O espaço da mulher do mercado do trabalho é algo que vem sendo conquistado há décadas. Apesar de presenciarmos uma grande evolução, em que a liderança feminina está cada vez mais presente na agenda corporativa, ainda falta muito para que o cenário fique equilibrado entre homens e mulheres. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres respondiam por 38% dos cargos gerenciais no país, em 2019.
Felizmente, nos dias atuais, contamos com grandes exemplos de profissionais que estão no topo da decisão de empresas e inspiram a transformação no mercado de trabalho. Por isso, em webinar exclusivo da Consumidor Moderno, Silvana Balbo, diretora de marketing do Carrefour Brasil, Nelcina Tropardi, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos do Grupo Heineken, Patricia Pugas, diretora executiva de gestão de pessoas do Magazine Luiza, e Melissa Lulio, Content Designer do Grupo Padrão, falaram sobre a atuação inovadora e estratégica das mulheres na gestão das grandes marcas, especialmente nesse momento desafiador.
Transformação digital na crise
Sabemos que a pandemia do novo coronavírus trouxe muitas mudanças, tanto no mundo dos negócios como na vida pessoal. A digitalização e o trabalho remoto tomaram conta e todos precisaram se adaptar à uma nova rotina. Para Silvana, esse cenário, apesar de inesperado, tem gerado impactos positivos.
“Em relação a transformação digital, a gente de fato implantou o home office, que era uma coisa que já vinha sendo testando. O trabalho remoto tem trazido uma agilidade enorme para nós, as reuniões se tornaram extremamente eficientes e nós estamos conseguindo conciliar melhor a convivência com a família. No Carrefour, a transformação digital foi muito acelerada por conta da pandemia e eu vejo que essa aceleração acabou facilitando a vida de muitas pessoas. Esse momento não está só acelerando a transformação digital, mas a nossa transformação como sociedade e isso é muito bom. Espero que esse legado fique mesmo após a pandemia”, comenta a executiva do Carrefour Brasil.
Na Magazine Luiza as mudanças também foram positivas e aconteceram como um instrumento de democratização. “Nós realmente acreditamos que o acesso ao digital ele é libertador. Tudo tem que ter a questão do equilibro, mas sem dúvida, o acesso à tecnologia simplificou muito as nossas vidas. Hoje fazemos milhares de coisas pelo celular e pelo trabalho remoto”, pontua Patricia.
Por outro lado, pensando em driblar a crise e ajudar estabelecimentos menores, que sofreram mais impactos, o Grupo Heineken investiu em inovações e parcerias. “Hoje, coisas que precisavam ser presencialmente você consegue resolver e se organizar pelo smartphone. Na Heineken temos uma preocupação muito grande com a inclusão digital e isso ficou muito latente no Brasil. Uma das ações que fizemos recentemente, foi uma parceria com a startup Goomer, para ajudar pequenos estabelecimentos, que não tinham o e-commerce implementado e aumentar essa inclusão”, afirma Nelcina.
Equilíbrio e diversidade são necessários
A preocupação em abrir caminhos para que as mulheres cresçam nas empresas está cada vez mais evidente, e o Carrefour é um grande exemplo disso. “Sempre tivemos grandes inspirações dentro do Carrefour. Hoje, temos mulheres em qualquer área da companhia e temos cada vez mais vozes ativas. Inclusive, criamos um projeto chamado de ‘Carrefour por elas’ onde estabelecemos algumas metas para conseguir aumentar o porcentual de líderes femininas”, explica Silvana. Para a executiva, ter diversidade entre os gêneros é de extrema importância e essas escolhas devem ser valorizadas pelos líderes. “Ser um bom líder parte do princípio de você ser ouvinte, ser aberto, dar feedback, empoderar o seu time e saber reconhecê-lo. Então, isso independe do gênero. Acho que quando você tem foco em pessoas essa é uma característica primordial”, completa.
No Grupo Heineken, a presença da mulher no universo dos negócios, também tem se tornado uma característica forte. Nelcina comenta que apesar de a indústria da cerveja ainda ter uma predominação de homens, isso felizmente tem mudado, e não só dentro das companhias, mas como nas propagandas que caíram os estereótipos.
“Penso que você ter que falar de características diferentes para as mulheres, pode significar que você precise pedir licença para dizer que a mulher também pode ser líder. Mas, na verdade, qualquer ser humano pode, basta que ele desenvolva suas habilidades para ser um bom profissional, isso vale para pessoas. A complementaridade é essencial na condução de uma companhia. Ter visões distintas, independente do gênero, sobre um mesmo tema e situação, ajuda a encontrar caminhos que sejam mais sustentáveis a longo prazo”, comenta.
Patricia concorda com o posicionamento e ressalta: “Uma boa liderança não ter a ver com gênero. Acredito que as mulheres possuem características únicas, mas do mesmo jeito que homens também possuem. Por isso, penso que, acima de tudo, uma equipe com diversidade é o que sempre traz os melhores resultados.”
Confira o bate-papo completo:
O poder das mulheres negras empreendedoras na série “A Vida e a História de Madam C. J. Walker”
Bom Pra Crédito e Chilli Beans: visões sobre a quarentena
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