É impossível falar em temas como direitos humanos, atrocidades, genocídio, preconceito e tolerância sem pensar no Holocausto. Afinal, o episódio representa um dos momentos em que a história chegou a um dos seus pontos mais baixos, tristes, maldosos.
O que nem todos sabem, porém, é que Adolf Hitler, o tirano líder da Alemanha no período da Guerra, foi preso anos antes de assumir o poder. E foi na prisão que ele escreveu o livro Minha Luta (Mein Kampf, no original), no qual reproduzia suas abomináveis ideias antissemitas.
O fato é que, em 2016, a bíblia do nazismo tornou-se domínio público. A polêmica foi grande, inclusive aqui no Brasil. Discutiu-se sobre a publicação ou proibição da obra: alguns defendiam que a obra, assim como qualquer outra, não deve ser censurada em uma democracia; enquanto outros acreditavam que, em uma democracia, o discurso de ódio não deveria ser espalhado.
Na Alemanha
Diante dessa discussão, no aquecimento e nas emoções pré-Cannes Lions 2016, tivemos acesso a nova ideia da Ogilvy & Mather Berlin, realizada em parceria com a Gesicht Zeigen!, uma associação que encoraja pessoas a enfrentar o racismo na Europa.
O produto é um volume chamado “Mein Kampf – gegen rechts” – ou contra o extremismo da direita e o racismo. Na obra, 11 pessoas que passaram por situações de xenofobia e intolerância – inclusive um sobrevivente de um campo de concentração chamado Mosche Dagan – falam sobre racismo.
A luta deles
“A nossa arma foi utilizar as palavras ‘Minha Luta’ de Hitler para encorajar os alemães a enfrentar o racismo na vida diária”, explica Tim Stuebane, project leader e ECD da Ogilvy Berlin. Ao mesmo tempo, o CCO e Co-chairman da Ogilvy & Mather Worldwide comenta que, “em um momento em que o mundo todo está cambaleando e os propagadores de ódio estão elevando as vozes, consideramos nosso dever lutar por uma sociedade tolerante e de cabeça aberta”.
Ano após ano
Como destaca o chairman da Ogilvy & Mather, Miles Young, “a luta contra o racismo nunca acaba, aparentemente”. Assim, ele ressalta que essa luta é de todos nós e destaca o uso de novas e antigas mídias em prol dessa causa.
Mesmo que a guerra tenha terminado há mais de 70 anos, o Holocausto é um tema que não se esgota. Para quem viveu, sobreviveu aos acontecimentos da época ou para aqueles têm alguma relação com o tema, lembrar e contar os fatos é fundamental – essa é a forma mais eficaz de homenagear e lembrar as vítimas, além de evitar que o Holocausto ocorra novamente. E o preconceito – não só contra judeus, mas contra qualquer indivíduo – está totalmente ligado a isso.
Datas
Para quem quer lembrar e divulgar o Holocausto, existem algumas datas marcantes. O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é lembrado em 27 de janeiro – no aniversário de libertação do campo de concentração de Auschwitz.
Outra data é o Iom Hashoá – que em hebraico significa Dia da Catástrofe. De acordo com a Congregação Israelita Paulista (CIP), esse dia, celebrado em 27 de Nissan – no calendário judaico –, tem como objetivo fazer o Holocausto chegar ao conhecimento do mundo e combater atrocidades que acontecem em nome do antissemitismo. Além disso, é claro, a data também visa manter viva a memória das vítimas do nazismo.