Em outubro, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) apresentou alta e chegou ao seu maior patamar desde julho do ano passado, aponta a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Com a quarta alta consecutiva, o índice atingiu 73,5 pontos, um crescimento de 5,2% com relação a setembro e de 8% frente ao mesmo período do ano passado.
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O ICF é apurado mensalmente pela entidade e varia de zero a 200 pontos, sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100, satisfação em relação às condições de consumo.
A análise aponta que todos os sete itens da pesquisa registraram elevação, pelo segundo mês consecutivo, e o destaque foi a forte recuperação do item Perspectiva de Consumo, que apontou aumento de 14,1%, passando de 59,6 pontos, em setembro, para 68,1 pontos em outubro. O resultado está 41,2% acima do patamar registrado em outubro de 2015. Estas duas variações são as maiores já registradas para o item na série histórica, iniciada em 2010.
No mesmo período do ano passado, 65% dos paulistanos estimavam um nível de consumo menor para sua família e para a população em geral tendo em vista os meses seguintes. Nesta última pesquisa, porém, o porcentual caiu para 52%, o que mostra que eles estão cada vez menos pessimistas.
Otimismo profissional
Os paulistanos também melhoraram as expectativas quanto ao emprego. O item Perspectiva Profissional atingiu 109,3 pontos em outubro e é o único dos itens avaliados que está acima dos 100 pontos.
O valor é 2,2% superior ao visto em setembro e 15,8% acima do mesmo mês de 2015. São 52% dos cidadãos da cidade de São Paulo que avaliam que o responsável pelo domicílio pode ter uma melhora profissional nos próximos seis meses. O item Emprego Atual está cada vez mais próximo de voltar à zona de satisfação, e, em outubro, alcançou 97,4 pontos, crescimento de 4,1% sobre o mês anterior e 3,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Na visão da da FecomercioSP, se a expectativa é de uma melhora no emprego e no consumo para os próximos meses, os paulistanos também estão reduzindo a restrição quanto ao momento de comprar produtos como geladeira, fogão, TV, entre outros que são mais vinculados ao crédito. O item Momento para Duráveis, do ICF, cresceu 7,8% na comparação mensal e 9,5% frente a outubro de 2015. Ao mesmo tempo, o patamar ainda é muito baixo, de 48 pontos.
Visão geral
O aumento do ICF também pode ser explicado pelo crescimento da renda, sendo que o item Renda Atual teve elevação de 4,2% contra setembro e atingiu 81,5 pontos em outubro, muito próximo ao patamar visto no mesmo mês do ano passado, 80,9 pontos. Segundo a FecomercioSP, a inflação começa a ceder aos poucos o que contribui, mesmo que lentamente, para melhorar a impressão sobre o nível de renda, dando um leve alívio no orçamento doméstico.
Na análise por renda, outubro foi o quarto mês seguido que as famílias com mais de dez salários mínimos estiveram menos insatisfeitas do que as famílias com renda abaixo deste valor. O índice de outubro foi de 77,1 pontos (alta mensal de 8,1%) para o primeiro grupo e 72,3 pontos (elevação de 4,1%) para o outro conjunto.
Para a FecomercioSP, os resultados do ICF de outubro mostram, portanto, que os paulistanos estão, aos poucos, melhorando suas avaliações sobre suas condições econômicas e destacam que esta tendência positiva é similar as demais pesquisas da Entidade como o Índice de Confiança do Consumidor e o Índice de Confiança do Empresário do Comércio.
A Federação pondera que o fato do ICF subir não quer dizer, neste momento, que ocorrerá um aumento de consumo. Esses aumentos estão atrelados, principalmente, ao novo ambiente econômico e político em que se faz uma avaliação, mesmo que não seja positiva, mas que o pior já passou. Para a Entidade, os pontos fundamentais que farão uma reversão significativa no consumo são: emprego e renda. E isso só deve vir no próximo ano com o esperado aumento dos investimentos.