A Sears, que já foi maiores lojas de departamento dos EUA, entrou com um pedido de proteção contra credores (um mecanismo semelhante à recuperação judicial ou concordata) no último dia 15, segundo informou a Reuters. O pedido foi feito com base no artigo 11 da Lei de falências norte-americana e tem como promessa o fechamento de 142 das 700 lojas da rede até o fim do ano. A empresa seria mais uma vítima do avanço do e-commerce. No pedido feito ao Tribunal de Falências dos EUA, no Distrito Sul de Nova York, a empresa informou que possui US$ 6,9 bilhões em ativos e US $ 11,3 bilhões em passivos.
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Para convencer o judiciário americano, a Sears informou que venderá ativos e começará a fechar 142 lojas não lucrativas até o final do ano, com o objetivo de se reorganizar em torno de uma base menor de suas melhores lojas. Anteriormente, ela havia anunciado o fechamento separado de 46 lojas não lucrativas, e disse na segunda-feira que a expectativa é de que seja concluída no próximo mês.
Efeito Lampert
Curiosamente, a salvação da companhia estaria justamente nas mãos do atual presidente, maior acionista e, claro, o principal credor da dívida: Eddie Lampert. Ele adquiriu a companhia em 2005 pelo valor de US$ 11 bilhões.
De acordo com a reportagem, a companhia, que tem cerca de 70 mil funcionários, não registra lucro desde 2011. Há quem culpe o próprio Lampert pelo fracasso no negócio, uma vez que ele teria deixado as lojas se deteriorarem ao longo dos anos. Outros, porém, lembram que o próprio presidente adquiriu outras ações da companhia ao longo do tempo e até emprestou dinheiro para a rede. Hoje, Lampert e o seu fundo ESL Investments Inc possuem pouco mais de 50% das ações da Sears e são seus maiores credores com cerca de US $ 2,5 bilhões a receber da rede varejista.
Outra promessa da Sears feita ao judiciário é que uma grande parte de suas lojas poderiam ser compradas pelo fundo do próprio Lampert.