No Brasil, o mercado digital tem crescido e tornado o ambiente online um espaço propício para empreendedores que trabalham com a venda de infoprodutos. Nessa categoria estão ebooks, músicas, vídeos, cursos, músicas e até mesmo site de membros. Boa parte desses conteúdos vendidos digitalmente são educacionais. O “ganhar dinheiro com a internet” tem ido além de trabalhar com influência e abrange um mercado que alcança milhões de pessoas.
Em um cenário em que 81% da população brasileira tem acesso à internet, o mundo digital cresceu rumo à geração de novos negócios. Quando os empreendedores da internet notaram o grande alcance que poderiam ter, a venda de infoprodutos tomou popularidade dentro do empreendedorismo. No Brasil, só em 2022, 20,3 milhões de pessoas compraram algum produto digital, segundo dados da Hotmart.
Números de compradores de infoprodutos aumentou na pandemia
Se em 2022 o número de pessoas que já tinham adquirido um produto digital no Brasil ultrapassou 20 milhões, até 2019 os resultados dos empreendedores na área eram bem menores. No ano que antecedeu as restrições impostas pela pandemia de Covid-19, o número de venda de produtos digitais foi de 6,5 milhões. Já em 2020, quando foi decretado o isolamento social, esse número aumentou para 15,7 milhões.
Desde então, essa taxa tem apresentado aumento. Em 2021, foram 17,5 milhões de compradores. Já em 2022, 60% daqueles que adquiriram um produto digital já tinham comprado algum infoprodutos antes. Além disso, o estudo mostrou que 25 milhões de pessoas já compraram um produto digital alguma vez na vida. O número representa 20% da população econômica ativa. Porém, as taxas estão abaixo dos 114 milhões de brasileiros que compraram bens de consumo via e-commerce em 2022.
Quem é o brasileiro que consome produtos digitais?
O estudo traçou o perfil do consumidor de infoprodutos como pessoas que têm entre 20 e 39 anos (26%), completaram o ensino superior (31%) e ganham de dois a quatro salários mínimos (39%). Em segundo lugar, estão os que têm entre 20 e 29 anos (25%), aqueles que ganham de quatro a 10 salários mínimos (27%) e os que têm ensino médio completo ou os que não completaram ainda, ambos com 26%.
Questionados, os consumidores desse mercado afirmam que o principal motivo de compra é a busca por desenvolver habilidade relacionada ao avanço profissional (53%). Existem também aqueles que estão à procura de crescimento pessoal (25%) e os que querem melhorar a saúde e bem-estar (11%). Alguns estão em busca de aprender algo novo, ou começar um hobbie (6%).
Ao escolher um conteúdo de aprendizagem online, a credibilidade do professor é o primeiro ponto analisado pelo consumidor (19%). Eles também buscam algo que permita flexibilidade no horário (17%), mas o preço não deixa de ser uma questão colocada para análise antes de fechar a compra (13%).
Os consumidores também têm buscado aprendizado rápido, dentro de seus horários flexíveis. O estudo apontou que a duração preferível dos vídeos é de cinco a 15 minutos (36%). Em segundo lugar, estão os que duram até cinco minutos (31%) e, em seguida, os que têm entre 15 e 30 minutos de duração (16%). Aqueles que vão de 45 minutos a uma hora aparecem em última posição na pesquisa (3,5%).
O que pode ter influenciado o crescimento do mercado de infoprodutos no Brasil?
Duas ferramentas podem ter impulsionado o mercado de infoprodutos no Brasil: o Pix e o acesso aos smartphones. Nos últimos anos, foi notado que o comportamento de quem compra produto digital pendeu cada vez mais para o uso do mobile ao efetuar essas compras. Em 17%, por exemplo, as vendas por mobile eram 46%. Em 2022, esse percentual saltou para 77%.
Os pagamentos feitos via Pix também mostraram expressivo aumento. Se em 2020, quando foi criado, ele alcançou inicialmente 13,7 milhões de pessoas, em 2022 essa quantidade saltou para 121 milhões. Ele se tornou uma ferramenta acessível e que possibilita pagar algo de forma imediata.
Vale lembrar também que, desde 2020, o Brasil mantém o percentual de 81% da população com acesso a internet. Os números deixam o país perto dos 88% do G8, grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá. Além disso, houve ainda um aumento da população bancarizada de 2019 (78,8%) para 2022 (87,8%). O fato de ter acesso a uma conta bancária torna possível a realização de transações financeiras, sejam com o cartão de crédito ou Pix. A soma dos fatores torna o ambiente propício para o empreendedorismo digital.