A notificação do WhatsApp pouco a pouco está substituindo o som da campainha ou das batidas de palma na rotina do microempresário do mercado de vendas diretas. O modelo tradicional de décadas tem buscado na internet – em especial nas redes sociais – uma forma de se reformular e manter as vendas elevadas mesmo durante a crise.
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No ano passado, o setor movimentou US$ 182 bilhões no mundo, conforme levantamento da World Federation of Direct Selling Associations. O Brasil, sexto maior mercado com 5% da fatia em volume mundial de negócios do segmento, fechou o ano com faturamento de R$ 40 milhões, segundo monitoramento da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), uma ligeira queda de 0,3% nos últimos três anos.
Impacto do e-commerce
As vendas on-line pretendem mudar bastante esse cenário. De acordo com dados do EBIT, as vendas do e-commerce cresceram 7,5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado – um total de R$ 21 bilhões. Nesse cenário, o mobile tem conquistado cada vez mais espaço: as compras feitas por smartphones cresceram 35,9% no mesmo período.
Com os brasileiros comprando cada vez mais e com mais facilidade pela internet, o e-commerce colocaria então o ponto final no modelo de vendas diretas tradicionais? Roberta Kuruzu, diretora-executiva da ABEVD, discorda. “As empresas do varejo em geral, não só de vendas diretas, estão muito atentas à tendência da multicanalidade. Mas, assim como nos demais modelos, o e-commerce e a loja física são ferramentas para vendas totalmente diferentes feitas pelas revendedoras”, diz.
“No fim das contas, o cliente prefere realizar compras por dispositivos como WhatsApp ou outra rede social, mas com alguém que saiba os seus gostos e preste um serviço de consultoria qualificada em vez de ter de navegar sozinho por um site ou conversar com um robô”, completa.
Segundo ela, as redes sociais otimizaram as relações, permitindo aumentar o número de contatos que os empreendedores desse mercado conseguem fazer. “Com a tecnologia, eles recebem muito mais indicações sem sequer ter de se deslogar de suas redes sociais. No caso do nosso modelo de vendas, é muito errado dizer que a tecnologia veio para acabar com os negócios. Pelo contrário, ela vem para somar uma relação que já faz parte do coração do segmento”, completa.
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