repetindo: elas seguem tendo uma participação muito pequena quando o assunto é liderança. Apenas 8% dos cargos de presidência são ocupados por mulheres em empresas brasileiras. É o que revela uma pesquisa que será apresentada no Fórum Global da ONU Mulheres, no próximo dia 14, em Nova York.
Segundo o levantamento, nos conselhos de administração das empresas no Brasil, o cenário pode ser considerado desolador em relação à integração das mulheres nas posições de decisão. Mais de 60% das empresas que possuem um conselho para chamar de seu não há sequer uma mulher entre os representantes. E nas que possuem, elas são claramente uma minoria, por volta de 8% do total.
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As empresas que possuem cargos de vice-presidência têm 52,5% de homens ocupando a posição. Em diretorias, as mulheres representam 33% das vagas.
O estudo, chamado de Panorama 2017, foi desenvolvido pelo Insper em parceria com a empresa de recrutamento Talenses. A maioria das empresas participantes é do setor de serviços (75%).
Engajamento feminino
Ter uma mulher na liderança inspira outras a crescer, segundo o estudo. As empresas que têm mulheres em posições de chefia tendem a ser mais engajadas com o tema. Quando a presidente é uma mulher, elas ocupam 26% dos cargos de vice-presidência. O mesmo número diminui quando a presidência é masculina, cerca de 17%.
No cenário internacional, Europa e Estados Unidos estão à frente do Brasil em número de mulheres em cargos de liderança. A diferença, contudo, não é gritante. É o que podemos ver nos conselhos administrativos das empresas norte-americanas. Nelas, cerca de 14% do comitê é composto por mulheres. Europa e Brasil apresentam percentuais menores: 9% e 8%, respectivamente.
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