O Facebook está traduzindo sinais neurais em ações para a realidade aumentada. É o que a empresa revela em um vídeo sobre os aprimoramentos de sua interface que une duas pulseiras e óculos em um sistema para além das opções básicas de rastreamento de mão. A Big Tech busca criar um responsivo sensível à digitação, deslize e movimentos corporais como soltar uma flecha de um arco.
Com as pulseiras que devem ser lançadas neste ano – em uma versão ainda básica -, o Facebook se prepara para competir com Apple, Amazon e Google em uma indústria que acredita que os óculos irão eventualmente substituir a funcionalidade dos telefones. Anteriormente, o Facebook havia dito que os óculos inteligentes iriam interagir com smartphones por causa da duração da bateria e do calor gerado pelo processamento.
Em setembro passado, o Facebook disse que faltavam de cinco a dez anos para lançar óculos de realidade aumentada que permitam pessoas verem e interagirem com objetos virtuais compartilhados persistentes.
A versão mais simples do dispositivo rastreia gestos básicos por meio de sinais nervosos que correm ao longo dos braços do usuário. Mas a Facebook Reality Labs, onde a tecnologia é desenvolvida, diz estudar como estas pulseiras podem detectar sinais nervosos do cérebro enviados aos dedos enquanto o usuário digita, dando a possibilidade, por exemplo, de se digitar em um teclado virtual. As pulseiras podem ainda aprender com as imprecisões motoras do usuário e acabar com os digitação comuns, digitando o que de fato o usuário pretende.
A tecnologia pode ainda ir além. O Facebook diz estar chegando a um ponto em que o usuário poderá executar os mesmos gestos de estilo de digitação sem digitar – só com os pensamentos. Para isso, é necessário otimizar ainda mais as interações do usuário com inteligência artificial e óculos de realidade aumentada.
Lendo a mente?
O Facebook defende que não se trata de ler a mente do usuário, mas sim os sinais. No vídeo, especialistas do projeto explicam que se trata de captar os sinais enviados do cérebro para as mãos e os dedos. A tecnologia decodifica os sinais no pulso das ações já decididas e os traduz em comandos digitais no dispositivo. Assim, a Facebook Reality Labs classifica a tecnologia como, na verdade, uma interface cérebro-computador.
Mas isso não quer dizer que as pulseiras não sejam capazes de coletar dados. A tecnologia pode muito bem detectar padrões sutis de digitação, níveis gerais de tensão corporal e informações biométricas capturadas por sensores de rastreamento de condicionamento físico, óculos de realidade aumentada e outras tecnologias que possam ser integradas às pulseiras.
O Facebook Reality Labs ressalta que há um “programa de neuroética” que examina as implicações de privacidade, segurança e proteção da realidade aumentada e da tecnologia de interface neural.
Como a maioria das tecnologias vestíveis, as pulseiras neurais oferecem uma visão íntima de como nossos corpos se movem – ainda que isso talvez não soe tão assustador quanto ler pensamentos.
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