Algumas pessoas me perguntam, por que uma profissional de marketing como eu buscou uma especialização na área da saúde, mais precisamente sobre o processo de envelhecimento do ser humano?
Outra questão que aparece com frequência em minhas conversas com familiares, amigos e colegas de trabalho e do mercado: “Tati, o que você pretende fazer com o conhecimento adquirido na pós-graduação de Gerontologia – você está em transição de carreira? Ou vai montar uma agetech (startup a serviço dos 50+ com novas tecnologias)?”
Esses são alguns dos intrigantes e recorrentes pontos de interrogação que há quase dois anos me rodeiam, desde que anunciei ter sido aprovada no processo seletivo da pós em “Geronto” do Hospital Israelita Albert Einstein.
A verdade é que, no início, eu mesma não tinha clareza sobre as respostas, muito pelo contrário. Em vários momentos, eu me perguntava: qual seria o meu destino? Para onde essa jornada vai me levar?
E quer saber?
Não por coincidência fiz meu mestrado em Análise do Comportamento Humano na Psicologia, lancei meu primeiro livro “Empatia, humanização além do marketing” durante a pós-graduação, e ganhei de presente da Mondelez Brasil a possibilidade de estruturar o cargo de diretora de Excelência de Marketing na companhia, onde atualmente os meus objetivos são transformar a inovação, humanizar o marketing e promover impacto na organização.
A partir dessas coincidências, ou melhor, sincronicidades, descobri que meus propósitos de vida e carreira são um só e me conectam em corpo, mente e alma.
Afinal, como falar sobre Empatia, Humanização e Inovação em eventos corporativos, palestras, podcasts, entrevistas e artigos de opinião sem conhecer, de fato, o SER HUMANO?
Quanto a ter decidido fazer Gerontologia, a resposta é simples: o processo de envelhecimento é natural do humano. Envelhecemos desde o dia em que nascemos e muitos de nós chegarão a essa etapa da corrida da vida.
Entender a respeito desse processo de forma holística e integral é o que me permite poder empatizar e propor soluções inclusivas e não estereotipadas.
Posso afirmar, portanto, que hoje sou uma profissional do Marketing Humanizado.
Com relação a me manter ou não no mundo corporativo, vocês, assim como eu, podem estar curiosos para saberem a resposta. A verdade é que ainda há muito a fazer:
– o marketing precisa acelerar na agenda da humanização;
– a empatia se faz mais do que necessária como habilidade essencial de todos os líderes do presente e do futuro;
– e a inovação precisa fazer a diferença na vida das pessoas e no mundo em que habitamos.
Não basta mais ser um expert em novos métodos, saber utilizar as ferramentas e ter o dicionário das novas palavras da inovação atualizado. É preciso saber de GENTE.
Então, sem mais delongas, enquanto houver espaço para liderar essa agenda, a minha resposta é SIM, diga ao povo que fico!
Porque, nunca é demais ressaltar, é fundamental conhecer sobre o SER HUMANO para atuar nessas frentes.
Ah, mas e sobre as startups? Você pretende criar uma agetech?
Essa é uma pergunta instigante, ainda mais para quem já foi fundadora de uma startup como eu – iniciei minha carreira como sócia do ParPerfeito, que seria hoje uma espécie de “avô do Tinder”.
Primeiro pelo fato de que estamos falando de um verdadeiro oceano azul. Se compararmos o mapa de startups focadas no público 50+ nos Estados Unidos versus no Brasil é visível o tamanho da oportunidade que se descortina.
Em segundo lugar, sabendo que, no Brasil, uma em cada quatro pessoas já tem 50 anos ou mais, a chamada “economia prateada” cresce a duplo dígito e a projeção é de que, em 2043, mais de 40% da população terá mais de meio século, inclusive eu, é impossível não estar atento ao que vai surgir em termos de produtos e serviços para esse público – de bem-estar a cuidados, passando por mobilidade e plataformas de inclusão, tudo pode ter um enorme potencial.
Agora, como especialista em Gerontologia que sou, tenho ainda mais conhecimento para aportar no mundo empresarial.
Esse duplo papel mostra que ter estudado análise comportamental e Gerontologia é um grande diferencial na minha carreira e que sou capaz de contribuir ainda mais com a área de inovação dentro de uma companhia.
Ao entender sobre comportamento, consigo empatizar e trazer o olhar “multi” para gerar novas perspectivas e conexões.
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Ao longo dos últimos 15 anos, me tornei uma intraempreendedora corporativa!
Meus maiores desafios sempre estiveram em buscar novas oportunidades de negócio, criar áreas do zero, e promover avanços na agenda de uma organização.
Preciso confessar que adoro o que eu faço!
Enquanto esse espaço existir nas agendas das empresas eu quero seguir empreendendo.
Acho que, finalmente, enderecei as principais perguntas que me fizeram – e que eu mesma me fiz, repetidas vezes, no decorrer de 2022.
Esta época de balanço e reflexão de fim de ano certamente ajudou.
Só ficou faltando mesmo uma única questão – essa feita da Tati diretamente para Tati, sem escalas: “e aí Tati, você vai, em algum momento, migrar para a área da saúde, onde atuam seus familiares?”
(Respirei fundo para responder essa.)
Confesso que colocar o crachá de diretora de Marketing de uma multinacional que eu admiro e da qual me sinto parte como a Mondelez International e, ao mesmo tempo, vestir o jaleco branco do Hospital Albert Einstein foi uma combinação que nunca imaginei vivenciar.
É uma honra poder levar duas marcas desse porte comigo e sou grata pela vida ter me proporcionado essa oportunidade maravilhosa e essa experiência única.
Contudo, neste momento ainda não.
Minha missão tem sido justamente levar os princípios da área da saúde para o mundo corporativo traduzidos em colocar o ser humano no centro de tudo que fazemos, compartilhando o conhecimento sobre o comportamento para direcionar a inovação e, acima de tudo, procurando praticar o acolhimento dentro dos times.
Ser humano, conhecimento e acolhimento. Esses são os elementos que compõem o tripé dessa minha jornada!
Então, ao Time Mondelez muito obrigada por mais um ano incrível!
Ao Hospital Israelita Albert Einstein e à minha coordenadora, Ana Cristina Aguiar, meus agradecimentos por me aceitarem com tanto carinho!
Também agradeço a todos que, ao longo da minha jornada como aluna da pós-graduação em Gerontologia, foram me fazendo perguntas e mais perguntas, uma vez que sem elas eu não teria conseguido chegar aonde cheguei.
Inclusive porque tenho agora mais clareza do que espero e quero viver nesta vida.
E que venha 2023!
*por Tati Gracia Diretora de Marketing Excellence e agora também Gerontóloga
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