Considerada uma medida estatística que busca entender e monitorar eventos que podem antecipar o futuro da economia, o Índice de Confiança Empresarial (ICE), do FGV IBRE, subiu 0,8 ponto em agosto. Com o aumento, chega aos 94,8 pontos e se recupera do 0,5 ponto perdido no mês anterior. Porém, mesmo com o aumento, este é o terceiro mês que o ICE não passa dos 95 pontos. Isso significa que ainda está longe do número neutro, que é 100.
“Os segmentos mais cíclicos da economia, responsáveis por cerca de 2/3 do PIB nacional, seguem apresentando números que sugerem um ritmo fraco de atividade no terceiro trimestre, com destaque negativo para a Indústria e positivo para os Serviços, cujos indicadores ainda retratam uma situação de normalidade mesmo após a discreta queda da confiança deste setor em agosto”, comenta Aloísio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas da FGV IBRE.
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“Em relação aos próximos meses, houve melhora das expectativas para a demanda no horizonte de três meses, mas as previsões para a evolução da situação dos negócios seis meses à frente ainda revelam preocupação e cautela”, completa.
O que pode ter motivado a alta do Índice de Confiança Empresarial?
A expectativa pode ter influenciado os números em agosto, uma vez que, no mesmo período, o Índice de Expectativas Empresarial (IE-E) subiu 0,6 ponto no mês, para 95,2 pontos. Dentro dessa taxa há um indicador que mede o que é esperado para a demanda nos próximos três meses, e ele avançou 1,0 ponto.
Alta em um índice, queda nos outros
O mesmo não aconteceu com o indicador que mede a expectativa de contratações para os três meses seguintes, que apresentou declínio de 0,6 ponto. A queda também aconteceu, em intensidade menor, com o indicador da tendência dos negócios para os próximos seis meses, com diminuição de 0,1 ponto. Nesse último caso, o mês foi fechado com 92,1 pontos, ainda mais longe do nível neutro ideal, que também é de 100 pontos. Houve queda também no Índice da Situação Atual Empresarial (ISA-E); em agosto a redução foi de 0,4 ponto e o mês fechou em 93,6 pontos.
O mês de agosto também resultou no primeiro recuo do setor de Serviços após cinco altas seguidas. Foi uma queda de 0,6 ponto, para 97,4. A queda aconteceu também na Indústria, que chegou a 91,4 pontos, o menor nível desde julho de 2020. Já Construção conseguiu crescer por dois meses seguidos e agora acumula 95,9 pontos. Esse é o maior nível do ano para o setor. No último mês, o Comércio também pôde respirar com uma leve alta, logo após uma queda em julho. Agora, tem 93,8 pontos.
Do que se trata o Índice de Confiança Empresarial?
Para chegar ao Índice de Confiança Empresarial (ICE), os números de quatro setores são analisados: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. A pesquisa é feita pela FGV/IBRE e os segmentos cobertos representam mais de 50% da economia nacional.
Com essas informações, é possível monitorar e gerar informações importantes para o monitoramento da situação corrente da economia. Assim, é possível se planejar e antecipar a futuros eventos. Junto com o ICE, são produzidos os subíndices de Situação Atual Empresarial (ISA-E) e de Expectativas Empresariais (IE-E). Eles representam a percepção em relação ao momento atual e o grau de otimismo em relação ao futuro próximo (três a seis meses), respectivamente.
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