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A morte da masculinidade – e o que isso muda na sociedade

A morte da masculinidade – e o que isso muda na sociedade

O conceito de masculinidade orientado à virilidade, força, violência, cigarro, carros, Don Draper e John Wayne está se desfazendo. O que vai acontecer?

Na esteira de centenas de escândalos de assédio e dos movimentos #metoo e #timesup, fica claro que as regras da masculinidade estão sendo repensadas, reinventadas e revolucionadas. A Futurista Faith Popcorn, CEO da Brain Reserve (consultoria estratégica), acompanhado do professor Michael Kimmel, Ph.D e SUNY Distinguished Professor of Sociology and Gender Studies Center for the Study of Men and Masculinities, a drag Queen e personalidade televisiva Violet Chachki, e Amy Nelson, fundadora de um espaço de co-working feminino, The Riveter, debateram animadamente os highlights de um estudo realizado pela própria Faith Popcorn no painel “A morte da masculinidade e seu impacto na criatividade”.

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Faith Popcorn, ácida e irônica, questionou na abertura: “Qual o futuro do homem em uma era na qual parece que só as mulheres importam?”. Dentro desse contexto, surge uma visão emergente da atual masculinidade, o que inclui as nossas atuais guerras de gênero, – e que ganhará espaço nos grandes debates mundo afora. Assim, qual será o papel dos homens nessa cultura do amanhã? A discussão também mostrou como a morte da masculinidade da velha escola transformará a criatividade e como as marcas se comunicam com seus consumidores, especialmente se considerarmos a ascensão da fluidez de Gênero e que também engloba as discussões na sociedade.

Ativismo para a igualdade

Michael Kimmel destacou a importância das empresas analisarem a igualdade de gênero como um “ganha-ganha” onde os homens podem ser igualmente beneficiados. Mas para onde vai o lado masculino do ser humano que nasceu sob o estigma e a presença inabalável dos estereótipos que combinam John Wayne e Don Draper (mítico personagem da série Mad Men)?

É um período de transição dramática, que traz um abismo entre a ideia que se faz de um homem e o que os novos homens sentem de sua própria vida. Para Michael, os homens presentes ao painel seriam irreconhecíveis para seus avós por conta de suas atitudes e pensamentos. Já Amy Nelson, ao analisar o universo corporativo, comenta, por outro lado, que há mais CEOs chamados “John” nos EUA do que mulheres no mesmo cargo – ou apenas 24 entre as empresas listadas na Fortune 500. Segundo Amy, isso não é exatamente um sinal de fragilidade masculina. Mas, para Violet, há uma mudança acelerada na questão que envolve igualdade de gênero, o que é positivo.

O século XX termina com o ocaso da masculinidade

O fato é que vivemos um período de mudanças, no qual a identidade de gênero deixa de ser uma aberração e se desloca para o plano das escolhas pessoais. Foi o que fez a própria Violet em sua trajetória. Faith fala que mulheres precisam de homens, mesmo eles passando por uma mudança de status dramática. Claro, os homens ocupam 88% dos cargos de poder no mundo e não podem ser identificados como os “novos oprimidos”, mesmo em uma realidade que convive com mais de 60 tipos de gênero. Mas é fato que não podem exercer seu poder da mesma maneira ou com o mesmo desprendimento e autoridade. Violet acredita que os homens sentem medo de se expor, de chorar e de expressar emoções. É o caso de um dos traços mais marcantes do século XX: a masculinidade invulnerável e dominadora.

Pedindo lugar na mesa

Nesse sentido, seria necessária uma política de governo para reduzir o poder e dominância dos homens no mercado e nos destinos da sociedade? Michael vê essa ideia com bons olhos. Para Amy, mulheres precisam se aliar aos homens para que elas possam ter seu trabalho e competência valorizados. Nos espaços de trabalho, a margem de autoridade masculina praticada há séculos está reduzindo dramaticamente. O novo homem não senta à mesa simplesmente, mas pede licença para tomar seu lugar. “Gênero não é uma coisa inata, mas uma forma de se expressar por meio de uma performance. Isso precisa ser respeitado”, argumenta Michael Kimmel. Uma visão que se baseia no fato de que transsexuais e Drag Queens como Violet estão presentes e atuantes nas redes sociais. E qual a mensagem para os homens?

É possível que exista a necessidade de resignar a determinadas formas de ambição e entender que a igualdade de gênero não é apenas a coisa certa a se fazer. “Na verdade, é uma forma de trazer mais felicidade e assumir que há mais formas de se fazer mais sexo. Esse não é jogo de soma zero”, provoca o professor. E as marcas? Como reagem a esse novo momento? Faith Popcorn mostra um exemplo notável de Axe, marca da Unilever. A marca produziu uma campanha elogiando e mostrando homens que questionam se é normal se sentirem atraídos por outra pessoa do mesmo sexo. É uma mudança sensível nos códigos que normalmente regiam a propaganda, encobrindo o que as pessoas realmente poderiam sentir sobre si mesmas.

Masculinidade suficiente

A propaganda tem o desafio de mostrar formas dessa nova masculinidade se expressar, tal qual fez a Axe. É um novo movimento que não se baseia na fragilidade dos homens e, sim, uma forma natural de encarar o mundo e uma realidade em mutação. Mesmo diante dessa realidade voltada para a aceitação da igualdade de gênero, são homens que dirigem, em sua maioria, as companhias de cosmética e beleza feminina. Será que um mercado de produtos “sem gênero” faz sentido? Será que a integração de visões de produtos que não obedeçam a estereótipos de gênero a partir de um marketing que conclama igualdade de forma natural não poderia ser um novo nicho? O fato é que o panorama na superfície, abaixo dos escritórios nos quais se encastelam executivos à frente de corporações bilionárias, está mudando. Talentos não obedecem a gênero, muito menos a preconceitos de qualquer espécie. Os homens ainda estão no poder, mas não têm a mesma autoridade e impunidade para serem idiotas sexistas ou viris de carteirinha.

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