Já foi o tempo em que o consumidor brasileiro via a Black Friday como sinônimo de compra de eletrônicos. Cada ano a quantidade de categorias desejadas na data aumenta. Em 2020, por exemplo, as pessoas pretendem aproveitar as promoções para comprar desde itens de cuidados pessoais até investir no setor imobiliário.
De acordo com estudo de intenção de compras na Black Friday 2020, encomendado pelo Google e realizado pela Provokers, o mercado imobiliário subiu 15% em importância em relação ao ano passado. Esse salto pode ser explicado pela mudança de prioridades dos consumidores, que, ficando mais dentro de casa durante a pandemia, passou a ter uma outra visão desse espaço.
“Com o distanciamento social, a relação com a casa trouxe muitos novos significados e necessidades funcionais: passou a ser o local de trabalho, estudo, exercícios e contínua atenção”, diz Gustavo Souza, diretor de negócios para Serviços do Google Brasil.
Não à toa, o volume de pesquisas sobre imóveis no Google foi 34% em outubro de 2020 se comparado ao mesmo mês do ano passado. Também houve um aumento na procura pelo termo aluguel (70%) e compra/venda (73%). Os números ultrapassam os de janeiro, visto como o mês de maior sazonalidade para o setor.
A casa ideal
Outro estudo realizado pelo Google, em agosto de 2020 com mil brasileiros, mostrou que o sonho da casa própria ainda está de pé, mas que a prioridade é uma moradia que atenda todas as necessidades. “O que antes eram espaços de descompressão e diversão, como salas de estar e cozinhas, viraram home offices adaptados ou locais de constante trabalho e pouco descanso, o que levou os brasileiros a procurarem por imóveis com novas e ampliadas opções de lazer”, diz Gustavo.
Os dados de buscas do mês de agosto (em comparação ao mesmo período de 2019) na plataforma comprovam isso. O termo “imóveis com churrasqueira” teve um aumento de interesse de 110%, o com piscina 93% e o com varanda 63%.
De acordo com o relatório, os principais motivos para optar pela mudança de casa são:
- “Minha casa não atende mais minhas necessidades” (28%)
- “Para realizar o sonho da casa própria” (25%)
- “Sem condições financeiras para continuar onde estou” (22%)
- “Família crescendo e precisamos de mais espaço” (15%)
Além da importância que a casa ganhou, Gustavo acredita que o comportamento é impulsionado pela taxa Selic baixa, pela dificuldade de ganhos expressivos em investimentos mais conservadores e pelo crédito barato. “O aumento da demanda por crédito gerou uma rápida reação dos bancos públicos e privados, que atualmente iniciaram campanhas com taxas bastante competitivas de financiamento imobiliário o que deve retroalimentar este processo e acelerar ainda mais a demanda por compra e venda de imóveis”, diz.
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