/
/
“Ninguém pode ser líder de mercado se não liderar na classe C”

“Ninguém pode ser líder de mercado se não liderar na classe C”

Pesquisa da Locomotiva traça panorama da classe média brasileira, que abrange metade da população

Quando falamos de otimismo ou pessimismo na população, quem direciona esse humor é a classe C. Os altos e baixos da economia significam privação de consumo. Em uma palavra, escolhas. A classe C é o retrato do Brasil. “Nós estamos falando aí de uma classe C que, se a gente não entender, não vamos entender nada”, afirma Renato Meirelles, fundador e presidente do Instituto Locomotiva.

Essa classe tem rosto: 57% é formada por pretos ou pardos. 49% dos lares chefiados por mulheres, porque parte é mãe solteira, ou foi pro mercado de trabalho e o homem não divide as tarefas como deveria, e 52% de pessoas que não concluíram o ensino médio.

Leia mais:
Como é o comportamento de consumo online nas favelas?

A classe C é o retrato do Brasil

Nesse momento de retomada econômica, ele avalia que a classe C será o motor do aumento do consumo. “Quando falamos de liderança de varejo, de negócios, ninguém no Brasil pode ser líder de mercado se não for também na classe C”, vaticina.

Isso porque a base da economia brasileira se movimenta pela classe C. “As classes D e E consomem, principalmente, nos pequenos varejos do bairro. Cujos donos são da classe C, que com isso contratam mais gente, passam a ter um pouco mais dinheiro no bolso e essa pessoa que está contratando ou têm emprego formal sobe para a classe C, que também é empregada pela indústria, que vai passar a produzir mais para atender a essa nova demanda de consumo. Então, o grosso do crescimento econômico se dará por essa nova classe média”, explica o presidente do Instituto Locomotiva.

Um exemplo em relação à renda é a classe A tem recursos suficientes para comprar, mas não tem a necessidade desse volume de consumo. “É preciso vender para essa classe C que hoje está endividada”.

Quem é a classe C?

  • 57% é formada por pretos ou pardos;
  • 49% dos lares são chefiados por mulheres – parte é mãe solteira ou foi pro mercado de trabalho e o homem não divide as tarefas como deveria;
  • 52% não concluíram o ensino médio;
  • 43% da sua renda é dedicada a alimentação, dentro e fora de casa;
  • 7 em cada 10 pessoas leva marmita para o trabalho;
  • 83% das pessoas deixaram de comer ou comem carne muito raramente;
  • 7 em cada 10 pessoas deixaram de comer fora.

Assine nossa newsletter!
Fique atualizado sobre as principais novidades em experiência do cliente

O bolso da classe C encolheu!

No entanto, a inflação apertou o cinto dos consumidores. A classe C gasta 43% da sua renda com comida, dentro e fora de casa. E segundo a pesquisa da Locomotiva, encomendada pela VR, 7 em cada 10 pessoas leva marmita para o trabalho.

Segundo os dados internos da VR, 83% das pessoas deixaram de comer ou comem carne muito raramente. E 7 em cada 10 pessoas deixaram de comer fora. Ela consome a qualidade da nutrição.

Leia mais:
A Serasa é do bem

Além disso, oito em cada dez brasileiros da classe C tem dívidas em aberto. Meirelles explica o contexto deste endividamento, que não é só imprudência ou má educação financeira, explica. “Existe uma espécie de rodízio de contas para sobreviver, um cálculo para atrasar uma conta e resolver a outra, priorizando garantir a alimentação e pagar dívidas que tem mais impacto, como cartão de crédito e contas de casa, as utilities”.

Com isso, o brasileiro foi se tornando um “especialista em estratégias para manter o consumo”, explica Meirelles. “E surge a radicalização do custo-benefício, em que o consumidor passa ser muito mais exigente sobre os produtos que estão comprando, da relação qualidade-preço”, indica.

A lógica de levar mais por menos e vantagens concretas na compra se tornaram fatores decisivos para a o consumidor botar um produto no carrinho, muito mais do que a fidelidade a marcas ou locais.

Segundo o levantamento, 73% olham o preço, 52% preferem qualidade, e 36% elegem suas compras pela marca.

Há cinco anos, 40% do valor de um salário-mínimo comprava uma cesta básica. Hoje é necessário gastar 59% do salário-mínimo para comprar a mesma cesta.

O que determina o consumo na classe C?

  • 73% → Preço;
  • 52 → Qualidade;
  • 36% → Marca.

 

Com a pandemia, surgiu um novo fenômeno, que envolve onde e como se trabalha. O home office não foi a opção mais popular para a classe C, mas é um desejo de quem experimentou o trabalho sem precisar de deslocamento.

“As empresas que entenderem essa nova demanda da classe C vão largar na frente nessa nova demanda da economia”, avalia Meirelles.

Quem é quem entre as classes:

Classe A: 2,8%
renda mensal domiciliar superior a R$ 26 mil – 20 salários-mínimos

Classe B: 13,2%
renda mensal domiciliar entre R$ 13 mil e R$ 26 mil – entre 10 e 20 salários-mínimos

Classe C: 33,3%
renda mensal domiciliar entre R$ 5,2 mil e R$ 13 mil – entre 4 e 10 salários-mínimos

Classes D/E: 50,7%
renda mensal domiciliar até R$ 1.320 a 5,2 mil entre 1 e 4 salários-mínimos



+ NOTÍCIAS
IA no atendimento só vale se resolver, e não irritar o cliente
Influenciadores; quem são, como vivem?

Compartilhe essa notícia:

WhatsApp
X
LinkedIn
Facebook
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recomendadas

MAIS MATÉRIAS

SUMÁRIO – Edição 290

A evolução do consumidor traz uma série de desafios inéditos, inclusive para os modelos de gestão corporativa. A Consumidor Moderno tornou-se especialista em entender essas mutações e identificar tendências. Como um ecossistema de conteúdo multiplataforma, temos o inabalável compromisso de traduzir essa expertise para o mundo empresarial assimilar a importância da inserção do consumidor no centro de suas decisões e estratégias.

A busca incansável da excelência e a inovação como essência fomentam nosso espírito questionador, movido pela adrenalina de desafiar e superar limites – sempre com integridade.

Esses são os valores que nos impulsionam a explorar continuamente as melhores práticas para o desenho de uma experiência do cliente fluida e memorável, no Brasil e no mundo.

A IA chega para acelerar e exponencializar os negócios e seus processos. Mas o CX é para sempre, e fará a diferença nas relações com os clientes.

CAPA: Rhauan Porfirio e Camila Nascimento
IMAGEM: Adobe Stock


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Angela Souto
[email protected] 

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Natalia Gouveia
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head de Conteúdo
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Editor-assistente
Thiago Calil
[email protected]

Editora do Portal 
Júlia Fregonese
[email protected]

Produtores de Conteúdo
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Marcelo Brandão
Nayara de Deus

Head de Arte
Camila Nascimento
[email protected]

Designers
Isabella Pisaneski
Rhauan Porfirio

Revisão
Elani Cardoso

COMUNICAÇÃO
Gerente de Comunicação e Cultura
Simone Gurgel

MARKETING
Gerente de Marketing
Ivan Junqueira

Coordenadora
Bárbara Cipriano

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Ltda.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]