No mundo dos negócios atual, um mercado bastante preocupado com a prosperidade e o lucro, fica até mesmo difícil imaginar uma empresa que proíba algumas pessoas de comprarem seus produtos. Mas essa é uma realidade existente: é o caso da Ferrari, que incluiu no início desse mês o tão famoso Justin Bieber na lista das “personas no gratas” da companhia.
O cantor, que em 2011 mostrava na garagem uma Ferrari 458 Itália, ficou impedido de adquirir qualquer outro carro da companhia. O motivo é o “mal uso” do produto, algo semelhante ao que aconteceu com outros famosos que já tiveram carros da marca, como o ator Nicholas Cage, a famosa Kim Kardashian e o rapper 50 Cent.
Na lista de “desrespeitos” ao código de conduta estabelecido pela Ferrari, Justin Bieber marcou pelo menos três passagens que deixaram a marca bastante aborrecida.
Os deslizes que colocaram o Justin Bieber na “lista negra” da Ferrari
A primeira ação que deixou a marca bem descontente foi 2016, quando o cantor deixou a Ferrari estacionada na rua, perdida por duas semanas inteiras. Ele havia voltado de uma balada em Beverly Hills e o carro, nesse período todo que ficou “perdido”, foi guinchado. O astro também recebeu uma multa pela ação, o que já deixou a marca mais atenta às ações de Bieber com o modelo.
Algum tempo depois, Justin Bieber também resolveu personalizar o modelo e recorreu a uma pintura, que alterou a cor original branca para um azul cintilante. Até mesmo o logo da marca saiu do vermelho para o novo tom de azul. Isso por si só já sai do estabelecido no código de conduta da marca, mas o real problema foi o local que realizou a personalização do automóvel: a loja não tinha credenciamento da Ferrari.
Não satisfeito, Justin Bieber também trocou as rodas de metal por outras não-oficiais e, em 2017, resolveu leiloar o carro e conquistou U$ 434 mil durante o evento — um total, em reais, de cerca de 2,3 milhões. Vale destacar que leilões de carros são proibidos pela Ferrari, o que foi, digamos assim, a cereja do bolo.
Dessa forma, a montadora já deixou bem claro que o cantor canadense não poderá mais obter nenhum modelo da marca. O nome dele consta com outros famosos na “lista negra” da Ferrari.
Reputação de marca e conduta com clientes
De fato, ainda que os comportamentos do cantor infrinjam o código de conduta da marca, é no mínimo estranho que a Ferrari tenha uma lista de famosos e influencers que não podem ter um modelo tão cobiçado.
Mas a estratégia faz parte de um trabalho de anos realizado pela Ferrari: uma construção de marca que expressa uma grande preocupação com a reputação. Há uma série de rumores que correm pelos perfis automobilísticos de que a marca escolhe quem serão os compradores de seus modelos superesportivos.
O código de ética garante uma estratégia de posicionamento de marca bem expressiva, posto que cria ao automóvel um perfil de compradores — algo que torna a relevância da Ferrari mais forte no mercado.