* Por Fernando Teles
Quando eu era adolescente li uma história, narrada pelo jornalista e escritor Sydney Harris (1917-1986) em uma de suas colunas, que não sai da minha cabeça até hoje. Resume a forma como levo a vida e encaro as relações no trabalho.
De acordo com seu relato pessoal, ele e um amigo foram até uma banca de jornal da vizinhança, um hábito diário do colega de Sydney. Educadamente, como sempre, ele cumprimentou o jornaleiro e, em troca e sem motivos, recebeu um tratamento grosseiro. Diante disso, mesmo respondendo com cortesia, a situação se repetiu com mais impropérios do dono do local.
Sydney estranhou aquela cena e perguntou ao amigo: “Por que você foi tão educado com ele mesmo sendo tratado de forma rude?”
A resposta veio com outra pergunta: “E por que eu devo deixá-lo decidir como eu vou agir?”
Ou seja, ele está escolhendo a forma como vai se comportar, e não reagindo à maneira como foi insultado. Quando quebra esse ódio com cortesia, ele reverte o jogo e, provavelmente, causa no interlocutor uma influência positiva – ou ao menos uma reflexão. Em geral, é como tento conduzir a minha vida: com uma atitude positiva em relação a tudo.
O olhar positivo
Quando me perguntam como estou, invariavelmente eu respondo: “sempre bem”. Isso causa um estranhamento em quem escuta – o que é proposital – ao mesmo tempo em que transfere para o outro uma carga de positividade na qual eu acredito muito. É como se fosse meu mantra desde os 20 anos! Se você encara as coisas com viés positivo, tem grande chance de atrair essa energia boa de volta.
Isso é parte de uma mentalidade vencedora.
Sou um cara competitivo por natureza, apesar de não me dar bem nos esportes. Mas sempre me esforcei para fazer o meu melhor. Estou sempre insatisfeito, querendo mais. Isso me impulsiona a evoluir e alcançar novos patamares. Empresto do esporte a disciplina. Às vezes, sou até chato com o rigor das minhas próprias metas.
Na Visa, me dedico a dosar essa ambição positiva, o apreço por novas experiências e a disciplina na execução dos projetos, mantendo (e esse é um ingrediente importante) um ambiente de trabalho agradável. Espero estar contaminando, no bom sentido, e inspirando as equipes com essa mentalidade vencedora.
Tudo tem um efeito
Não à toa colhemos bons resultados nos últimos anos, consolidando parcerias em projetos inovadores para o setor e atuando na dianteira em temas relevantes para a sociedade. Levando debaixo do braço a missão de fazer com que pessoas, empresas e economias prosperem em um mundo mais inclusivo e digital.
Entendo que, no mundo dos negócios, a própria inovação deriva desse sentimento de olhar os desafios do dia a dia sem medo de fracassar, assumindo riscos que são controláveis, indo além. Sem arriscar, você jamais vai inovar, evoluir. Nesse sentido, a inovação também tem a ver com flexibilizar suas ideias – pivotar, na linguagem atual –, estabelecer parcerias com quem tem opiniões divergentes e ser humilde para reprogramar suas convicções.
A mentalidade vencedora não significa ganhar sempre – o que, convenhamos, é impossível a qualquer pessoa, por mais genial que ela seja. Tem mais a ver com o esforço de alcançar o seu melhor. Em seu best-seller “Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso”, Carol Dweck, professora de psicologia na Universidade Stanford, cita uma frase da atleta americana Jackie Joyner-Kersee para ilustrar esse pensamento. Ela diz que não se importa de perder desde que sinta que houve evolução e fez o melhor que podia.
De volta à história com a qual iniciei este artigo, acredito muito que nossas tomadas de decisões ao longo da vida têm o poder de guiar nosso destino por meio dos caminhos que escolhemos. Claro que existem contratempos, desvios de percurso que não foram planejados, mas a perseverança, o esforço e a positividade podem nos levar longe.
* Fernando Teles é country manager da Visa do Brasil
+ Notícias
O futuro gasoso e a disrupção da expectativa
Nova diretora de clientes da Brasilseg aponto futuro do setor de seguros