A revolução nas fontes de energia estão para além da reinvenção dos motores de automóveis, da engenharia de trens e das baterias. Até mesmo a energia limpa pode ser mais limpa se uma inovação vier para a durabilidade de seus materiais. É isso o que está prestes a acontecer com os pneus das bicicletas.
A norte-americana Smart Tire Company está engatilhando sua produção de rodas de bicicleta sem borracha para 2022, com uma solução vinda, digamos, de Marte para a Terra.
Na tentativa de resolver o problema que o frio do planeta vermelho causa à borracha e às rodas de alumínio sólido, a Nasa chegou a criar pneus de malhas de aço enrolado, mas foi só em 2017, com ligas de titânio e níquel, que a agência espacial resolveu o problema do relevo. O resultado da inovação é um material, segundo a Smart Tire, que tem a elasticidade da borracha e a força do titânio, uma vez que as rodas são feitas dessas ligas que têm memória e criam uma estrutura flexível.
Em seu site, a companhia explica que a tecnologia das ligas fornece controle sobre a rigidez da deformação, proporcionando mais amortecimento quando necessário – em vez de transferir o impacto ao ciclista quando acontece algum tranco. A empresa diz que a tecnologia é melhor até mesmo que os amortecedores, já que oferece ainda mais potencial de carga e flexibilidade.
Em outras palavras, as rodas tecnológicas não precisam de ar, estão imunes a furos e fornecem melhor tração do que os pneus.
Apesar da melhora proporcionada ao desempenho do ciclista, o grande atrativo da novidade é sua economia verde. De acordo com a startup, estima-se que mais de 100 mil pneus de bicicleta sejam usados na cidade de São Francisco por ano – o suficiente para revestir a famosa Golden Gate nada menos que 33 vezes.
A Smart Tyre disponibilizará inicialmente um modelo chamado Melt e começará com as gravel, mountain bike e as bicicletas eletrônicas. Apenas as bicicletas de corrida ficam de fora em um primeiro momento, uma vez que o peso do material faz diferença a esta categoria. A companhia ainda não revelou o peso e nem o preço das bicicletas.
Por conta das regulamentações do setor automotivo, a introdução da tecnologia para os carros, motos e caminhões levará mais tempo. “Estamos muito cientes de que o pneu exigirá mais desenvolvimento e testes antes de estar pronto para o mercado maior de veículos de quatro rodas”, diz a empresa.
Hoje, mais de 400 milhões de pneus são produzidos no mundo todos os anos, enquanto 47 milhões de novos veículos são fabricados para usá-los.
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