A preocupação dos consumidores latino-americanos com valores morais da empresa e a experiência de compra cresce a cada ano. Engrossando a demanda mundial, o comprador da América Latina leva cada vez mais em consideração os valores morais e procura entender a empresa antes de consumir. O tech não muda esse jogo, como mostrou Growth from Knowledge (GfK), especialistas em dados e insights de mercado.
Com isso, os consumidores latinos precisam confiar em uma marca antes de comprar. Esta confiança tem muito a ver com os valores que a empresa mostra e defende, mas também envolve confiança no crédito, em condições oferecidas, no próprio panorama sociocultural e no futuro do consumo.
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Confiança nos valores de marca
Henrique Mascarenhas, diretor-comercial da GfK Brasil, explica que gerar valores morais e confiança começa com o público-alvo. Hoje, um dos fatores mais influenciáveis é a geração a qual o público pertence. Pessoas mais novas, especialmente da Geração Z, mostram uma importância maior para marcas genuínas e honestas, que oferecem na realidade um papel equivalente àquele que pregam nas redes sociais.
Os consumidores tendem a prestar cada vez mais atenção nas promessas, valores morais e atitudes concretas das empresas. O insight da GfK mostrou que, nos últimos oito anos, marcas que não agiram de acordo com os valores apresentados perderam participação de mercado. O cliente, então, acredita e se reconhece em determinados valores, e se sente traído se estes forem abandonados ou ignorados.
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Ainda, a partir de 2019, a mudança se intensificou: dados de Consumer Intelligence da GfK mostram que pessoas entre 25 e 46 anos se importam mais com marca e características do produto (+3 a 4 pp), e menos com promoções (-5 a 6 pp).
A internet e influência na compra
A internet e as redes sociais mudaram muito a maneira das pessoas pesquisarem e consumirem. Agora, é comum a procura por imagens e hashtags, indicações, vídeos de review e influenciadores sociais.
De fato, nano influenciadores, quem têm entre 1 mil e 10 mil seguidores, ganham mais força do que grandes influencers, pois passam a impressão de mais veracidade. Logo, se o influenciador menor usa um produto, o consumidor entende que ele confia mais naquela marca, mesmo – ao contrário de grandes figuras, que poderiam ser patrocinadas.
Outro fator importante de notar é que o consumidor da América Latina não faz perguntas muito complexas sobre os produtos, quando comparamos com clientes da Europa ou Ásia, como explica Felipe Mendes, diretor geral da GfK para a América Latina:
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“Geralmente, os países latino-americanos possuem níveis de renda e escolaridade mais baixos, então as perguntas sobre novos produtos de T&D são mais simples aqui. Não nos contentamos apenas em ver um influenciador famoso usando um dispositivo recente, queremos saber por que eles escolheram esse produto. Como eles estão usando? Onde o consumidor pode comprá-lo? Quanto custa? São perguntas elementais que tornam essa parte da jornada de compra muito diferente de outros lugares do mundo.”
“Não nos contentamos apenas em ver um influenciador famoso usando um dispositivo recente,
queremos saber por que eles escolheram esse produto”
Então, o vendedor e empreendedores têm a missão de não apenas entender o que o público quer, como entender de onde ele vem, e procurar oferecer demandas nesses lugares. Hoje, também, ir além do básico e necessariamente apostar nos valores da marca: “Os consumidores da geração Z e dos Millennials, em particular, querem ouvir histórias bonitas sobre as marcas, tanto por causa da nostalgia típica dessas gerações, quanto porque eles estão mudando seus valores para um viés menos materialista,” finaliza Mendes.
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