Uma reportagem do site The Verge afirma que o universo dos youtubers, especialmente nos EUA, estaria passando por um processo de profissionalização que incluiria até mesmo um aquecido mercado de aquisições e até fusões de canais de vídeos no YouTube – algo semelhante a qualquer outro negócio feito em Wall Street.
Um exemplo citado na matéria foi a venda, em dezembro do ano passado, do canal Enchufe.tv, um dos maiores no YouTube de língua espanhola. Pouco conhecido no Brasil, trata-se de um canal de comédia com mais 19 milhões de inscritos. A reportagem não cita os valores envolvidos na transação, mas afirma que a produtora Touché Films (criadora do canal Enchufe) foi comprada pela 2btube, justamente uma das maiores agências especializadas em vídeos para YouTube do mundo.
Outra venda mencionada no texto foi o canal Little Baby Rum, vendido em julho do ano passado. O canal é conhecido pela produção de vídeos direcionados a mães com bebês recém-nascidos. Um dos vídeos mais famosos do canal se tornou o 13º vídeo mais visto da história do Youtube e reúne um compilado de canções de ninar.
Sobre a venda desse canal, a reportagem deu alguns detalhes do negócio que pode alcançado a cifra de US$ 11 milhões. A The Verge afirma que a produtora Holder (criadora do Little Baby Run) foi adquirida por ex-executivos da DHX Media, dona da marca Teletubbies, e também da Maker Studios, uma produtora de vídeos para YouTube que pertence a Disney. Esses executivos montaram uma nova empresa, a Moonbug, que, segundo especulam o noticiário internacional, teriam arrecado US$ 145 milhões em investimentos para futuras aquisições.
Mas por que esse movimento?
A reportagem cita três motivos por trás desse movimento no mundo dos youtubers: primeiro, o YouTube estaria evitando os chamados criadores caseiros, Em vez disso, estaria dando preferência a estrelas de Hollywood. Um exemplo foi o anúncio, feito pelo próprio reservatório de vídeos do Google, de programas originais estrelados pelos hollywodianos por Will Smith, Kevin Hart e Jack Whitehall.
Além disso, segundo a The Verge, haveria certo esgotamento de ideias dos produtores de conteúdo e até mesmo no que ganhou fama no Youtube e que, em linhas gerais, resume-se a uma câmera, uma pessoa e uma ideia.
Haveria ainda um terceiro e possivelmente mais polêmico motivo. O YouTube estaria preocupado com criadores controversos de conteúdo (ou youtubers) e que afastam os anunciantes de suas plataformas. Isso já estaria levando alguns youtubers a se comportarem como celebridades e contando até mesmo com profissionais especializados em cuidar da imagem e até responsáveis pela supervisão do que será dito no canal ou fora dele.
A ideia da profissionalização, segundo discute a reportagem, é que com a devida orientação, esses produtores de conteúdo poderiam dar maior retorno financeiro não apenas dentro do canal no YouTube, mas também fora dele.