Durante os tempos de crise, a logística do varejo é um dos setores mais afetados na jornada do cliente. Tanto que a pandemia de Covid-19 serviu de motivo de reinvenção de diversas companhias. Houve o investimento em dark stores, marketplaces, transporte, estoque e outras ferramentas para manter o fluxo de compra e venda saudável.
Além disso, em um cenário em que o atraso na entrega é a principal queixa dos consumidores, conforme revelou pesquisa elaborada pela AgileProcess, chamada ‘Como melhorar a experiência de entrega no e-commerce?’, as estratégias de logística 4.0 ganham ainda mais relevância para transportadoras e lojistas.
“Estamos presenciando um novo momento no segmento logístico, com segurança, tecnologia e alta conectividade. Ao mesmo tempo, também assistimos a um aumento na atenção para a experiência do consumidor e para modelos de entregas mais flexíveis. Isso muda a velocidade da informação, impacta na celeridade da tomada de decisão e torna as operações logísticas ainda mais estratégicas”, afirma Stefan Rehm, CEO e co-founder do Grupo Intelipost.
O executivo reforça que, acelerada pela pandemia de Covid-19 e cercada de inovações, a digitalização da cadeia logística tem como desafio simplificar processos para que as operações sejam cada vez mais ágeis e eficientes.
Dentre as inovações de logística 4.0 desenvolvidas pelo Grupo Intelipost para auxiliar as empresas, destacam-se a automatização da cotação de frete, uso de inteligência artificial para roteirização inteligente, monitoramento de cargas em tempo real, além da geração de etiquetas de rastreio e da auditoria de faturas, que por meio da leitura automática das faturas permite a verificação em relação às tabelas de fretes negociadas com as transportadoras.
Essas estratégias, conta o profissional, contribuem para uma melhor gestão de dados das operações, aperfeiçoam as integrações entre os agentes logísticos e conferem maior visibilidade aos processos fiscais.
Em razão da complexidade do sistema logístico, Stefan Rehm pondera que grandes mudanças levam algum tempo para tornarem-se evidentes, mas isso não significa que não estejam acontecendo.
“Já há uma nova forma de fazer logística no país. Agora, precisamos correr para expandir e alcançar cada vez mais pessoas, criando acessos para que pequenos e médios negócios também possam operar de maneira competitiva”, pontua.
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Os aprendizados da logística do varejo
A pandemia de Covid-19 trouxe para a logística, em poucos meses, a inovação que estava prevista para os próximos cinco anos. E para atender a alta demanda do cliente, surgiu a necessidade de tornar os processos mais eficientes via automatização. Isso mostrou que estar aberto ao digital e às tecnologias não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma exigência para se melhor posicionar no mercado.
“Ao analisar as mudanças que ocorreram nesses dois anos, percebemos uma necessidade maior de transparência e visibilidade dos processos para o consumidor, além do crescimento das compras on-line em setores que antes eram mais conhecidos por seus pontos de venda físicos, como os supermercados, e a busca por entregar mais rápido e atingir mais lugares, principalmente de difícil acesso”, explica Stefan Rehm.
Para isso, segundo o especialista, contar com ferramentas no first e last mile, como pontos de coleta e retirada (BOPIS), e entregas colaborativas, pode ajudar não apenas na redução de custos, como também na evolução de ações que cada tenham um impacto cada vez menor no meio ambiente, como emissões de carbono e desenvolvimento de soluções sustentáveis para o transporte e descarte de embalagens.
“A preocupação com o meio ambiente já era um tema discutido nos últimos anos (ESG) e que também se fortaleceu durante o período de pandemia visto que o consumidor também está demonstrando uma preocupação maior em compreender como as marcas estão realizando ações sustentáveis que ajudem a minimizar os impactos no meio ambiente”, reflete.
No primeiro ano da pandemia, houve um aumento de 51% na oferta de frete grátis pelo e-commerce, segundo um relatório da plataforma da Intelipost. O mesmo levantamento aponta que as entregas agendadas e expressas foram as que mais cresceram no mesmo período. Esses dados mostram dois pontos: um consumidor mais ansioso e a possibilidade de utilizar o frete grátis como estratégia de negócio.
“Entendemos que o e-commerce precisa buscar maneiras para atender essa demanda, principalmente a partir de tecnologias que reduzem os custos ou o trabalho manual. Se o consumidor mudou, é preciso encontrar a melhor forma de atender essa procura”, salienta o CEO e co-founder.
Os benefícios da automação
Além de controlar e simplificar os processos da logística do varejo, a automatização reduz os custos da operação e em pouco tempo de uso já é possível notar resultados significativos, o que minimiza os erros e as falhas que podem, muitas vezes, causar prejuízos.
“A troca de informações em tempo real também garante mais autonomia para a tomada de decisão da empresa, com informações atualizadas e concretas”, exemplifica o executivo.
Para Stefan Rehm, inclusive, muitas tendências já estão sendo implantadas na logística, como entregas no mesmo dia. Outras, como as entregas por drones, ainda possuem um longo caminho até serem implementadas em larga escala, principalmente por apresentarem algumas restrições, como o peso e tamanho do produto transportado.
“O setor ainda permite muitos avanços quando falamos em tecnologias. Diversas empresas estão carentes de soluções que minimizem o impacto do trabalho manual e melhorem os resultados, por isso, esse é um campo que estamos desbravando para impulsionar as entregas em todo o país com as nossas soluções”, finaliza.
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