Começou, nesta terça-feira, o Rio Innovation Week 2022, considerado um dos maiores eventos de Inovação e Tecnologia da América Latina, com mais de 700 palestrantes e cerca de 200 empresas expositoras. A ideia do evento, que ocupa o Píer Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, é debater o futuro de diversos segmentos do mercado e da sociedade, incluindo o varejo, o entretenimento, a indústria audiovisual, a educação, o esporte e a saúde, por exemplo.
No espaço voltado para a discussões sobre inovações na área da educação, EDTech, a Consumidor Moderno acompanhou o painel “Como as gerações encaram a ideia de lifelong learning e os desdobramentos digitais”. Marcelo Boschi, coordenador de MBA Marketing na ESPM, perpassou por toda a história da educação, destacando os principais momentos em que a forma de ensinar passou por transformações impactantes. Essa viagem no tempo foi importante para entendermos onde estamos e para onde devemos caminhar.
Assine nossa newsletter e fique atualizado sobre as principais notícias da experiência do cliente
Nunca parar de aprender
O conceito de lifelong learning, que nada mais é do que “aprender a vida inteira”, aparece como uma resposta para a rapidez com que o conhecimento e a sociedade vem se modificando. Marcelo destacou que o modelo de escola que temos hoje, está há 12 séculos na nossa vida: um colégio, com professores e alunos. Segundo ele, olhando para o futuro, por mais que a instituição ‘escola’ siga responsável pela disseminação de uma parte importante do conhecimento, novos processos de aprendizados precisarão ser pensados para se adequar às novas realidades.
“A escola moderna, que surge ali na Revolução Industrial foi criada para fazer com que as pessoas se tornassem mais asseadas, tinha a hierarquia e a pontualidade como valores fundamentais. A escola sempre esteve associada a hábitos comportamentais e a reprodução de um comportamento dominante. A discussão ideológica sempre esteve dentro desse processo. Então como olhamos para o modelo que ainda temos nas escolas hoje, com chamada, por exemplo, nos perguntamos se ainda faz sentido para essas novas gerações”, explica o professor da ESPM.
Leia Mais: A importância das tecnologias e do lifelong learning no atendimento ao consumidor
Para Marcelo Boschi, o lifelong learning está associado a um modelo de mercado onde se tem uma organização hierárquica mais enxuta e flexível; para o advento da economia da informação e do conhecimento onde o tempo é a principal moeda de troca; para o fim da busca do “emprego para a vida toda”; para a mudança na relação entre as empresas e a educação; e, principalmente, para a redução do prazo de validade do conhecimento.
“Com a digitalização, avanço das tecnologias, mudança do comportamento das pessoas e surgimento de novas oportunidades, o conhecimento de hoje talvez não seja verdadeiro amanhã”, afirmou Marcelo.
Esse dinamismo, de acordo com o educador, traz questionamentos importantes e desafios para a educação. A instituição escola como conhecemos, que sempre foi “canonizada”, segundo Marcelo, deve ser discutida. O palestrante citou exemplos como a lista de chamada, o tempo de formação dos alunos na universidade, a forma com que é escalada a carreira acadêmica (MBA, mestrado, doutorado).
“Quando começou essa febre dos smartphones, a gente penalizava os alunos que usassem o celular na sala de aula, hoje incorporamos a tecnologia nas nossas aulas. Isso tem a ver com gerações? Talvez, mas não com essas divisões engessadas, que muitas vezes as pessoas não se identificam. A escola reproduz o que ela acha que é a empregabilidade do futuro, sem saber de fato como vai ser. É muito desafiador”, analisou o palestrante.
Por fim, Marcelo Boschi defendeu que precisamos olhar para a escola como uma instituição à serviço do conhecimento, que controle menos e incorpore mais. Saber se comunicar, transformar um conhecimento às vezes científico, em um conhecimento mais natural, mais humano, é um processo essencial para esse novo momento que estamos vivendo, em que lifelong learning é o motor dessa evolução.
+ Notícias
Pet techs ampliam gama de serviços com foco na experiência
Como o brasileiro encara a reciclagem?