Eles já nasceram conectados. Eles não conheceram o mundo no qual existia um meio de pagamento chamado cheque. Eles não têm a menor ideia do que se poderia esperar semanas para receber uma transferência. Essa é a Geração Z: um furacão de comportamentos imprevisíveis, que ganha mais poder, agora que ingressando mercado de trabalho, e quer mudar muitos dos hábitos em relação ao consumo de produtos e serviços.
Os jovens dessa geração são financeiramente experientes, com bom domínio de informações que orientam suas decisões de investimento. Por isso, o Web Summmit, o maior evento de tecnologia e transformação digital do mundo, trouxe muitos conteúdos e discussões orientados a compreender o incrível impacto da geração nos negócios e no cotidiano.
Um dos painéis reuniu Benjamin Chemiam co-fundador e CEO da Shares, Pavi Dhiman, estudioso da inovação da The Knowledge Society, Nick Jones, co-fundador e CEO da Zunno, um veterano da cena tecnológica global e Uptin Saiidi, influenciador com mais de 1,5 milhões de seguidores no TikTok e no YouTube.
O centro do debate foi a atuação notável de Pavi Dhiiman, uma jovem de 16 anos que assumiu o propósito de melhorar a vida de 7,9 bilhões de habitantes do mundo (os 99% normalmente delegados a segundo plano em políticas ditas públicas), a partir de seu trabalho com nanotecnologia, para tornar a saúde potencializada por IA mais acessível.
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Vale lembrar que a Geração Z já vem alterando diversos padrões de comportamento. eles fazem pesquisas pelo TikTok e não pelo Google, têm um senso de comunidade bem acentuado, em linha com a evolução da chamada Web 3.0, já com grande poder de consumo (cerca de US$ 4,4 trilhões em números globais, segundo dados da consultoria WGSN).
São ainda mais impacientes que outros agrupamentos, com um filtro de atenção de apenas oito segundos, o tempo necessário para que um conteúdo, preferencialmente longo, capture seu interesse. E o seu interesse máximo é usar a internet como meio de mudança global, uma espécie de utopia digital, onde a rede seja menos tóxica, mais inclusiva e igualitária e que traga narrativas capazes de influenciar acentuadamente mais e mais pessoas.
A Geração Z investe de modo diferente
Essa é e uma geração que pensa diferente, ela se preocupa com dinheiro, mas quer saber se as empresas se preocupam com a sociedade, se têm valores e se têm engajamento com a sociedade. Benjamin Chemiam, da Shares, criou sua plataforma justamente para interagir e oferecer alternativas dde investimento para uma geração que tem outras preocupações e exige um outro nível de confianças antes de investir. “A Geração Z pensa firmemente no aspecto social de cada companhia e na cavidade responder aos problemas globais”, afirma o CEO.
Para os participantes do painel, a principal variável é apenas ter certeza de que o cliente está informado sobre as decisões binárias. A prova de engajamento social é super interessante. Essas gerações têm um nível de ceticismo em torno das influências e dos influenciadores.
Informação, conhecimento e transparência são fatores essenciais. E a Geração Z tem esse conhecimento, mesmo que ligeiramente superficial, eles se familiarizam rapidamente com NFTs, cripto e plataformas transacionais. “Não sabemos em quem confiar e adoramos a internet. Eu cresci com o telefone no bolso. Pessoas que confiamos nas pessoas que seguimos, certo? Então, ao ligar para 200 pessoas no TikTok, eu as sigo, certo? Eu meio que escuto o que eles estão dizendo”, afirma Pavi Dhiman.
Já para Nick Jones, “só veremos coisas realmente empolgantes com muitos casos de uso, remessas e investimentos, no caso das novas formas de investimento como as criptomoedas. Temos de conhecer muitos casos de uso sobre colecionáveis NFTs e, em seguida, dando à Geração Z e outros investidores mais elementos e a proteção de regulações, para que os indivíduos realmente entendam que os projetos e esse dinheiro são reais e confiáveis”.
Ou seja, a concepção geral é que a Geração Z procura muita informação e a busca em plataformas e redes sociais, com destaque para o TikTok.
O formato da comunicação, a procura de narrativas que criem identidade como a forma destes jovens compreenderem os assuntos mais diversos serão os vetores que os motivam a escolher e a decidir quais investimentos realizar e onde realizar. O conteúdo ganha uma dimensão de exponencial importância. Não são os analistas falando sobre projeções macroeconômicas, mas as empresas e aplicações apresentam propósitos relevantes e consistentes.
É exatamente como Pavi Dhimon pensa: “honestamente, se me permitem, se você estiver no mundo cripto, vá para Nick (da Zunino), ele é seu cara. Se você gosta de espaço social, de investimentos com impacto social, vá para Ben (da Shares), ele é seu cara. Para mim, estou realmente no espaço de IA e tecnologia de saúde para detecção de doenças, biomarcadores baseados em voz e resolução de problemas do mundo real, qualquer coisa assim. Se você quiser me engajar, vamos falar sobre isso, sobre como melhorar a saúde do mundo, certo?”
O poder de influenciar decisões e narrativas da geração ganha enorme poder a cada dia. Convém não subestimar essa força, o alcance e a capacidade de mobilização de um grupo de consumidores como a história humana jamais conheceu.
A informação é essencial, mas, sobretudo, a relevância e a legitimidade dessa informação condicionam formas completamente distintas de investimento. Será o criptoverso (a combinação de ambientes digitais avatarizados e repletos de “produtos culturais e de emulações de coonsumo transacionados por criptomoedas) a nova fronteira das finanças e uma Bolsa de valores com outros tipos de ações?
*A cobertura do Web Summit é uma parceria da Consumidor Moderno com Oásis Lab.
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