O faturamento real do comércio varejista paulista voltou a crescer em junho e atingiu R$ 46 bilhões – elevação de 2,2% na comparação com o mesmo mês de 2015, aponta a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No acumulado do ano, porém, houve retração de 1,8% e em 12 meses, a queda foi de 5,5%.
Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, apenas Osasco (-6,7%), Bauru (-0,7%) e Guarulhos (-0,3%) não apresentaram crescimento no faturamento em relação a junho de 2015. As regiões do Litoral (8,7%), Araraquara (7,8%) e Marília (7,3%) obtiveram os melhores rendimentos, que ajudaram a elevar o resultado estadual.
Das nove atividades pesquisadas, cinco apresentaram crescimento no período: os destaques foram os setores de farmácias e perfumarias (10,2%), supermercados (6%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (5,7%) e outras atividades (4,3%), que juntos, colaboraram com 4,1 pontos porcentuais para o resultado geral.
Já os setores de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-11,5%), lojas de móveis e decoração (-9%), concessionárias de veículos (-6,8%) e de materiais de construção (-0,9%) apresentação retração em junho em comparação ao mesmo mês de 2015.
A FecomercioSP já havia previsto que o processo de retração nas vendas varejistas iria recuar a partir de junho, para iniciar o registro de taxas de crescimento a partir de julho. Nesse sentido, os dados positivos alcançados no período consolidam uma avaliação de que uma reversão do ciclo recessivo é real.
O processo de recuperação do varejo não está ligado à melhoria de determinantes básicos do consumo, como emprego e renda, o que, segundo a Entidade, limita sua expansão, mas indica que as vendas aumentaram pela retomada de confiança do consumidor, em especial quanto às suas expectativas sobre a conjuntura nacional.
As projeções da entidade indicam que, a partir de julho, o varejo tende a apresentar taxas de crescimento mensais sucessivas ao longo de todo o segundo semestre, o que pode evitar um índice de retração de vendas no ano de 2016, que tende a se encerrar com taxa zero de variação de sua receita real.
Ainda não é possível afirmar uma retomada de crescimento no comércio paulista, porém, a interrupção da queda pode apontar um melhor nível de confiança dos agentes econômicos, além de um ambiente mais propício para investimentos.